O Pulo do Gato
O último fim de semana de setembro de 2010 tem tudo para ser lembrado como um marco para a gestão do esporte no Brasil. Durante 3 dias, os membros do Conselho de Marketing da Liga Nacional de Basquete se reuniram por 3 dias em Joinville, Santa Catarina, afim de tratar dos rumos que a Liga tomará.
As novidades, que foram muito bem recebidas pela mídia especializada, são ações de massificação do esporte entre os jovens, com o intuito de fidelizar os torcedores; padronização das quadras, um sonho antigo de todo torcedor, buscando uma aparência mais profissional, o que atrairá um maior interesse comercial; e uma maior interatividade entre o público e os meios oficiais da Liga, como o site, que tendo conteúdo suficiente para gerar tráfego intenso, pode atrair parceiros e investimentos também no mundo virtual.
O momento não poderia ser mais propício, daí o título desse artigo, para a realização e execução de um plano como esse. A Liga consolidou-se como uma entidade respeitada por CBB, atletas, torcida, mídia e demais envolvidos. O NBB, em sua 2ª edição, conseguiu atrair um público melhor, além das finais eletrizantes. Não bastando o crescimento do esporte no cenário nacional, tivemos, guardadas as devidas proporções e expectativas, um desempenho satisfatório durante o Mundial da Turquia de 2010, que fez o público em geral voltar a torcer pelo esporte.
Confesso que há cerca de um ano escrevi um artigo-desabafo em que eu me mostrava desanimado com a falta de cuidado dos dirigentes em levar o torneio a um nivel superior. No artigo eu mostrava como ações simples (como por exemplo, usar um layout padrão para as quadras) podia dar um aspecto muito mais profissional. Na época eu desisti de publicá-lo por achar que isso não passaria de mais um texto utópico, porém, é com um imenso prazer que eu digo que queimei a língua. Hoje eu voltei a acreditar na profissionalização do basquete.
O Draft Brasil, através de todos os seus escritores, leitores e usuários acompanhou desde o início essa história, por isso, nos sentimos na obrigação (e por que não dizer, com um pouquinho de direito) de colaborar com idéias possíveis e dentro da nossa realidade. A seguir, algumas idéias que podem deixar o basquete brasileiro, o NBB e tudo que os envolvem ainda mais atraentes!
Identificação
Dentro das ações de massificação do esporte, uma que não pode faltar é a de identificação do público com as equipes. E não existe uma melhor forma dessa relação ser fortalecida do que criando artigos esportivos com a marca da equipe (ou do NBB). Conseguir a camisa de uma equipe de basquete,hoje, é praticamente impossível. Seja pelo preço ( a camisa do Flamengo é mais cara que uma camisa da NBA) ou mesmo pela inexistência do produto para venda, é muito difícil a gente ver torcedores vestindo os uniformes dos times. Obviamente, o uniforme é só uma das opções de identificação. Camisetas para uso no dia-a-dia, bonés, canecas, entre uma infindável gama de opções podem aproximar o público ainda mais do clube.
Interação
Para trazer o torcedor, é importante que a liga também traga seus integrantes para próximo do público. E em tempos de internet, essa proximidade nunca foi tão possível. Seja através das redes sociais como Twitter e Facebook ou até mesmo através de chats e ações promocionais realizados dentro do próprio site da Liga, o contato com o torcedor pode ser feito de maneira a alcançar todas as regiões do país. Com isso o torcedor passa a reconhecer não só os “medalhões”, como também outros atletas que têm destaque no cenário nacional. Ações “reais” também devem acontencer. De preferência dentro (ou no entorno) dos ginásios, para que os torcedores passem a familiarizar-se com os locais das partidas e o jogo de basquete passe a ser um programa interessante dentro da agenda esportiva das pessoas.
Estátisticas
Cresci ouvindo que estatística é “coisa de norte-americano”. O que vejo porém, é que eles têm acesso fácil a estatísticas, por isso o seu uso é mais frequente. Já está mais que provado que números não explicam jogos, e muitas vezes até mentem sobre os resultados, mas são fundamentais, por exemplo, no auxílio a uma análise mais elaborada ou no arquivamento de históricos de atletas e equipes. Imaginem o quanto interessante seria termos acesso a uma base numérica de atletas como Wlamir Marques, Oscar, Hortência e Paula. Podermos acompanhar, através dos números, suas evoluções, suas médias, seus recordes, enfim, carreiras. E claro, imaginem as discussões que esses números provocariam. A discussão também é um elemento importante para o crescimento. Um esporte que não gera discussão, não tem interesse e logo, não sairá do lugar. No Brasil estamos começando a engatinhar o gosto pelas estatísticas, mas não basta tê-las. Tem que ser possível acessá-las e, sobretudo, manipulá-las de uma maneira fácil.
Foi uma simples reunião, ainda há um longo caminho a percorrer que envolvem, principalmente, muito trabalho e dedicação por parte da Liga. Esperamos que nossas idéias possam de alguma forma colaborar para a profissionalização do esporte, e convidamos nossos leitores a deixarem suas idéias na área de comentários abaixo.