Especial TOP 10 – Copa América – garrafão

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Publicado em: 1/08/2009

Publicamos essa semana a lista de melhores armadores e alas da Copa América 2009. Se vimos estrelas da competição nas posições 1/2 e sofremos para listar 10 na posição 3, é possível dizer que o garrafão, por assim dizer, posições 4 e 5, seja o lugar onde mais há talento na Copa América.

Ficaram de fora, votados porém sem pontos suficientes para figurar nos 10 mais, o jovem brasileiro Paulão, o explosivo venezuelano Hector Pepito Romero, o mexicano Horácio Llamas, o sólido porto-riquenho Angelo Reyes e o ousado e experiente bigodudo argentino Kammerichs.

Vamos à lista:

10) Daniel Santiago– Porto Rico – 6 pontos no ranking DB

Daniel Santiago é um pivô mais técnico do que aparenta. Por vezes desajeitado demais, o grandalhão vem de boa temporada no Barcelona, chegando no Final Four da Euroliga e ao título espanhol (ao vencer o Tau Cerámica de Tiago Splitter, levando inclusive vantagem contra o brasileiro em alguns momentos das finais).

Assim como no clube, na seleção, é coadjuvante, mas costuma colaborar bastante no jogo interno.

O jogador, que nasceu no Texas, já teve passagens pela NBA, pelo basquete italiano de primeira e segunda divisão e chegou ao poderoso time catalão depois de boas temporadas no Unicaja Málaga – onde foi campeão em 2006.

9) Peter John Ramos – Porto Rico – 8 pontos no ranking DB

Peter John Ramos pode até mesmo ser confundido com um bonecão de Olinda. Dois metros e vinte e dois centímetros e 125 kgs distribuídos em um corpo muito magro fizeram do atleta, durante um tempo, um fetiche entre os olheiros da NBA. Chegou a ser cogitado para ser draftado nas primeiras escolhas – ou, no mínimo, no primeiro round – do Draft de 2004. Acabou sobrando pra respeitável 32ª posição (Varejão foi escolhido na 30ª). O pivô porto-riquenho até teve algumas oportunidades na liga profissional dos EUA mas não conseguiu aproveitá-las.

Resultado? Foi “emprestado” à NBDL onde teve certo sucesso (foi até selecionado para o All Star Game da liga, há duas temporadas).  No ano passado, foi à Espanha defender o Fuenlabrada, mas não teve muito tempo de quadra, o que o motivou a voltar para Porto Rico.

Em casa, é uma das estrelas da liga local, defendendo o Quebradillas Pirates, sustentando médias de 16 pontos e 10 rebotes por partida.

8] Eduardo Najera – México – 15 pontos no ranking DB

Eduardo Najera é mexicano de Chihuahua mas construiu toda sua carreira basqueteira nos Estados Unidos: High School no Texas, universitário em Oklahoma e profissional da NBA desde 2000 – quando entrou no elenco do Dallas Mavericks.

Trabalhador, raçudo e jogador tático, se torna estrela quando defende o time mexicano. Foi isso que vimos, por exemplo, em 2003, quando liderou a equipe a vencer inclusive o Brasil (com força máxima).

Depois de problemas com lesão e do pouco tempo em quadra no Denver Nuggets, Najera tem a oportunidade de mostrar que ainda pode jogar em alto nível, liderando uma equipe considerada pouco forte na Copa América de logo mais.

7) Román Gonzalez  – Argentina -17 pontos no ranking DB

Román, ou Chuzo, El Gigante ou El Gordo, esteve sempre na sombra do poderoso time argentino. Se uma equipe tem Manu Ginóbili, Carlos Delfino, Andrés Nocioni, Luis Scola, Pepe Sanchez, Alejandro Montecchia, Walter Herrmann, Fabricio Oberto, para que falar de um pivô que por muito tempo foi a quarta ou ate quinta opção do selecionado argentino?

Acontece que em competições em que os argentinos não podem contar com a força máxima, caso de agora, o Gonzalez tem se mostrado uma força sólida, companheiro ideal para Scola e jogador difícil de ser parado por outros pivôs latinos. Com Sérgio Hernandez, seu técnico também no Peñarol de Mar del Plata, seu jogo subiu de nível e é possível dizer que Román é uma das estrelas da principal liga latina de basquete.

Na última temporada, nos 25 minutos que ficou em quadra pela liga local, fez 15 pontos por jogo, além de garantir 6 rebotes pela equipe que foi vice-campeã na final que envolveu os dois técnicos medalhistas olímpicos pelos agentinos.

6) Anderson Varejão – Brasil – 25 pontos no ranking DB

Anderson vem de ótima temporada na NBA. Ganhou a vaga de titular absoluto em um time que fez a melhor campanha da liga. Se os Cavaliers fraquejaram no final, incapazes de vencer o esquema bem armado do Orlando Magic, não podemos deixar de reconhecer a confirmação de Varejão como um dos mais sólidos jogadores do Brasil no exterior.

Dito isso tudo, como ele foi parar “apenas” em sexto em nossa lista? Dois motivos: primeiro, o mesmo que foi citado no ranking de armadores para explicar Leandrinho, é que Varejão não consegue ser igualmente sólido e vitorioso quando defende o time brasileiro. O segundo e talvez principal é que o ala parece ter abdicado em desenvolver um arsenal ofensivo, acostumando-se apenas às cestas fáceis (não nos deixemos enganar pelo seu aumento em números de pontos por jogo). Não foram poucas as vezes que durante os playoffs, o atleta recebia a bola com espaço e virava-se de costas para a cesta, sem querer atacá-la.

O seu desenvolvimento como atleta certamente não é o mesmo porque joga em um time que se define por uma única opção de ataque: LeBron James, o que nos leva à esperança de que na seleção ele possa mostrar mais. Um dos fatores positivos nessa triste constatação é que Varejão tem sido trabalhado como um jogador “especialista” de defesas e rebotes, talvez podendo ser considerado o melhor nos dois aspectos em toda a Copa América.

5) Charlie Villanueva – República Dominicana – 27 pontos no ranking DB


Villanueva nasceu no Queens em NY e é mais um da lista dos naturalizados que, seguindo a descendência, busca devolver a República Dominicana a um Campeonato Mundial.

Charlie foi considerado uma das grandes promessas do basquete estadunidense quando defendeu em alto nível a Universidade de Connecticut. Primeiro como reserva e campeão (no time que tinha Okafor e Ben Gordon) e depois mais velho, como líder.

Draftado na sétima escolha do Draft de 2004 pelo Toronto Raptors, fez uma campanha de calouro que pode até ser considerado boa. No início da temporada seguinte, foi trocado por TJ Ford para Milwaukee, onde ficou até esse ano. Há pouco tempo, foi informado que não teria seu contrato renovado o que o permitiu assinar com os Pistons.

Villanueva é uma das principais apostas dos dominicanos. Por ser rápido e alto, tem características para dominar garrafões na Copa América. O pouco tempo de treino com os companheiros – acarretado pela demora em garantir a sua naturalização – pode ser um problema para que isso dê certo. De qualquer maneira, trata-se de um jovem e ascendente jogador que certamente merece ser observado na Copa América.

4) Al Horford – República Dominicana – 38 pontos no ranking DB

A interessante foto mostra Al Horford celebrando o título dos Gators com a bandeira da República Dominicana como companheira. O ala-pivô nasceu em Puerto Plata mas assim como Najera tem toda uma carreira construída nos Estados Unidos: High School em Michigan, universitário na Flórida e profissional na NBA.

Bi-campeão universitário, Horford foi considerado o MVP das finais em 2006 e 2007. Na NBA, defendendo o Atlanta Hawks, a cada dia ganha mais espaço entre os principais jogadores de garrafão. Com uma evolução gradual em pontos e rebotes, já se espera uma média de duplos duplos para a próxima temporada, o que não é nada fácil jogando na principal liga de basquete do mundo.

A última notícia que temos de Horford é que ele ainda não se apresentou na República Dominicana porque treina em separado com o fantástico arremessador Mark Price para desenvolver melhor a mecânica dos chutes. Apesar da demora, garante que jogará a Copa América. No CentroBasket, foi um dos melhores jogadores da seleção, fato que deve repetir na competição de logo mais.

3) Esteban Batista – Uruguai – 39 pontos no ranking DB

Esteban Batista tem sido o pivô mais dominante no nível latinoamericano há algumas temporadas. Com rapidíssimas passagens pela NBA (Atlanta e Boston), o uruguaio conseguiu boa temporada no Maccabi Tel Aviv, quando, ao lado do brasileiro Alex, e grande elenco, foi vice-campeão europeu.

Eis então o passo em falso do atleta: foi atrás de dinheiro no pouco confiável mercado russo. Sem receber, fugiu do frio e veio parar no Libertad Sunchales, onde fez ótimos números – insuficientes, porém, para conduzir a equipe à final da competição.

Agora assinou contrato com o Fuenlabrada, da Espanha, onde tenta reconstruir uma carreira na Europa. No Uruguai, centraliza todas as atenções e é certamente um dos pivôs com maior arsenal ofensivo da competição. Fará interessantes duelos ao longo da competição. Vale prestar atenção nele.

2) Tiago Splitter – Brasil – 44 pontos no ranking DB

Sejamos justos: Tiago Splitter é o melhor jogador brasileiro da última década. Se é verdade que o posto ficou vago desde que Oscar parou de servir a seleção, jamais faltou aspirantes: Nenê, Leandrinho, Varejão, Marcelinho… Nenhum deles rendeu tanto na seleção como o ala-pivô do Tau Cerámica.

Hoje o brasileiro é considerado um dos (se não o) melhores pivôs que atuam na Europa. E jogando pela seleção brasileira, é sempre destaque, nas vitórias e nas derrotas. Incrível capacidade defensiva, grande QI de jogo, sabe ser coadjuvante e protagonista, de acordo com a necessidade.

Draftado pelos Spurs, ainda não foi a NBA e segue uma trajetória de muito sucesso na Espanha. Já foi ao Final Four da Euroliga, campeão da Supercopa na Espanha e campeão e vice na ACB.

1) Luis Scola – Argentina – 50 pontos no ranking DB

Melhor que Splitter só um: escolha unânime para Luis Scola. O genial pivô argentino brilhou nas conquistas do ouro e bronze olímpicos, assim como nos vice e quarto lugar argentinos nos Mundiais de 2002 e 2006, feitos que conduziram os hermanos à primeira posição no ranking da FIBA.

Além de carreira brilhante na Europa e na FIBA, Scola chega a Copa América depois de uma grande temporada no Houston Rockets. O atleta fez uma grande série de playoff, sendo um dos destaques dos Rockets desfalcados, contra os campeões LA Lakers, obrigando-os a jogar sete jogos para eliminá-los – feito que nem os Nuggets na final do Oeste e nem o Magic na final da NBA conseguiu).

Com um absurdo arsenal ofensivo, Scola foi o principal responsável da eliminação do time brasileiro no Pré-Olímpico de 2007. Naquela, como agora, jogou sem auxílio das outras estrelas da equipe e assumiu, sem grandes problemas, o protagonismo.

Texto de Guilherme Tadeu.

Veja também o nosso ranking de armadores.

Veja também nosso ranking de alas.

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