Isso é Franca
Quem viu, viu, quem não viu, tente ver, de algum jeito.
Pois nessa noite, jogou-se o melhor basquete de nossas terras há muito tempo.
Com defesas dedicadas, craques brilhantes e torcida empolgante. E tudo isso valendo semifinais.
Depois de ver Brasília e Flamengo duelando inúmeras vezes, as vezes em um bem intencionado porém limitado desenho tático rubronegro, ou umas ousadias malsucedidas de Lula, ter Hélio Rubens de volta às manchetes é um colírio. Se o ano passado Franca errou demais, das contratações aos jogos decisivos (embora tenhamos que lembrar que deu bastante trabalho ao Brasília), dessa vez o time vem encorpado para uma série que promete ser excelente.
E que sejamos justos: a comissão técnica do Flamengo conseguiu imprimir um padrão defensivo interessante, como há muito não se via. Os números, de fato, já mostravam a evolução defensiva da equipe. Mas foi possível ver em quadra mais do que simplesmente estatísticas. Além disso, Hélio esteve fantástico, ao lado do sempre dominante Marcelinho. Mas o garrafão do Flamengo é muito frágil para um time de ponta. Com Teichmann e Jefferson baleados, a coisa apertou.
Se as quartas de final deram sono, as semifinais abriram o apetite.
Não há como não dizer que foi a torcida francana a principal arma da equipe para uma virada espetacular. Ricardo, Helinho e particularmente Rogério estiveram em noite excelente. Mas o pulmão que acertou a defesa no segundo tempo vai muito além dos rabiscos de Hélio Rubens: é a dedicada massa francana.
Ahh
Teve também a outra semifinal, que reuniu Minas e Universo.
O time de Flávio Davis caminhava para uma vitória espetacular, mas um problema muscular no sempre brilhante Facundo Sucatzky lhe tirou da batalha e derrubou qualquer pretensão mineira.
O jogo foi melhor do que agora parece. O problema é que Flamengo e Franca foram tão espetaculares, e a torcida do Pedrocão deu um show tão entusiasmado que lembrar da morosidade da transmissão via tubão e do silêncio em BH acaba depondo contra o confronto que abriu a noite.
Se Facundo voltar, o Minas tem chances reais de roubar uma vitória na capital federal (foi a única equipe a ter feito isso esta temporada). Caso contrário, Universo caminha a passos largos para mais uma varrida e à espera de camarote pelo seu rival na final.
Guilherme de Paula
guilhermetadeudepaula@gmail.com
Foto: Imprensa/LNB