Infelizmente, não é exclusivo do Masculino
O Draft Brasil é um site que, em seus 5 anos, reconhecidamente sempre teve a sua atuação voltada para o basquete masculino. Porém estamos de olho no que as meninas produzem, internamente e internacionalmente. Na alegria e na tristeza, estamos observando também o basquetebol que nos últimos anos deu resultados orgulhosos e viveu duas décadas incrivéis. E esperamos claro, entrar na terceira década de resultados excelentes.
Porém, foram recentemente disputados dois torneios internacionais com resultados negativos. E o sinal de alerta está soando. No Mundial Sub-19, na Tailândia, conseguimos 4 vitórias e 4 derrotas e ficamos em 9º Lugar. No torneio continental, válido como classificação para o Mundial Sub-17 do ano que vem, terminamos em 4º lugar e estamos fora do torneio mundial (eram 3 vagas).
O ponto em comum e também de atenção total nesses dois torneios citados é o fato de Estados Unidos, Canadá e Argentina estarem na nossa frente. No Mundial Sub-19, EUA ficou com o outro e a Argentina bronze. Canadá foi o quatro. Na Copa América Sub-16, EUA em primeiro, Canadá em segundo e Argentina em terceiro. Dessa forma, estamos enfrentando times fortes nas categorias de base, todos do nosso continente, o que só nos deixa em uma posição: trabalhar, trabalhar e trabalhar.
Ainda mais incômodo é assistir que estamos ficando atrás da Argentina também na base feminina. Após ficarmos no masculino, adulto e base, ver o mesmo se repetir com as jovens meninas, é ter uma idéia do que poderá ocorrer daqui alguns anos na categoria adulta.
Mas por que atrás das vizinhas ?
Nos dois torneios citados, perdemos da Argentina. E não foram resultados, pelo que indica o placar final, feitos pela sorte delas e/ou azar nosso. Na Copa América Sub-16, levamos um sonoro 64 x 47, com incriveis 30 x 11, isso mesmo 11, no primeiro tempo e ficamos fora do Mundial a ser disputado no ano que vem. No Mundial Sub-19, perdemos de 70 x 46, com box score disponível aqui.
Ou seja, são duas vitórias em dois momentos decisivos, em dois torneios de extrema importância. E duas derrotas para refletir e analisar o que estamos fazendo. A hegemonia sulamericana, que tínhamos no masculino, foi totalmente dizimada na última década. No feminino, esperamos caminho diferente.
Hoje, ainda temos tempo no feminino para rever o que estamos fazendo. O porquê destas derrotas, o porquê dos resultados aquém do esperado. A história recente do masculino, se que é pode tirar algo de proveito, é positiva nesse ponto. Não deixar as derrotas como mero acaso, como sorte alheia e azar nosso, como caminho para as desculpas facéis que estamos tão mal acostumados a receber, ouvir e ler.
Hortência, a principal dirigente do basquetebol feminino nessa nova admnistração, tem trabalho a fazer. Popularizar o basquetebol entre as meninas, trazer conceitos novos na CBB, tentar realizar um Nacional feminino de qualidade e que não seja apenas uma extensão do Paulista com mais 2 equipes de fora. Além disso, é essencial enviar técnicos da base para o Mundial sub-17 em 2010, para ver ao vivo e trazer material de estudo para sabermos em que nível elas estão lá fora. Enfim, tem muito o que ser feito para não deixar o feminino caminhar pelo abismo que o masculino andou nos últimos tempos.
Torcemos para que seja feita a real análise destes dois resultados que nos deixaram assustados. Que possamos vestir a manta da humildade em reconhecer erros (que evidentemente estão ocorrendo) e principalmente, em não teimarmos em repetí-los em eventos futuros.
As meninas tem sido o orgulho de nosso basquetebol e esperamos que o masculino alcance as glórias das mulheres e não as meninas tomem o rumo contrário e desçam ladeira abaixo. Seria triste demais para a modalidade perder o resto de orgulho que temos. O feminino não merece cair no ostracismo que estamos no masculino. As sementes acima, devem ser semeadas agora, para podermos fazer a colheita produtiva no futuro!