O realmente bonito da final, por Thiago Valcácio
Não poderia começar a escrever algo sobre o 4º jogo das finais do NBB que não fosse sobre a multidão que lotou ontem o ginásio Nílson Nelson. O Flamengo teve a oportunidade de ter se sagrado o primeiro campeão da LNB, e apesar de jogar fora de casa, a torcida compareceu em peso e não parou de cantar e empurrar o time um segundo sequer.
Cantavam, batiam palmas e até sinalizadores levaram para o ginásio. A torcida do Universo não ficou atrás, e com a ajuda de muitas famílias e crianças, faziam um barulho enorme com uma espécie de balão de gás que foi distribuído pelo clube.
Dentro de quadra os times não fizeram jus à festa das torcidas. No começo do jogo assistimos duas equipes muito nervosas e nada parecia dar certo, a começar pela grande arma dos dois times: os arremessos de três pontos. Ao fim do primeiro tempo, as equipes possuíam juntas o incrível aproveitamento de 2-26 nesse quesito, que foi refletido na parcial do segundo quarto (apenas 11×12 para equipe do Flamengo). Isso seria causa apenas do nervosismo ou seria o reflexo do baixo nível do nosso basquete atualmente?
Enquanto isso, as torcidas brincavam, cantavam, abriam bandeirões e se provocavam de forma saudável – destaque para uma placa que subiu na torcida do Universo que estampava a surra que a equipe de futebol do Flamengo tinha levado no fim de semana anterior, 5×0 para o Coritiba.
O último quarto chegava ao seu fim e o nervosismo era visível. Pelo lado do Universo ninguém queria ter a responsabilidade da última bola. E depois da duvidosa marcação da arbitragem num lance onde Alex teria andado, o Flamengo teve a chance de ter o último ataque. E o felizardo teria sido Jefferson, o herói do título. Em parte, agradeço por aquela bola não ter caído, porque já imaginava as manchetes de hoje na mídia esportiva: “Com final emocionante o basquete brasileiro está novamente em alta.”
No fim de tudo, a torcida do Universo teve um final feliz e pôde, de forma irreverente, cantar o créu para a torcida do Flamengo. Belo final para uma bela festa.
Thiago Valcácio, ou simplesmente Valca é colunista Draft Brasil.
