Fab Melo visita Flamengo
Jovem pivô de Syracuse declara amor ao clube, conhece Hélio e dá dicas a jogadores da base rubro-negra
Adriano Albuquerque
Enquanto o Brasil torce para que a ausência de Nenê, lesionado, não acabe com suas chances no Mundial da Turquia de Basquete, seu futuro substituto esbanjava saúde na sede do Flamengo, seu time de coração. Fabrício Melo, mais conhecido como Fab Melo nos EUA, onde é o novo pivô da prestigiosa universidade de Syracuse, visitou o clube carioca nesta quarta-feira. O pivô de 2,12m falou com os jogadores da base e pregou dedicação aos garotos, que podem ser seus companheiros na Seleção Brasileira para os Jogos Olímpicos do Rio-2016.
Jovem de 20 anos recrutado pelas principais universidades americanas, Melo, que jogou em high school (escola de ensino médio) americana na Flórida, veio ao Brasil aproveitar 12 dias de férias de Syracuse. A escola é a mesma que formou o craque Carmelo Anthony, grande ídolo do rapaz e atual companheiro de Nenê no Denver Nuggets. Se nos Estados Unidos o garoto terá de vestir a camisa laranja dos Orange, apelido de seu time, no país de origem o coração é rubro-negro. Fab Melo viu o Flamengo ser tricampeão carioca com gol de Petkovic, em 2001, ao vivo, na antiga geral do Maracanã, e acompanha os feitos da equipe de basquete do clube, bicampeã brasileira, através da internet. “Acima de tudo, sou rubro-negro”, empolgou-se.
Antes de pegar o voo para Nova York nesta quarta, Fabrício saiu da cidade onde vive sua família, Juiz de Fora, e passou pelo Flamengo a convite do clube. Recebeu camisa com seu número, 51, das mãos do armador Hélio, e pedidos para ficar na Gávea, onde formaria dupla com outro pivô ex-universitário, Baby. “O Hélio já deu aqueles papos cariocas aqui pra tentar me convencer (risos). Estou sonhando mais alto, pensando em ir para a NBA daqui a dois ou três anos. Mas se um dia puder vir jogar aqui, com certeza vai ser uma boa oportunidade”, recusou, educadamente, o jogador, cotado para estar entre os 10 primeiros escolhidos do draft da NBA em 2011.
Hélio lamentou a escolha, mas apoiou. “Até queria (que ele jogasse no Flamengo)… Mas já vi que ele tem uma cabeça muito boa, sabe o que quer da vida. Tenho certeza que vai ser o futuro do nosso basquete. Ele tem tudo para se destacar lá fora e, aqui no Brasil, vai sobrar. Acho que ele está trilhando o caminho certo pro sucesso dele”, disse o armador.
Foi a primeira visita de Melo à Gávea. Lá, conheceu toda a estrutura do clube, viu o ginasta Diego Hypólito treinar e falou com os garotos da categoria infanto do basquete rubro-negro – jovens de até 17 anos, que nutrem sonhos de disputar as Olimpíadas do Rio daqui a seis anos pela Seleção Brasileira. A eles, a mensagem foi clara: o basquete não é garantia e os estudos são importantes. “A minha escolha pela universidade foi por isso. Quero ir para a NBA, mas se por acaso eu me machucar, vou estudar e fazer alguma coisa. Aproveitem o tempo que vocês têm e treinem bastante”, declarou.
Fotos: Rafael França/Flamengo