Lançado o sopro de esperança
Nesta segunda-feira, foi oficialmente lançado em São Paulo o NBB (Novo Basquete Brasil), campeonato organizado pela recém-criada LNB (Liga Nacional de Basquete).
Supostamente independente em relação à Confederação Brasileira de Basquete, o campeonato seria gerido e organizado pelos próprios clubles, cabendo à CBB tão-somente as tarefas de cuidar da parte técnica, apontar os árbitros e organizar os registros de jogadores e das transferências.
Em tempo, a criação do NBB até o momento sequer foi mencionada no site oficial da CBB, o que, diga-se, é muito mais positivo do que negativo.
O lançamento oficial do campeonato revelou algumas informações até então pouco divulgadas pela LNB.
O campeonato será disputado por 15 franquias: Lupo / Araraquara; Conti / AMEA / Assis; GRSA / Bauru; CETAF / Garoto / UVV / PMVV; Vivo / Franca; Flamengo / Petrobras; Universo / BRB; Ciser / Araldite / Univille / Joinville; Winner / Limeira; Pitágoras / Minas Tênis; Paulistano / Amil; EC Pinheiros; Saldanha da Gama; São José / Unimed / Vinac; Univates / Bira.
É de se lamentar, desde já, a concentração de equipes das regiões Sul e Sudeste no campeonato. Das 15 equipes, apenas o Universo/BRB, franquia da capital federal, está fora desse eixo. Aliás, com exceção de São Paulo, representada por nada mais nada menos do que 8 franquias, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina serão representados por apenas um clube cada. O Espírito Santo é o único outro estado que conta com mais de uma franquia (CEFAT e Saldanha da Gama).
Formou-se, portanto, basicamente um campeonato paulista de luxo, o que não colabora em nada para a a universalização do basquete, principalmente nas regiões Norte e Nordeste.
Foi divulgado ainda que cada franquia precisou pagar uma cota no valor de R$ 40.000,00 para participar da liga, valendo-se a LNB de um modelo muito utilizado nas grandes ligas internacionais e que estimula a competitividade das equipes.
O campeonato terá início no dia 23 de janeiro de 2009 e o seu formato será de enfrentamento direto entre todas as equipes em turno e returno, classificando-se as 8 primeiras colocadas para os playoffs, que serão disputados em séries melhor de cinco, até ser conhecido o campeão.
Kouros Monadjemi, presidente da LNB, anunciou na festa de lançamento que pretende fazer um Jogo das Estrela entre os jogadores nacionais e estrangeiros no intervalo entre o turno e o returno do campeonato.
O presidente lamentou, entretanto, não poder fazer uma partida promocional entre Flamengo e Franca, em virtude da reforma que vem sendo realizada no Maracanãzinho.
A primeira versão do site oficial da LNB, apesar de graficamente tosca e de ainda não contar com a tabela do NBB, possui algumas informações interessantes como, por exemplo, os nomes dos ginásios de cada franquia e os seus respectivos endereços.
Parece piada, mas uma das maiores dificuldades do torcedor em todo e qualquer campeonato organizado pela CBB era descobrir em qual ginásio seria realizado determinada partida com uma antecedência mínima razoável.
Uma feliz constatação é a de que o Flamengo supostamente mandará as suas partidas no Maracanãzinho (capacidade para 12 mil torcedores) e que o Universo receberá os seus visitantes no Ginásio Nilson Nelson (capacidade para 11 mil torcedores). Um verdadeiro alento para o esporte brasileiro, juntando-se ambos ao Pedrocão de Franca (capacidade para 6 mil torcedores) como verdadeiros templos do basquete. Resta saber se essas informações realmente procedem.
O site oficial traz algumas sugestões de mídias alternativas de interatividade como, por exemplo: blog, galeria de fotos e Youtube. Veja abaixo que bacana o logo da equipe de Bauru:
Um dos temas mais polêmicos que cercam a criação do NBB refere-se aos direitos de transmissão do campeonato. Segundo o bicampeão mundial Wlamir Marques, comentarista de basquete da ESPN Brasil, três emissoras de TV por assinatura ofereceram propostas lucrativas à LNB: Sportv, Bandsports e ESPN Brasil. Contudo, ao invés de dividir o direito de transmissão entre as 3 emissoras, o que resultaria num número maior de partidas transmitidas por semana, a LNB supostamente preferiu a proposta de exclusividade oferecida pela Sportv.
É plenamente compreensível a frustação do mestre Wlamir Marques sobre o tema. De fato, seria mais interessante para a própria LNB preocupar-se com a sua própria popularização num primeiro momento, até para colher melhores frutos mais adiante.
Todavia, com tantas (e certamente caras) transmissões de partida de futebol internacional de gosto para lá de duvidoso nos “canais derrotados” fica difícil culpar apenas o poderio econômico do grupo Globo pela exclusividade obtida.
Como consolo pela polarização da transmissão, a Globo acena com a possibilidade de transmissão de algumas partidas em seu canal aberto, o que seria de fato muito interessante para a popularização da modalidade.
Como no basquete brasileiro nada é simples, não é difícil ficar desconfiado sobre o sucesso da LNB/NBB, mas a sacudida inicial já é o suficiente para lançar um sopro de esperança em nossa modalidade. Tomara que dê certo!