Ele não vem (mas pelo menos avisou)
Na tarde de hoje a CBB soltou um comunicado aonde informava que Nenê não se apresentaria ao selecionado nacional para a disputa do Pré-Olímpico 2011.
A discussão é batida já, ou seja, nem vale a pena ficar falando tudo outra vez. A verdade é simples: Essa para mim é a última vez que Nenê deve ser chamado para a seleção. Não interessa se ele vai continuar brilhando na NBA com suas enterradas potentes e boas infiltrações, afinal, o país não pode esperar toda vez um jogador que claramente não quer vestir a camiseta verde-amarela.
Algumas vezes ele esteve sim machucado, outras não. Todavia, me impressiona que parece que Nenê se acha no direito de escolher quais torneios pode jogar ou não. Uma coisa é o atleta fazer parte do ciclo da seleção, quatro, cinco anos e pedir uma dispensa para descansar. Assim o fez Leandro Garcia Morales com o Uruguai em certo momento e até Manu Ginóbili na Argentina. O problema é como no caso de Nenê, quando o jogador não faz parte do processo de seleções nacionais.
Ao meu ver, Nenê só volta a vestir a camiseta do Brasil se entrar em contato anteriormente com a CBB e falar: “Estou ligando porque quero jogar e vou me apresentar”. Aí sim deve ser chamado. Comparto dois artigos que achei muito legais sobre esse caso e que foram escritos por grandes amigos. O primeiro aqui mesmo no Draft Brasil, escrito de forma magistral pelo Henrique Lima e que trata exatamente do péssimo posicionamento de Nenê com relação a situação de ser convocado pela seleção (leia aqui). Pelo menos dessa vez, cabe ressaltar que o pivô entrou em contato cedo e já adiantou que não irá jogar. Assim pelo menos há tempo hábil para convocar outro jogador ou para que Magnano teste seu substituto desde o início do trabalhio.
O segundo artigo, é dos amigos do Giro no Aro (Guilherme Tadeu e Alfredo Lauria). Lá, eles citam opinião parecida com a minha em relação ao futuro de Nenê. Creio que vale a leitura nos dois casos.
Por fim, vale lembrar que Magnano pode aindar citar novos jogadores e me parece que talvez isso deva ser feito, afinal, Varejão e Nenê estão fora do torneio em Mar del Plata. Splitter deve vir, entretanto, nosso garrafão começa a preocupar.
E no final fica uma pergunta: Sempre fui ensinado que camisa de seleção deveria ser utilizada por quem a deseja, ou seja, quem não quer que não jogue, afinal, o selecionado nacional é muito maior que qualquer indivíduo. Nenê não quer usá-la, está na cara. E quem diria que o Larry Taylor, nascido em Chicago, belo armador, ia atender o chamado tão prontamente. É fácil criticar, criticar, criticar e criticar novamente essa convocação do em breve novo brasileiro. Todavia, Larry tem os requisitos constitucionais ao seu lado, foi convocado por Magnano e aceitou jogar. Chicago nunca fui tão brasileira.
Raoni Moretto
raoni@draftbrasil.net