Olho nele: Kelly McCarty
Quem derreteu a Guerra Fria foi J.R. Holden, que depois de anos na Rússia topou ser o armador principal e trocou o orgulho ianque pela seleção ex-comunista. Guiou com bola decisiva o time de Kirilenko ao título europeu de 2007 dentro da Espanha contra os donos da casa na final. A aposta deu certo e para a Euro 2009, na Polônia, os russos foram além e naturalizaram outro estadunidense habituado com o basquete local: Kelly McCarty, ala que defendeu a modesta Southern Mississippi na NCAA antes de partir para a Europa e fincar morada em Israel e depois na Rússia.
No último campeonato continental, porém, não surtiu efeito. Os russos não só não repetiram o título como sequer encontraram uma boa maneira de jogar basquete para defender a heróica conquista. Desfalcada, sucumbiu e viu em McCarty um escape que não funcionou para seu pouco fluente ataque.
Para a Turquia, o time vem mais forte, sem tantas ausências e promete voltar a jogar em bom nível. O escape estará lá, mais uma vez, em McCarty, que tem nome de senador conservador que caçou comunistas na América de outros tempos. O ala é alto e rápido, e tem boa pontaria de longa distância. Seu jogo, nas qualidades e nos defeitos, lembra o de Leandrinho, embora não seja tão veloz quanto o brasileiro. Vale mais pela história do que pelo talento, ainda que esteja longe de ser um jogador ruim.
Por Guilherme Tadeu