Jogo das Estrelas 2011: o sistema de votação
O Jogo das Estrelas 2011 do NBB promete despertar a atenção do basqueteiro. Afinal, nesta temporada, a partida ganhou um formato muito mais atrativo e competitivo, colocando de um lado jogadores brasileiros, e de outro, os estrangeiros. Além disso, o evento será realizado no Vaticano do basquete brasileiro: a cidade de Franca.
Com a mudança no formato do jogo principal, a LNB também entendeu por bem modificar o sistema de votação para definir os participantes. Neste ano, numa primeira etapa, técnicos, assistentes, membros da mídia especializada e personalidades do basquete receberam cédulas de votação através das quais poderiam escolher 5 atletas, mais um técnico, para cada equipe. Nessas cédulas, os atletas deveriam ser escolhidos através da seguinte divisão: 1 armador, 2 alas e 2 pivôs.
O resultado dessa votação já foi anunciado no site da LNB. Agora, numa segunda etapa, caberá ao voto popular escalar o quinteto titular de cada uma das equipes.
Não obstante o novo formato seja uma evolução sobre os sistemas anteriores, dificultando eventuais tentativas de manipulação como ocorreu em 2009 e também as chamadas “escolhas de campanha” como ocorreu em 2010, quando Guilherme Filipim tornou-se uma das “estrelas” mais votadas, o fato é que o sistema ainda pode ser aprimorado.
Para começar, confesso que tive muita dificuldade em alocar os jogadores nas posições propostas pela LNB. Isto porque a figura do pivô está cada vez mais em extinção, não apenas aqui no Brasil, como no basquete internacional, em geral. São inúmeras as equipes que jogam sem o tal do cincão: Franca, São José, Limeira, dentre outras, enquanto que nenhuma das 15 franquias do NBB joga com 2 homens plantados no garrafão.
Isso talvez tenha acarretado na mais significativa distorção no resultado, qual seja, a presença de vários pivôs que, pela atual temporada, não mereciam estar no Jogo das Estrelas (Baby e todos os pivôs estrangeiros, com exceção do Jeff Agba), e a ausência de muitos armadores que não deveriam ficar de fora (Fúlvio, Mark Borders, Ronald Ramon…).
Assim, estaria mais próxima da realidade das quadras uma cédula em que fosse possível escolher entre 2 armadores, 2 alas e 1 pivô.
Uma outra sugestão a se considerar seria a instituição de votos com peso, isto é, em que o eleitor pode votar não apenas na primeira opção, como também numa segunda e numa terceira, atribuindo-se diferentes pesos para cada uma.
Isso é necessário na medida em que, no sistema atual, a votação quase unânime para determinada posição acaba por valorar exageradamente o voto daqueles que fogem ao senso comum. Por exemplo, se entre 60 eleitores, 59 votarem em Larry Taylor para armador, o único a pensar diferente será exatamente aquele que definirá um segundo armador na equipe, pouco importando a opinião da maioria sobre o mérito ou não daquele segundo jogador.
Enfim, não há sistema de votação completamente justo para uma partida de Jogo das Estrelas. Vemos críticas em todos os lugares do mundo, principalmente na NBA. Contudo, por aqui, uma ou outra aresta poderiam ser aparadas para aperfeiçoar o sistema, garantido ao público os melhores.