Ele não vai: Manu Ginobili
Manu é o maior nome da geração dourada argentina, campeã olímpica de 2004, vice-campeã mundial de 2002 e medalhista de bronze em 2008. Líder em quadra e fora dela, pela primeira vez desde que o time brilha em cenário internacional, o ala do San Antonio Spurs estará fora de uma competição principal (Mundial e Olimpíada). O motivo alegado é pra lá de justo: não bastasse o fato de sua esposa acabar de parir gêmeos, o craque da Bahía Blanca alertou que fisicamente ele não teria condições, se ficasse mais uma temporada sem férias, de defender a Argentina no próximo ciclo olímpico: Pré-Olímpico da Argentina em 2011 e Olimpíadas de Londres, em 2012.
Se por um lado o protagonismo do argentino não pode ser colocado em dúvida, há de se ter um pouco de cuidado para decretar uma exagerada dependência dos hermanos em relação ao seu principal jogador. A Argentina pode sim jogar bem sem o craque, como já mostrou, por exemplo, na final do Mundial de 2002 (quando ele jogou pouco tempo, no sacrifício, após contusão sofrida na semifinal) e, principalmente, na decisão de terceiro lugar na China, quando acompanhou de calças jeans no balco de reserva a atuação soberba de Prigioni, Delfino, Scola e companhia, conquistando a sua segunda medalha olímpica da gloriosa carreira que já conta ainda com títulos na NBA e Europa.
Maior nome da década do esporte argentino, candidato a maior jogador latinoamericano da história do jogo, Manu (que na foto carrega a bandeira argentina na cerimônia de abertura de Pequim 08) não tem se contentado em acompanhar a seleção calado, nas férias, à distância. Neste tempo de descanso, o ala já apareceu dos garotos argentinos em San Antonio, já comentou em tempo real jogos em seu twitter e, em um momento bastante comentado no meio do basquete, em entrevista ao Clarín, confessou que se sentia muito mal e com muita vontade de voltar atrás no propósito e ir a Turquia.
Baseado no que pudemos ver em outras competições menores em que Ginóbili não jogou e nos amistosos de preparação até aqui realizados, o time de Sérgio Hernandez deve concentrar fortemente seu jogo no talento do bailarino Luis Scola. Com o controle sempre brilhante do ritmo do jogo nas mãos de Prigioni e com a explosão do cestinha Delfino, o time argentino segue um dos principais candidatos a medalhar na Turquia. Eles ainda esperam a recuperação de Nocioni, contundido no início da preparação.