Franca varre São Bernardo e é campeã paulista

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Publicado em: 20/02/2008

Depois de um começo não muito comum, a energia no Ginásio de São Bernardo caiu quando o placar ainda contava dois a um para o time da casa, a equipe francana tratou de botar o jogo dentro da lógica da série e virou o placar anulando a equipe de José Neto a apenas dois pontos e o forçando a parar o jogo. Depois do tempo técnico o jovem treinador botou em jogo o armador Biro, ex-Ribeirão Preto, e impôs uma defesa agressiva forçando Franca a erros seguidos e gerando contra-ataques, ao fim do primeiro período São Bernardo ganhava por 21×16, com Biro e Wanderlei combinando 15 pontos, e já contava com 5 recuperações de posse na conta.

Enquanto mais de duas mil pessoas acompanhavam o jogo no Pedrocão através de telões, o time da ULBRA – que já tem nova sede em Rio Claro – teve dificuldades em conseguir treinar no Ginásio Poliesportivo de São Bernardo.

Sem deixar o ritmo cair, São Bernardo continuou a incendiar o jogo com uma bola de três do Danilo e logo teve a resposta com uma jogada de quatro pontos do armador Helinho, cesta de três mais falta e conversão do lance livre. O forte garrafão do time da casa com André Bambu e o argentino Pedro Calderón deu a segurança ofensiva necessária contra um garrafão que jogava apenas com o pivô Drudi, acompanhado sempre de um ala jogando na posição 4. Na segunda metade do período, Franca ameaçou uma reação com duas bolas de três seguidas do armador de franca, que já somava dez pontos no período. A ameaça tornou realidade quando mais uma vez, Helinho, deixou mais uma de fora da linha. Diego ainda trouxe o São Bernardo de volta ao placar com uma bola de três no fim do período, que ficou 41×39 para os francanos.

O primeiro tempo merece um parágrafo a parte para a exibição de Helinho, que fechou a etapa com 19 pontos, 3 assistências e um roubo de bola. O ex-armador da seleção nacional achou bolas impossíveis – as famosas forçadas – que deixaram Franca ainda na disputa e posteriormente viriam a devolver a liderança ao time. Também merece destaque a fraca exibição do lateral Márcio que saiu no meio do segundo período com quatro faltas na conta.

Após dois minutos de jogo, o armador Matheuzinho de Franca anotou os primeiros pontos do terceiro período, com 3:30 o jogo ainda estava 4×2 para os visitantes na terceira etapa. Depois de um conta-ataque com cesta e falta, Diego retomou a liderança para a equipe do ABC. Mesmo jogando com um pivô, o solitário William Drudi já anotava o duplo-duplo com três minutos faltando para o fim do quarto. Claramente preocupado com o volume de jogo do time da casa, o treinador Hélio Rubens pediu uma marcação pressão para dificultar a transição e acalmar os animos por parte dos jogadores de São Bernardo, que não haviam mostrado tanto volume de jogo em nenhum jogo da série até então.

O jogo permaneceu parelho, lá-e-cá, até o fim do período com bolas de Helinho, contra-ataques de São Bernardo, acabando em 60 x 59 com a vantagem do time da casa.

Dez minutos separavam Franca do título, e São Bernardo não parecia disposto a facilitar a vida dos comandados de Hélio Rubens, os times resolveram partir pra cima, soltaram o freio de mão e durante alguns minutos no começo do período as equipes confundiram velocidade com pressa, comprometendo o ataque e não pontuando nos primeiros dois minutos do quarto, apesar das constantes trocas de posse. Poucos segundos após entrar em jogo, Márcio foi eliminado com a quinta falta e Franca ficou sem um importante jogador que contribuiu bastante durante o campeonato, mas apenas 5 no jogo de hoje.

São Bernardo custava a resistir, sempre emparelhando o placar e dificultando, mesmo depois de quatro pontos seguidos com a participação de Helinho (assistência para o pivô Drudi e um chute livre da zona morta), André Bambu conseguiu uma jogada providencial juntando a cesta, a falta e ainda pendurou o ala Felipe, de Franca. A resposta veio em seguida com uma bola de três, livre, do topo do arco, Rogério abriu uma vantagem de dois pontos, acrescentando mais um de um lance livre na jogada seguinte.

Com um minuto e vinte para o fim do jogo, Franca a frente, o ala Danilo teve dois lances-livres e só converteu o primeiro, deixando São Bernardo do pivô Calderón, 12 pontos e dez rebotes, em situação complicada. Com trinta e dois segundos, ao estouro do cronometro, numa bola que sobrou para o arremate não convertido de André Bambu, o pivô argentino fez uma carga faltosa no ala Rogério, que converteu os dois lances e abriu difíceis quatro pontos de vantagem. A jogada desenhada pelo técnico José Neto para um rápido tiro de três acabou em falta no ala Diego, com mais de uma posse no relógio, e dois lances convertidos.

Os dois pontos tornaram-se possíveis, Hélio Rubens desenhou a jogada para fugir de uma pressão do time do ABC, que se recusava a fazer a falta devida a vantagem no relógio, e com um chute desequilibrado do ala Fransérgio, Rogério pegou o rebote e sofreu a falta, convertendo os lances livres e deixando apenas um segundo e meio para São Bernardo fazer sua graça. A vitória já estava decretada, os jogadores de Franca comemoravam, Rogério pedia para já irem abrindo a champagne, José Neto deu o último gás a seus jogadores, pediu para acabarem o jogo de cabeça erguida, e com o chute convertido do ala Diego, Franca sagrou-se campeão paulista pela décima primeira vez – a segunda seguida – por 76 a 75 e três a zero na série melhor de cinco.

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