Entrevista Exclusiva com Marcelinho Machado: “No time do Flamengo, pontuar é o mais importante”

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Publicado em: 8/03/2010

Podem chamar de oportunista, é justo. Ter essa entrevista guardada desde o Fim de Semana das Estrelas, quando viajei a Uberlândia a convite da LNB, e só soltá-la depois que Marcelinho bateu o recorde de pontos da história de ligas nacionais com 63 soa bem mandrake. Mas de fato, não encontraria melhor momento para publicá-la senão agora. Principalmente porque nela falamos sobre como seu nome estará marcado, no futuro, quando alguém quiser saber como foi o início de uma liga independente no Brasil. E também falamos sobre a sua função, seu estilo de jogo, e como ele compreende este esporte.

Mais um prêmio. Você tem noção de quando formos analisar o começo do NBB, seu nome vai estar em todos os lugares?

Ah, isso é… como eu disse hoje, depois do jogo: o mais importante é fazer parte dessa festa, é poder contribuir para o bom momento do basquete brasileiro. A gente vem em uma fase muito legal, muito positiva, e eu estou fazendo o meu melhor para contribuir. Hoje foi um dia que todos tentaram dar o seu melhor para o dar o melhor espetáculo aqui pra Uberlândia, e eu estou feliz por poder estar em um dia legal, matando bola, e um prêmio a mais não faz mal a ninguém, né? Mas o mais importante mesmo foi a festa, a união dos jogadores aqui. Todo mundo apareceu e tentou fazer o melhor possível.

A gente sabe que o pessoal de site especializado, como nós, pegamos pesado contra você, mas também soubemos reconhecer que no primeiro NBB você não foi aquele jogador de uma bola só, mas mudou bastante o seu jogo. E na Copa América vimos um Marcelinho totalmente diferente, se reinventando, de uma maneira que a gente sequer imaginava.

Eu sou muito competitivo, eu quero ganhar sempre. Então eu sempre vou querer saber, do meu treinador e da minha equipe, tenho que ter a consciência do que preciso fazer para contribuir pra que minha equipe conquiste a vitória. Eu não sei só pontuar, eu sei fazer muitas coisas dentro da quadra. No time do Flamengo, pontuar é o mais importante. Quando eu pontuo, o jogo fica mais tranqüilo pra toda a minha equipe. Já na seleção, é diferente. Eu tento distribuir mais o jogo, é uma situação diferente, eu posso jogar mais para os outros, a bola volta, tem uma rotação diferente. Então cada equipe que eu jogo, é uma situação diferente e é lógico: com o tempo passando você vai se aprimorando. Concordo com você que a temporada passada que eu fiz foi a melhor, tenho melhorado em rebotes, assistências, defesa que é um quesito que não aparece nas estatísticas…

Em nosso fórum há um usuário flamenguista fanático, o Quinho, que lhe apelidou de Marcezico…

Só de me comparar ao Zico já é um elogio, né, cara? É meu grande ídolo, eu sou Flamengo muito por causa dele porque na época que eu era criança eu ia vê-lo jogar, já vi ele treinando e ainda a postura dele… Acho que se você ser comparado ao Zico significa que você ta no caminho certo.

Ruben Magnano na seleção. O que você espera? Já teve algum contato com ele ou com o Vanderlei?

Estou muito feliz com a escolha dele. Acho que é um técnico vitorioso, muito sério e que vai contribuir muito pra a seleção. Acho que é importante que todo mundo esteja presente, como os jogadores da NBA já confirmaram, todos, que vão participar. Então, é se preparar para o Mundial, porque independente de quem estiver lá, o Brasil inteiro vai estar torcendo e é importante uma boa colocação também para estimular a massificação do esporte que a gente ta tentando fazer aqui dentro.

Agora sobre as defesas: a diferença para aquelas que você encontra nas competições internacionais aqui dentro é muito gritante? Como você lida com isso?

Eu só acho que o jogo aqui é um pouco mais corrido, mas o NBB tem grandes defensores também. É só você ver o Alex, que é um dos grandes marcadores do mundo e joga aqui. Então o importante é a gente tentar se aprimorar, como eu te disse. É lógico que se você for comparar com a Europa, na Europa tem uma defesa mais forte, mais físico, até por característica de biótipo e tal, e a gente aqui vai tentando melhorar e usando como espelho os melhores que nesse caso seria a Europa. Acho que a NBA é um estilo bem mais diferente de jogo, no um contra um, na Europa é mais parecido com a gente, então é importante a gente estar sempre aberto pra aprender.

Você falou sobre seu ídolo nos esportes, o Zico… Mas e no basquete, quem é?

Magic Johnson. Magic Johnson pra mim foi o melhor… Pra mim o melhor hoje é o Kobe Bryant.

Você é Lakers, então?

Sou, Sou. Não dá pra comparar com o Michael Jordan como jogador, porque ele é incomparável, mas eu admiro muito o trabalho do Magic Johnson jogador, o jeito que ele jogava, a postura dele, e sempre tive ele como um exemplo também, de liderança e de jogar pela vitória, jogar com alegria.

Foto: LNB – Colin Foster/Divulgação

Entrevista: Guilherme Tadeu de Paula, editor do site.

guilhermetadeudepaula@gmail.com

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Ruben Magnano, campeão olímpico de 2004.

José Luis Sáez, presidente da Federação Espanhola de Basquete.

Andrew Bogut, pivô do Milwaukee Bucks e primeira escolha do Draft de 2005.

Carlos Delfino, maior salário da Europa na época da entrevista. Hoje, ala do Milwaukee Bucks.

Juan Carlos Navarro, às vésperas de se tornar Campeão Mundial em 2006.

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