Moncho: “Respeito, confiança e generosidade”
Parece auto-ajuda. E talvez seja até o que nossa seleção precisa. Com o tripé “Respeito, confiança e generosidade”, Moncho apareceu pela primeira vez na grande mídia em entrevista à Globo para o diário esportivo da emissora. Elogiou Nenê e Varejão, mas avisou que se eles não quiserem fazer parte do time, ok, vida que segue.
O tom da entrevista não teve nada de novo em relação às outras entrevistas que o treinador já havia dado (a melhor de todas a F. Balassiano no Rebote.org) mas merece especial repercussão por conta do órgão divulgador.
Moncho se mostra, à distância, um treinador de personalidade e que embora seja agregador, não deixa de encarar uma boa discussão. As suas respostas com relação à resistência dos treinadores brasileiros têm sido bastante sábias. Na entrevista, já comentada, a Balassiano, ele fez inclusive críticas à CBB por não deixar os clubes comandarem os campeonatos locais à exemplo das maiores ligas da Europa.
Porém, nas palavras do treinador, uma advertência merece ser feita. São quatro semanas e nada mais. O treinador terá apenas quatro semanas para montar uma equipe que jamais teve uma forma nas mãos de Lula Ferreira e que deverá aprender a jogar em sistemas que boa parte não está sequer acostumada (o treinador já avisou que vai investir no treinamento do jogo cinco-contra-cinco).
Não vejo movimentação da confederação e da comissão técnica no sentido de liberação dos principais jogadores da NBA. Parece cada vez mais claro que Nenê não terá condições de jogo. Com tantos descaminhos, uma eventual improvável classificação olímpica premiaria a incompetência e a falta de planejamento.
Por isso e por tudo posto, tenho cá minhas imensas dúvidas de que bastará respeito, confiança e generosidade para se curar a doença nada passageira que anda dizimando o nosso basquete.
Guilherme Tadeu de Paula (guilherme@draftbrasil.net)
Foto: CBB