Eleição às avessas, por Prof. José Marinho
Mais uma temporada regular da NBA está chegando ao fim. Tempo de eleger o MVP, o melhor time, o melhor reserva (título ganho pelo brasileiro Leandrinho na temporada passada), o melhor defensor, etc. Hora de fazer conjecturas sobre quem ficará de fora no Oeste. Cuidado Dallas! E também, o momento das apostas sobre quem vai levar o troféu este ano.
Não farei nada disto neste artigo. Pesquisarei nos meandros das 30 equipes, procurando selecionar os dez piores jogadores (com mais de cinco anos de experiência) em atividade na liga profissional americana. Acho que cinco anos de NBA é mais que necessário para um atleta provar seu valor. Ter tempo suficiente de se adaptar a este mundo milionário, de muitas exigências nos mais variados aspectos. Vamos lá. A tarefa não será fácil!
A lista:
Michael Ruffin: Fonte de expiração para este texto. Oito anos de NBA, cinco times diferentes e menos de três pontos por jogo em todas das temporadas. 394 jogos disputados e, incrível, 58 deles como titular. Baixo e fraco para jogar de pivô, lento e pouco habilidoso para atuar como ala. Onde os técnicos da NBA estão com a cabeça? Deve ser um bom sujeito…
Anthony Carter: Durante nove anos passou por quatro equipes sem nunca se destacar. A NBA exige de um armador agilidade, bons conceitos de jogo e um confiável potencial de arremesso. Não vejo nenhum destes predicados em Carter, embora tenha que enaltecer seu esforço. Vive seu melhor momento da carreira no Denver. Talvez seja por isto que a equipe de Nenê, mesmo cheia de jogadores talentosos, ainda esteja mendigando por uma vaga nos playoffs.
Kwame Brown: Primeiro secundarista eleito como número um do Draft da NBA. Em oito anos, muitas chances e poucas alegrias. Encontra-se exilado, com justiça, na mediocridade do Memphis. Apresenta uma condição atlética invejável. Tecnicamente, não é fora de serie, mas sabe jogar dentro do garrafão, tem bom tempo de toco e um arremesso decente de perto da cesta. Falta-lhe, no entanto, vontade.
Calvin Booth: Outro fenômeno. Nove anos de NBA, sete times diferentes, duas vezes em Washington (!!!) e apenas três pontos e três rebotes por jogo. A seu favor, um bom tempo para os tocos. Lembro-me de tê-lo visto jogar em seu melhor jogo na NBA (24 pts contra o Dallas em 2001). Acho que esta partida mentirosa lhe garantiu um contrato excelente com o Seattle…e não é que ele continua por aí!
Brian Scalabrine: Dizem que ele “mata” bola de três. Dizem que ele é bom de rebote. Dizem que ele se esforça bastante. O que eu vejo é falta de mobilidade e uma tendência a fazer bobagem bem grande. Garnett, Allen e Scalabrine campeões da NBA… Dá para acreditar?
Scot Pollard: Num campeonato de luta livre, ele seria um destaque pelo seu porte físico e por seu visual. Na NBA, é necessário mais que apenas força bruta. Nos tempos de Sacramento, ele ainda tinha seu espaço, mesmo tendo uma dificuldade especial em colocar a bola na cesta. Atualmente…não. Garnett, Allen e Pollard campeões da NBA… Dá para acreditar?
Jason Williams: Muita marra, muita pose e pouco basquete. Para cada passe bonito, três erros grosseiros. Rei dos arremessos forçados de três pontos. Além disto, não marca ninguém. E já foi a camisa mais vendida da NBA…
Melvin Ely: Joguei contra ele na Universiade de 2001 na China. Pensei, um avião. Não foi além de um teco-teco até agora. Sendo 12º no Draft de 2002, poderia se imaginar uma carreira de destaque. O que se tem visto: pouca mobilidade, poucos rebotes, pouca criatividade e pouca produtividade.
Irmãos Collins: Os dois juntos não dão um jogador. Na verdade, nem perto disto…
Capitão do time, Antoine Walker: Qual o pior jogador para um time? Sem dúvida aquele que acha que joga mais do que joga e que tenta fazer mais do que sabe (no ataque, é claro). Walker se enquadra perfeitamente nesta definição, sem contar com sua péssima postura defensiva.
Futuros aspirantes:
Só vi o senegalês Mouhamed Sene (10º no Draft 2006) jogar uma vez (oito pontos contra os Lakers), mas dizem que ele parece um iniciante.
A carreira universitária de Adam Morrison em Gonzaga foi um sucesso absoluto, elevando-o a terceira escolha do Draft 2006. Poucas vezes vi um jogador tão pobre tecnicamente atuando em tão alto nível. Das duas umas: ou eu nada entendo de basquete ou lá também existe jogador de empresário.
Alguns nomes podem ter sido omitidos. Quer seja por falta de conhecimento, ou por razões sentimentais ou mesmo por puro esquecimento. Quem se aventurou a chegar até esta linha poderá perder um pouco mais de tempo e indicar outros “craques”.
Mas você a de convir: Que escrete!
Prof. José Marinho, mestre em Educação Física pela UFRJ, já foi colunista do Lance! e é responsável pelo site www.bbheart.com.br. Desde o ano passado é colaborador do DraftBrasil.