“I Have a Dream”, por Chiaretto Costa

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Publicado em: 19/11/2008

Eu gostaria de, ao repetir a frase do grande mártir da liberdade, da justiça e da igualdade, Martin Luther King, escrever sobre alguém que sonhou por um basquete livre. Inspirado pela onda Obama, não consigo deixar de associar o sonho do Grande Martin ao de basqueteiros verdadeiros e não de oportunistas baratos e incompetentes.

O personagem em questão é o técnico de basquete paraibano, medalhista olímpico( um ouro-Atenas e um bronze-Pequim), Rossini Freire, que tive o prazer de conhecer em 1997, em Pindaminhagaba(SP), no primeiro campeonato de base realizado pela era Grego. Foi um infanto feminino onde jogaram algumas atletas que brilham hoje no Brasil, como a mineira Fernanda Beling, da seleção brasileira,a carioca Fabiana Manfredi, do São Bernardo do Campo, entre outras, além de personalidades que se fizeram presentes como José Medalha, que começou trabalhando com a administração Grego e logo depois se desligou (Por que será?), as técnicas Maria Helena Cardoso e Heleninha, enfim, era o início da remissão do basquete.

E o que fez de tão extraordinário Rossini Freire? Pensei em fazer um telefonema para ele e levantar informações sobre sua trajetória, mas resolvi digitar seu nome no Google e usar das informações que guardo na mente sobre essa extraordinária figura.

No segundo dia da competição, um grupo de técnicos conversava concentradamente, e hoje eu consigo me recordar do técnico do Maranhão, o Betinho, do Rio Paulo César Mota, Agilson Alves, de Alagoas, e mais alguns. Quando me aproximei, vi que um dos técnicos respondia a questionamentos dos demais sobre preparação física. Métodos, duração, equipamentos. Confesso que fiquei tonto e ali eu entendi o quanto tinha que estudar para me tornar um técnico razoável e para me tornar um grande técnico, o caminho era bem mais longo.

Rossini, aquele que respondia às questões impostas pelos demais, um cara de fala mansa e tranquila, sem soberba e que ensinava e transmitia seus conhecimentos aos seus colegas e rivais sem a menor cerimônia. Pensei” é assim que eu quero ser”. Como nunca perdi tempo, continuei mantendo contato com o mesmo depois da competição e confesso que cheguei a importuná-lo em algumas ocasiões, pedindo material didático de treinamento, serie metódica, novas literaturas de basquete, ou seja, não desgrudei dele.

Rossini tinha uma grande insatisfação com os rumos do basquete da Paraíba, dirigido pelo falecido presidente da federação Totonho e se candidatou a presidente. Houve um grande imbrólio e ele terminou perdendo na justiça o mandato para o próprio Totonho, então da base de apoio do Grego na sua segunda eleição, e aí veio a pior parte. Desiludido, decidiu não mais fazer força pelo basquete, não que ele tivesse abandonando o esporte, como muitos nomes importantes já o fizeram, mas porque iria se dedicar a um projeto verdadeiramente sério. Foi a última vez que nos falamos por telefone. E então foi contratado pela CBV. É isso mesmo, os caras do vôlei que são bem espertos ou bem sérios, contrataram o Rossini que era preparador físico da dupla Zé Marco e Emanuel, para dar os cursos de preparação física da CBV. Depois a dupla se tornou, Ricardo e Emanuel.

Na final da Olimpíada de Atenas quando a dupla ganhou o Ouro, o Ricardo agradeceu ao Rossini na TV para o Brasil todo ver e agora o Emanuel o fez em Pequim. E mais, ele foi inscrito como técnico da dupla da Geórgia que foi quarta colocada na mesma Pequim. Hoje, Rossini Freire se tornou referência internacional no esporte, no voleibol, como se não bastasse o basquete perder os atletas iniciantes para o voleibol, vamos perdendo agora também os técnicos. As duas medalhas que o basquete tem em Olimpíada recentemente, foram conquistadas no vôlei, com o Rossini. Será que o pessoal da CBB tem conhecimento disso? O Manteiga( Supereritendente Técnico da CBB) ou mais alguém que trabalha lá ao menos sabe quem é Rossini Freire?

Quero parabenizar os editores do DB por estarem ligados na eleição da CBB que dicide o futuro de tantos profissionais e amantes do basquete no Brasil e dizer que, assim como o Rossini, eu tenho um sonho, e que o que é benefício de todos seja a prioridade na CBB e não que a mera manutenção de poder pelo poder defina acordos que lançam à sorte todo um esporte.

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Muda CBB

Rumores vindos do litoral paulista aponta para uma movimentação da idéia Muda CBB, encabeçada na eleição de 2005 por José Medalha. Alguém está se mexendo pelo menos.

Chiaretto Costa, é colunista do Draft Brasil e treinador do UNIASSELVI/Timbó.

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