#ibelieve ou, como Adrianinha e Alessandra ajudaram a mudar o mundo.
Esse sábado, 2 de março, tinha tudo para ser só mais um. Um dia em que o basquete entraria em quadra também, em que o Sport jogaria com o seu time feminino para disputar mais uma partida da Liga Nordestina de Basquete. E venceria o time do Náutico por 51×31. Tinha tudo para ser, mas não foi.
Não foi porque na quadra do ginásio Jorge Maia, onde o leão manda os seus jogos na LBF, 40 crianças, daquelas de emoções sinceras e sorrisos verdadeiros, corriam de um lado para o outro driblando com a bola laranja sob a instrução de ninguém menos que Adrianinha e Alessandra.
As duas jogadoras idealizaram o projeto #ibelieve e, com o apoio da Cultura Inglesa, chegaram a Biblioteca da comunidade Caranguejo Tabaiares, uma das mais humildes e violentas do Recife.
– Eu vim de um projeto. De uma comunidade pobre que tinha um projeto de esportes. Eu saí disso e acredito que elas podem fazer o mesmo também – disse Adrianinha e completou – Primeiro eu sou baixinha, depois no basquete de Franca só tem masculino. Todo mundo questionava mas eu já cresci com a paixão pelo basquete, eu cresci com aquele Pedrocão lotado – relembrou.
Com dois grandes exemplos passando suas histórias de vida, suas experiências pessoais e esportivas, as crianças passaram o dia inteiro aprendendo sobre o jogo e ouvindo uma boa história para se espelhar.
– A emoção é muito grande. Uma menina dessas de 6 anos chamar você no canto e falar “Pô, sua carne é maravilhosa!” isso pra mim é mais do que qualquer outro tipo de elogio. Pra mim vale muito mais um elogio de uma criança dessas do que de qualquer outra pessoa – contou Biba Fernandes, chef do Chiwake que, em parceria com Jeff Colas do Maison Bonfim, preparou um almoço reforçado para a meninada.
Da comunidade Caranguejo Tabaiares também veio Mô, pivô do time adulto do Sport, que venceu todas as dificuldades que a vida lhe impôs e conseguiu isso através do basquete. A atleta, que foi personagem dessa bela matéria do Diário de Pernambuco, recebeu na quadra, na frente de todos os meninos da sua própria comunidade, uma bolsa integral da Cultura Inglesa.
– Isso pra mim vale mais do que qualquer título de liga. Isso é a prova para essas crianças de que existe opção. – disse Roberto Dornelas, treinador do Sport.
Ao final de tudo, Adrianinha ainda guardava uma ótima notícia para os meninos: as portas da quadra do Ginásio Jorge Maia estará sempre aberta para eles. Os que quiserem seguir treinando poderão fazê-lo de forma gratuita, todos os custos serão bancados pelo próprio Sport.
O que fizeram Adrianinha e Alessandra neste sábado, que já não tinha mais nada de mais um, foi muito mais do que uma clínica de basquete. Muito mais do que um evento social. As duas jogadoras, com muito sucesso e experiência na bagagem, deram as crianças um novo ponto de vista. Deram aos meninos a primeira oportunidade de mudar a sua vida através do jogo, deram a eles esperança. Que venham mais edições do #ibelieve e podem deixar que nós do DB estaremos de olho em todas elas.