Especial TOP 10 – Copa América – ala
No segundo dia do nosso especial Top 10, vamos à posição mais carente do basquete latino. Aqui no Brasil sabemos há quantos anos padecemos dessa posição 3. Nas outras seleções, nos lembramos de vários talentos, mas raramente um ala com as características que essa tão importante posição solicita. O oásis nessas bandas sempre foi a poderosa Argentina, que pode escalar Manu, Delfino, Hermann, Nocioni, dependendo do estilo que o treinador quiser. Acontece que nenhum desses jogadores estará em quadra na Copa América.
Por isso, foi muito difícil eleger os dez melhores. Alguns jogadores aqui citados poderiam estar nas posições 1/2, ou até na posição 4. O recorte é bastante excludente, mas foi a maneira que encontramos para pontuar dez.
Dos votados, alguns não conseguiram pontuação suficiente pra entrar no top 10: o porto-riquenho Carmelo Lee, o brasileiro Guilherme Giovannoni, o argentino Mathias Sandes, o ala das Ilhas Virgens Cuthbert Victor, além de Oscar Torres e Jesse Pellots.
Com alguma dificuldade, aí vão os melhores alas da Copa América:
10) Ricardo Greer– República Dominicana – 4 pontos no ranking DB
O ala Ricardo Greer é um dos bons jogadores que já treinam com a seleção dominicana. À espera de Horford e Ariza, e até do seu treinador Júlio Toro, os centro-americanos tem em Greer um jogador sólido que, se ao longo da carreira não teve grandes conquistas, sempre pontuou bem jogando em bom nível.
O atleta, descendente de dominicanos, é mais um da lista de naturalizados, expediente encontrado pela federação daquele país para tentar voltar ao mundial. Natural de Nova Iorque, é considerado uma lenda do basquete de rua de lá. Atenção para o sugestivo nome da equipe que defendia nos playgrounds da Big Apple: Dominican Power! Na França, ocupa o respeitável posto de um dos melhores estrangeiros a jogar na liga.
9) Mike Rosario– Porto Rico – 6 pontos no ranking DB
Rosario poderia estar listado como um jogador das posições 1 e 2. Talvez, em função de sua altura, seja a posição que jogará quando profissional. Mas como a seleção porto-riquenha já está muito bem servida na posição, o empurramos, arbitrariamente, para a 3, apenas para que pudesse ser lembrado como um dos possíveis destaques da competição.
Há de se dizer: talvez Rosario nem mesmo jogue. O jovem jogador que acaba de impressionar a todos pelos 54 pontos no Mundial sub19, em jogo fantástico contra a França, treina com o grupo, mas pela grande oferta na posição, pode mesmo sobrar.
O jovem atua pelos Rutgers, na NCAA, e traz a média de 15 pontos por jogo. O jogador é extremamente competente nos tiros de fora e traz toda a tradição do estilo ousado porto-riquenho. É a certeza da manutenção do bom nível técnico no perímetro de lá por vários anos.
8] Gustavo Ayon – México – 11 pontos no ranking DB
Gustavo Ayon fez parte do poderoso Halcones de Xalapas, o time que dominou absolutamente tudo no basquete mexicano neste ano. O elenco recheado de estadunidenses seria considerado o mais forte das Américas se não sucumbisse em casa, na final da Liga das Américas, para o Universo Brasília.
Há de se destacar que mesmo em um time cheio de estrangeiros, Ayon conseguia chamar atenção. Também há de se lembrar que o time joga um basquete absolutamente maluco, sem grande disciplina tática, extremamente veloz e bagunçado. Um peladão para brasileiro nenhum botar defeito. O mexicano atuou também na ACB, pelo Fuenlabrada, mas pouco utilizado, não chamou atenção.
No elenco mexicano, pode ser um bom jogador no complemento de Watson, Beck e Najera, se todos lá estiverem, atendendo a convocação. Caso a equipe dependa dele como o centro das atenções, teremos um adversário a menos na briga pela vaga.
7) Alex Garcia – Brasil – 23 pontos no ranking DB
O NBB fez mal ao Alex. Aquele jogador explosivo, de infiltrações, defesa e muita força física abdicou do que tem de melhor para chutar. E chutou loucamente sem parar ao longo de toda a temporada. Seduzido pela fama de pontuar mais que os outros e ver seu nome nos jornais, deixou de ser o jogador admirado por todos os fãs de basquete brasileiro – senão todos, ao menos os cinco que votaram aqui.
A esperança é que Moncho não aceite seus rompantes de chutador maluco e controle o ótimo jogador que é Alex. É necessário dizer que sua defesa, sempre considerada como uma das melhores do elenco brasileiro, mostrou imensa fragilidade (é difícil esquecer o número de “crossover” que tomou de Marcelinho na final do NBB).
Deixar a Europa foi uma péssima escolha esportiva para Alex.
6) Ricky Sanchez – Porto Rico – 24 pontos no ranking DB
Um três no corpo de um quatro. É assim que podemos definir Ricky Sanchez, o bom ala porto-riquenho que há anos faz parte do perigoso time de Arroyo e companhia. O que mais espanta é que Ricky é de 1987 e ainda pode evoluir e ajudar ainda mais a equipe.
Draftado em 2005 com apenas 18 anos pelos Blazers na quinta escolha do segundo round, não conseguiu cavar seu espaço na NBA. Isso não impediu que ele mostrasse talento em várias competições defendendo sua seleção.
Defendeu, na última temporada, o Cagrejeros de Santurce, na liga local, anotando 7 pontos de média em 21 minutos.
5) Marcelinho– Brasil – 31 pontos no ranking DB
Aí está o mais polêmico jogador brasileiro da última década: Marcelinho Machado.
Responsabilizado inúmeras vezes pelos fracassos da seleção, traz consigo os péssimos aproveitamentos em chutes de fora em jogos decisivos. Ao mesmo tempo, ninguém consegue ser mais dominante na liga nacional do que ele.
Dono de um chute de três absolutamente mortal (tanto para o bem quanto para o mal), Marcelinho arriscou anunciar a aposentadoria e refugou. Consagrado nas terras locais pelo bicampeonato pelo Flamengo, contará com outros jogadores mais talentosos e com mais responsabilidade. Se fizer um papel coadjuvante, pode ajudar.
4) Romel Beck – México – 32 pontos no ranking DB
Romel Beck é mais famoso pelo drible que deu em Kobe do que propriamente por seu talento como jogador.
Rápido, agressivo, ousado e as vezes inconsequente. Desta maneira, Beck se destacou ao longo de sua carreira, tanto universitária (pelo UNLV), como na Europa (onde jogou pelo Varese e Orlandina Basket Capo D´Orlando). Na última temporada, representou o Dakota Wizards da liga de desenvolvimento da NBA, marcando 15 pontos por jogo em 28 minutos.
O ala é californiano e portanto, é mais um do time dos naturalizados.
3) Léo Gutierrez – Argentina – 38 pontos no ranking DB
Léo Gutierrez foi um dos destaques do último campeonato argentino, conduzindo o seu Atenas de Córdoba ao título em uma final épica contra o Peñarol (decisão que botou frente a frente os técnicos medalhistas olímpicos Ruben Magnano e Sergio Hernandez).
Reserva importante da melhor geração do basquete argentino, Gutierrez fez parte do grupo que conquistou o ouro em Atenas e o bronze em Pequim. Desta vez, precisará jogar muito mais do que de costume, tanto em aspectos qualitativos, como em quantidade.
Será, ao lado de Scola e Paolo Quinteros, um dos líderes da equipe na busca pela quarta vaga no Mundial da Turquia.
2) Francisco Garcia – República Dominicana – 45 pontos no ranking DB
O ótimo ala Francisco Garcia já tem uma carreira sólida na NBA. Ele joga pela seleção desde quando ainda era atleta de Rick Pitino em Lousville e deve ser um dos líderes do time dominicano na briga pela vaga no Mundial.
Enquanto Villanueva chegou há pouco tempo, Horford treina com Mark Price para melhorar os arremessos e Ariza demora para decidir o que quer, Garcia se prepara com os auxiliares do treinador Júlio Toro
Na última competição em que defendeu a República Dominicana (a da América Central, que garantiu a vaga na Copa América), alterou bons jogos (como contra Porto Rico e El Salvador) com jogos ruins (como contra Ilhas Virgens e Cuba).
1) Trevor Ariza – República Dominicana – 50 pontos no ranking DB
Há apenas um motivo para que Ariza esteja nessa lista. E ele é mais do que justo: ele acaba de ser um jogador importante na conquista do título da NBA pelos Lakers.
Até algumas temporadas atrás, havia muita suspeita de até onde poderia ir o ala draftado por Isiah Thomas nos Knicks. A passagem em Orlando mostrou que havia qualidade mas imperfeições em demasia.
Nas mãos de Phil Jackson, ganhou confiança, chute de fora e uma incrível capacidade defensiva (que, sejamos justo, já havia aparecido em outros momentos). Destacou-se de maneira gigantesca em momentos decisivos das finais do Oeste contra o Nuggets, quando roubou duas bolas que garantiram o título da conferência aos de LA. Nas finais, depois de jogos apagados, apareceu no momento chave da série e foi fundamental pra conquista do título que consagrou Kobe Bryant e levou Phil Jackson à liderança de anéis.
Desde então, Ariza mudou de nível. Passou a ser um jogador disputado, como mostrou seu acerto com os Rockets e, na mesma época, o convite (que acabou não aceitando) dos EUA para participar dos minicamp pela seleção de lá. O problema é que Ariza não foi nem para as mãos do Coach K, nem para o time dominicano, que ainda aguarda sua chegada. Se o ala é dúvida para a competição, não há dúvida de que se trata, para os votantes em nosso ranking, do principal ala convocado para a competição, escolha unânime.
Texto de Guilherme
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