Fim de semana do basquete
São 1 da manhã de domingo, quando começo a escrever esse texto. Apesar de já termos estourado o cronômetro do dia, o sábado do basquete só terminou agora. E que sábado!
Começou com o emocionante jogo que abriu os playoffs 2011 da NBA, entre Chicago e Indiana. Uma partida digna de playoffs, como bem relatou o Rodrigo, do Rebote. O Indiana teve a faca e o queijo na mão. Liderou a partida inteira e na hora de decidir, no popular, entregou a rapadura. Derrick Rose carregou o time nas costas. Não que já não tivesse feito isso na temporada regular, mas era de se esperar que um jogador do peso de Boozer pudesse contribuir mais. O pivô dos Bulls até que começou bem, mas se perdeu após cometer a 2ª falta ainda no primeiro período e só voltou a pontuar no último período. Uma irregularidade que pode custar caro em um jogo mais decisivo.
Outro que poderia contribuir mais foi Luol Deng. Apagado no primeiro tempo, ele ressurgiu no 3º período e graças a sua atuação o Indiana não abriu vantagem maior.
Pelo lado dos Pacers, Darren Collinson foi quem carregou o piano no primeiro tempo. Com a ajuda do banco, que marcou mais de 30% dos pontos da equipe na primeira etapa, o time conseguiu suprir a omissão de Danny Granger, que jogava muito mal. No terceiro quarto ele despontou marcando vários pontos com um aproveitamento excelente. Junto com ele brilhou Tyler Hansbrough que acertava arremessos de média distância em sequência.
O jogo parecia caminhar para uma vitória dos visitantes, mas a energia da torcida no United Center falou mais alto e o Bulls lutou até o fim. Luta que foi compensada com uma defesa forte e um ataque, que se não era ótimo, pelo menos jogava com raça. Raça que Joakim Noah teve ao lutar por dois rebotes ofensivos em sequência para acabar diminuindo a diferença dos Pacers. Raça que Noah tambem teve ao defender uma bola crucial faltando menos de 1 minuto e meio para o fim da partida. Raça que ele, Noah é claro, teve para dar uma enterrada monstruosa a menos de um minuto que colocou o Bulls definitivamente na partida. A torcida foi ao delírio. A partir daquele momento o Indiana, já fragilizado pela espantosa reação dos Bulls, desmoronou. A virada veio num arremesso certeiro de 3 pontos de Korver. Fim de jogo, vitória dos Bulls.
Animado com o jogão anterior eu emendei em Philadelphia x Atlanta, com as melhores expectativas possíveis. Logo de cara me deparei com a volta da White Heat, a torcida toda de branco criando um cenário de tirar o fôlego. Começa o jogo e o Philadelphia abre 12 pontos de vantagem. Será? Infelizmente, tinha certeza que não, mas estava curtindo ver os underdogs dispostos a dificultar o caminho dos contenders. Estranhei perceber que a torcida do Heat não estava muito empolgada com o jogo. Até brinquei no nosso twitter que a torcida do Heat parecia estar assistindo uma peça de teatro, de tão quieta. A minha alegria durou não mais que até meados do 2º período, quando o Heat retomou a liderança. O que era certo, virou certeza, e eles não perderiam aquele jogo.
Jogo que não teve destaque. Bosh jogou bem e foi apontado como o melhor em quadra, mas o que me chamou a atenção no trio foi o péssimo aproveitamento de arremessos. 18 para 44 somados. Talvez eles não estivessem tão interessados na partida, o que torna o comportamento da torcida perfeitamente compreensível.
Continuamos na Florida, agora em Orlando, para Magic x Hawks, uma das séries que prometem ser mais equilibradas nessa primeira fase. Bem, não promete tanto se for como foi hoje. A dúvida era: como parar Dwight Howard? A resposta era simples: não havia como. Então a tática foi deixar ele deitar e rolar em cima de uma marcação fraca (Collins, Pachulia, Thomas e Powell) enquanto os outros jogadores neutralizavam as demais opções ofensivas. Deu certo. D12 fez 46 pontos e pegou 19 rebotes, mas, tirando Nelson que fez 27 pontos, os demais jogadores foram pífios, com destaque, negativo, para Jason Richardson e Hedo Turkoglu que marcaram, respectivamente, 4 e 6 pontos. Já do lado dos Hawks, Jow Jonhson e Jamal Crawford foram os destaques, com boas participações de Josh Smith, Kirk Hinrich e Al Horford.
O jogo foi fácil e a diferença chegou a ficar em quase 20 pontos. Milagrosamente o Orlando tentou reagir no fim da partida abaixando a diferença pra 8 pontos, mas um erro infantil de Turkoglu num ataque que poderia diminuir a diferença ainda mais fez com que o time desanimasse e os Hawks roubassem o mando de quadra. É de se esperar que o Orlando venha com uma postura completamente diferente para o próximo jogo.
Nesse meio tempo ocorria um belo duelo entre Pinheiros x Franca pelo Torneio Interligas. Confesso que peguei pouco do jogo, quando liguei no Sportv já me deparei com o Hélio Rubens sendo expulso. Até aí nada demais, mas o treinador de Franca, mesmo retirado, ficou à beira da quadra passando informações. A arbitragem fez vista grossa – dúvido que não tenha visto – e nada fez. Pra mim o jogo deveria ser interrompido até que ele fosse para os vestiários. É a regra.
Mas voltando ao que importa, após a confusão Pinheiros abriu uma bela vantagem de 15 pontos, com boa atuação de Olivinha. O pivô, que marcou 16 pontos, dominava o garrafão. No último período a torcida francana começou a empurrar o time e contagiou os jogadores que pouco a pouco fizeram a diferença cair para 4 pontos. No entanto Pinheiros confirmou o bom momento que vem atravessando e se manteve a frente no placar e teve a calma necessária para administrar o jogo até o fim. Vitória por 85×77 e a equipe decide o Torneio Interligas contra o Atenas nesse domingo.
Ainda restava uma partida no dia, talvez a melhor delas – pelo menos era o que eu esperava antes de ver Chicago x Indiana.
Antes de falar do jogo há de se destacar o que esse Nate McMillan faz no Portland. A equipe talvez seja a própria definição do azar na NBA. As lesões são um problema constante na vida desse técnico, que mesmo assim consegue manter a equipe em um patamar excelente. O elenco, quando saudável, é um dos melhores da NBA na minha opinião.
Diante disso vamos a partida. Mais uma vez Nowitzki não tem vida fácil nos playoffs. E mais uma vez Nowitzki sobressai. Quem chama ele de pipoqueiro certamente não vê as partidas do Dallas. O alemão faz tudo em quadra. Hoje, diante de um Portland inspirado, principalmente com um LaMacurs Aldridge dominante, ele teve que contar com a ajuda de Jason Kidd. E a ajuda veio. Kidd foi muito bem na defesa e teve excelentes 6 para 10 em arremssos de 3 no ataque. Jason Terry, sempre do banco, também deu sua contribuição.
O destaque negativo foi de Brandon Roy. Particularmente, como fã do camisa 7 dos Blazers, eu fico triste em ver um jogador como ele no banco em plenos playoffs. Jogando apenas 25 minutos, com apenas 2 pontos. Ele está claramente sem condições de jogar e talvez a melhor coisa a se fazer seja não colocá-lo em quadra. Com ele em quadra, o time ficou menos versátil e, facilmente, os Mavs viraram a partida. A vitória, apertada, mostra que essa série tem boas chances de ir para o jogo 7.
Que venha o domingo!