Eterna transição

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Publicado em: 20/01/2008

Ainda sobre o novo técnico da seleção brasileira, não poderia deixar de falar sobre as impressões deixadas em sua primeira entrevista como técnico da seleção brasileira.

Ao responder a primeira pergunta sobre o padrão de jogo a ser adotado, Moncho Monsalve decepcionou. Afirmou que a idéia é implantar (não seria manter?!) o jogo de transição. Significa que a correria prevalecerá sobre a paciência.

Esse é um erro que vem sendo repetido exaustivamente. Há muita gente no Brasil que ainda acredita que esse é o estilo mais adequado às características de nossos jogadores. Talvez o “culpado” seja Leandrinho, inegavelmente um dos melhores jogadores de transição do mundo.

Mas vejamos o perfil de nosso elenco como um todo. Nunca o Brasil teve tantos pivôs “pesadões”. Nenê, Anderson Varejão, Caio Torres, Paulão, JP Batista, todos são jogadores inadequados para um jogo de transição. Sobrariam Murilo e Tiago Splitter, mas mesmo eles seriam incapazes de aguentar mais de 20 minutos em forte ritmo de transição.

Pivôs arrastados em quadra e sem jogadas para eles desenhadas vêm sendo a tônica da nossa seleção brasileira há um bom tempo e parece que nada mudará até o Pré-Olímpico.

E não para por aí. Guilherme Giovannoni sequer deveria entrar em quadra para uma partida focada na transição, Valtinho e Marcelinho Machado também não aguentam o tranco durante muito tempo e, mesmo o Deus da transição, Leandrinho, provavelmente chegará no torneio sem pernas, após uma extenuante temporada de aproximadamente 100 partidas na NBA.

Também é verdade que o jogo de transição não pode ser completamente abandonado, eis que, além de Leandrinho, jogadores como Huertas, Marquinhos (esse dificilmente voltará a vestir a camisa da seleção), Nezinho e Alex, possuem a velocidade como sua principal virtude.

No entanto, ao analisar o elenco como um todo, notamos que a transição deveria ser apenas mais uma opção e nunca o nosso padrão de jogo.

O difícil, de fato, seria arrumar tempo para mudar o nosso estilo de jogo e, principalmente, para desenhar e treinar jogadas ofensivas . Mas nunca é tarde para começar…

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