Hora de mudanças em Milwaukee
A 1ª rodada dos playoffs chegaram ao fim e nesta temporada apenas 2 equipes não tiveram o gostinho de vencer sequer uma partida: o badalado e bagunçado Lakers, que mesmo eliminado deve dividir espaço no noticiário com os times que ainda estiverem na corrida devido à sua gigantesca força midiática e, o humilde Bucks, o cão sarnento da pós-temporada.
Como notícia da turma da Califórnia não vai faltar, vamos analisar o que pode acontecer com a franquia do estado de Wisconsin, que já foi casa de jogadores como Kareen Abdul-Jabbar, Oscar Robertson e Ray Allen.
Com uma campanha de 38 vitórias e 44 derrotas na fase regular, sendo 15 vitórias e 28 derrotas contra equipes que foram aos playoffs e uma série que mal fez o time de Miami transpirar, o sentimento de dever não cumprido foi dominante neste fim de feira.
A 1ª mudança pode ser fora da quadra. E pode ser explicada através de uma operação matemática: provável permanência dos Kings em Sacramento + a obsessão de Chris Hansen e sua turma em ressuscitar os Supersonics em Seatlle + a liga não tem interesse em expansão + 0 Milwalkee tem uma das arenas (Bradley Center) mais antigas + direção da NBA tem mostrado um grande apreço à construção de novas arenas, principalmente aquelas construídas com dinheiro público + nenhum movimento por parte da cidade de Milwaukee em construir uma arena nova = Bucks são um candidato em potencial para uma realocação.
Ainda são apenas rumores, mas por via das dúvidas, o dono da franquia, o senador Herb Kohl, teve um papo com David Stern durante o jogo 4 da série entre Bucks e Heat.
Dentro de quadra, após serem destroçados pelo Heat, as mudanças já começaram. O primeiro a limpar o armário foi o técnico tampão Jim Boylan. Mesmo tendo assumido a equipe em janeiro e, curiosamente, pela 2ª vez no lugar de Scott Skilles (ocorreu o mesmo em 2007, quando Skilles deixou os Bulls), Boylan nunca foi efetivado como técnico principal, permanecendo como interino todo o restante da temporada.
Sob o seu comando foram 22 vitórias em 50 jogos. Suas principais contribuições durante este período foram recuperar Ersan Ilyasova – médias de 9,0 pontos e 22 minutos com Skilles passaram a 16,1 pontos e 30,9 minutos com Boylan – e desenvolver ainda mais o jogo de Larry Sanders – passou de 8,0 pontos e 8,4 rebotes por jogo a 11,2 pontos e 10,4 rebotes. Para ocupar o cargo de técnico estão cotados Kelvin Sampson, ex-assistente da franquia e atualmente com os Rockets, Stan Van Gundy que já foi treinador da Universidade de Wisconsin, Brian Shaw, assistente técnico dos Pacers e que foi assistente de Phil Jackson em Los Angeles e a até mesmo Lionel Hollins dos Grizzlies, que está em seu último ano de contrato e ainda não renovou com o time de Memphis.
E a grande charada que o futuro treinador terá que solucionar é de como fazer Monta Ellis e Brandon Jannings atuarem juntos. Considerando apenas a soma da produção individual de cada um, elas resultaram em 36,7 pontos e 13,5 assistências. Também são responsáveis por imprimir um ritmo veloz, pois a maior parte dos arremessos da dupla ocorreu antes dos 10 segundos de posse de bola, colocando a equipe como a 3ª em número de posses por 48 minutos (97,32). Juntos foram responsáveis por 3,7 roubos (forçando os adversários a cometerem 17 erros a cada 48 minutos, Milwaukee foi o 2º neste item). Porém, quando os 2 estiveram ao mesmo tempo na quadra, os Bucks apresentaram uma média de 3,7 pontos a menos que o adversário (a mais baixa de todas considerando as combinações entre os titulares). Uma marca sofrível para os 2 principais pilares do time (como comparação, quando Lebron James e Dwyane Wade estão juntos em quadra, o Heat marcou 8,2 pontos a mais que o oponente). A velocidade também não foi aproveitada, pois o time marcou apenas 13,4% dos pontos em contra-ataques, somente a 16ª melhor marca da liga.
Jennings será ‘free-agent’ restrito e em março já deu um aviso à diretoria que não quer só dinheiro e sim, um time que possa competir. Ellis tem opção de assinar por mais uma temporada (por U$ 11 milhões, o que comprometeria a folha salarial), mas sinalizou que testará o mercado. Se para Skilles e Boylan foi um problema achar um meio de fazer os 2 irem bem juntos, o próximo treinador poderá ter um problema bem maior: não contar com nenhum deles.
Para mais estatísticas, acessem: NBA.com/stats, 82games.com, Basketball Reference e Journal Sentinel.