Jogos da Lusofonia: Brasil em 4º Lugar – A lição Lusitana
O Brasil perdeu, minutos atrás, de Porgual, por 95 x 71, na disputa de terceiro lugar nos Jogos da Lusofonia 2009.
A Seleção B dirigida por José Alves Neto, sucumbiu ontem para Angola e hoje para Portugal (que perdeu para Cabo Verde na outra semi-final).
O que podemos tirar de positivo dos torneios disputados em Portugal, é muito pouco. Mas deste pouco, uma coisa é certa, hoje temos certeza que alguns atletas estão longe, muito longe de poderem se aventurar em solo internacional vestindo a camisa do seleciona nacional.
Que no primeiro torneio (o que vencemos !), o trio Finlândia, Angola e Portugal representa um basquetebol de segundo ou terceiro escalão, no âmbito internacional, não podemos imaginar o que significa enfrentar Guiné-Bissau, por exemplo.
Tenho lido várias críticas, aqui no Draft Brasil e em blogs de basquetebol, que a imprensa bate muito quando perdemos estes nível de jogos, mas não elogia o “suficiente” quando vencemos, caso do torneio da semana passada.
Só posso pensar que elogios são feitos quando necessários e alguns casos realmente foram nestes dois torneios. Olivinha que se mostrou bem em alguns jogos, Paulão também. Tavernari também teve destaque em alguns jogos. Porém, as críticas existem pois não é comum perder para Angola e para Portugal (mesmo estes com times completos), não pela derrota em si, mas pelo nível do basquetebol apresentado.
Perde-se muito tempo dando importância desproporcional à vitórias em torneios secundários (neste caso nem isso, este é) ao invés de treinarmos duro para os jogos mais importantes (Copa América). Perde-se muito tempo arrumando desculpas esfarradas à cada tropeço do Brasil, ao invés de serem feitas análises frias e coerentes sobre o contexto dos tropeços.
A questão não é vencer ou perder para Angola, Guiné-Bissau ou Portugal. A questão é jogar bem. Jogar o jogo de forma correta. Ter um padrão-tático de jogo que seja lógico, coerente com o que temos nas mãos. E não tentar impor algo que não vendo dando certo faz anos. Logo, como não temos nada do que foi citado acima, é evidente que as chances de perder aumentam bastante, seja para Portugal, Finlândia, Angola ou qualquer outra seleção mediana do planeta.
As atenções vão virar, logo mais, para a Copa América. Classificar para o Mundial ? Temos chances monstruosas de fazer. São 4 vagas, se não passarmos na quadra, ainda tem a chance do passaporte via convite-FIBA. Ou seja, no Mundial de 2010, estaremos jogando a bola ao alto. Porém a questão é a qualidade de jogo que não temos ainda. A desorganização em quadra, tudo que está sendo dito, pelo menos desde o Pré-Olímpico de 2001 (aquele que ficamos em sétimo entre oito equipes das Américas, nosso pior torneio adulto da década) e que continuamos sem evolução.
As críticas, sobre o que vimos de assustador ao perder de Angola e Portugal, não são pessoais, direcionadas à A, B ou C. A crítica é novamente sobre o que estamos fazendo com o basquetebol dentro de quadra. (Pois fora, a batalha parece fadada ao fracasso).
Estes torneios em Portugal, repito, servem de alerta para: Alguns detes atletas não tem nível para jogar torneios do porte que vimos, o que dirá um Mundial Adulto, uma Copa América ou, o sonho maior, Jogos Olímpicos.
Esta é a lição lusitana. Analisarmos friamente o que foi feito neste período de junho/julho com estes que serviram a Seleção B. Saber indicar os erros aos atletas e mostrar onde eles podem melhorar e o principal, entender que hoje, não temos um Seleção A, quanto mais querer inventar uma Seleção B.
O saldo da viagem à terra de Camões é negativo. Enfrentamos seleções que não fazem parte do primeiro escalação do basquetebol. Tivemos dificuldades com as mesmas, sendo que contamos com alguns destaques do nosso campeonato interno. Perdemos dois jogos, sendo um deles, passeio português em quadra.
Qual será o saldo da viagem para a Copa América ? Qual será o saldo do próximo Mundial Adulto ?
Estas dúvidas nós vamos tirar logo mais. Em 1 ano, teremos respostas. Pelo andar da carruagem, a idéia não pode e nem deve ser diferente de treinar, treinar, treinar e treinar. O selecionado A.
Observações:
1 – É interessante a idéia de Seleção A, B, C. Cada Seleção para disputar os torneios que convém. Porém a forma que isso foi levada na viagem para Portugal, poderia ter sido diferente. Convocação da Seleção A com a B disputando torneio, pode ter provocado desânimo dos que não terão mais oportunidades no time A, além claro, mudança de foco para os que entraram no time A e ainda tem os jogos com o time B, de importância relevelante, para cumprir.
E sigo com a idéia de que, em alguns casos, era melhor reunir a Seleção Juvenil para os garotos terem chances de jogar. A Lusofonia foi um torneio que poderia ter sido utilizado neste sentido.
2 – Quando iremos enfrentar, em amistosos, equipes que de fato podemos tirar algum proveito de estarem em um escalão superior ? Grécia, Turquia, Itália, França, Espanha, Eslovênia, Alemanha, Porto Rico, Argentina, Austrália, Croácia, Sériva, Lituânia, entre outras. Deveríamos utilizar nosso tempo para fazer série de jogos contra estes times. Já cansou enfrentar Canadá e afins por aí … era hora de fazermos uma agenda com o maior número possível de jogos interessantes. Para o Mundial de 2010, ainda dá tempo.