Fórmula certa, momento errado

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Publicado em: 31/07/2013

Começa no dia 01/08, mais uma edição do Campeonato Paulista de Basquete – com transmissão da ESPN Brasil. Esta temporada com uma fórmula diferente dos últimos anos. Ao invés de haver divisão em grupos, serão 12 equipes (9 das quais disputam o NBB) se enfrentando em turno e returno com os 8 primeiros se classificando para os playoffs, onde cada série será disputada em melhor de 5 partidas. Regulamento simples e que pode ser chamado de “universal”, pois é aplicado a quase toda competição de basquete do planeta. Porém, devido à forma como vem sendo estruturado nosso calendário, o torneio pode ser um verdadeiro causador de aborrecimentos – confira a tabela do campeonato aqui.

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O tapinha inicial do Campeonato Paulista Masculino 2013 será no dia 01/08.

Em um passado não muito distante, o Paulista era considerado o principal torneio do país, já que a antiga Taça Brasil, competição equivalente ao campeonato brasileiro, era disputada nos moldes da Liga Sul-Americana e da Liga das Américas – tiro curto, com vários quadrangulares em uma sede fixa – e dominada pelas equipes paulistas. Nas suas 23 edições, disputadas entre 1965 e 1988, apenas em 2 ocasiões (em 1967 com o Botafogo/RJ e em 1973 com o Vila Nova/GO) o campeão não saiu do estado bandeirante. Então nada era mais justo do que afirmar que o campeão paulista era o melhor time do país. Mas os tempos mudaram e a partir de 1989, começou-se a organizar campeonatos nacionais mais elaborados e mesmo com uma evolução cheia de obstáculos e momentos de estagnação total, chegou-se ao NBB. Apesar de andarem lado a lado em termos de importância ainda por algum tempo, hoje não resta dúvida de qual se tornou mais relevante.

Quanto aos inconvenientes que irão aparecer, este artigo de Guilherme Giavonni, publicado no blog Bala na Cesta, detalha todas as complicações que o campeonato paulista pode trazer. O mais preocupante será a sobreposição de datas (lembram-se do ano passado, quantas vezes a decisão do Paulista foi adiada?) além do torneio não funcionar como um difusor do esporte, pois como dito anteriormente, 9 das 12 equipes participantes já estão no NBB, causará um desequilíbrio no preenchimento do calendário: enquanto os 9 membros da liga nacional terão jogos programados até abril de 2014, os outros 3 (XV de Piracicaba, Rio Claro e Jacareí) tem partidas garantidas até novembro.

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Pinheiros e São José decidiram a última edição do Paulista de Basquete.

E por tabela, o próprio NBB tem grandes chances de sair prejudicado, afinal a abertura do campeonato nacional está marcada para 09/11, data na qual o Campeonato Paulista deverá estar em sua fase mais aguda, o que pode diluir a expectativa do início da competição nacional. Em toda competição decente que se preze, a abertura é um momento chave e que deve ser feito com “pompa e circunstância” (na temporada passada, como já escrevi por aqui antes, Tijuca X Minas abriram o NBB 5 quase que de maneira clandestina). E nunca é demais lembrar: todas as vezes que NBB e Campeonato Paulista ocuparam algum espaço em comum (edições 1, 2 e 5), os paulistas não chegaram a final. Também concordo com o colega Guilherme que o Campeonato Paulista não deveria acabar, mas sofrer a uma diminuição radical de datas, talvez transformando-o em uma versão tupiniquim da Summer League da NBA, que acontecem na inter-temporada da liga.

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Conhecidos da torcida, Murilo Becker (Bauru) e Caio Torres (São José) defenderão novas cores em 2013.

Abre o olho!

E alguém avise a Federação Paulista de Basketball que ela deve se preocupar com outras coisas mais importantes (cuidar bem de seus filiados que não estão no NBB e fortalecer seus campeonatos de base, por exemplo). O basquete profissional do país já não está mais sob suas rédeas.

Apostas

Como de praxe, a coluna dá seu palpite. No Paulista, acho que chegou a vez de Bauru comemorar seu 2º título. Pinheiros, Franca e São José serão seus principais concorrentes.

Pelo mundo

A temporada de seleções também está aberta. Muita coisa vai rolar até os selecionados definirem seus elencos, mas os pedidos de dispensa têm ocorrido em doses industriais este ano. Na seleção russa, até o técnico grego, Fotis Katsikaris (ex-treinador do Bilbao da liga ACB), abandonou o barco sem sequer ter dado um treino. Cenário propício para surpresas no Eurobasket e na Copa América.

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