Olho nele: Leandrinho
Cria de Lula Ferreira nos antigos times “A” e “B” formados pela Sociedade Esportiva Palmeiras, Leandrinho (muito franzino, na época) veio a despontar para o basquete mundial na cidade de Bauru, jogando pelo Tilibra, naquela época o jogador registrava basquete/estatísticas impressionantes, próximas dos 30 (trinta) pontos e 7 rebotes e assistências, não foi o cestinha da competição pois Oscar ainda era jogador, digo, arremessador, e como ele mesmo dizia: Eu não chutava todas as bolas, somente as que me passavam. Enfim.
Somada essa temporada (2002) a mais algumas exbições pela seleção brasileira, seguiu Leandrinho para os “USA” com um DVD na mão, muita disposição e seguindo o caminho aberto por Nenê no ano anterior (2002). Sua missão deu resultado, pois conseguira impressionar o staff dos Phoenix Suns que em negócio direto com a franquia de San Antônio draftou-o na vigésima sétima posição do ano de 2003.
Do draft pra cá sua história ganhou abrangência mundial, pois correu a liga os fatos inusitados que permeavam seu ano de calouro, como o seu primeiro dia de NBA, quando dormiu no vestiário da franquia e quando jogaram sua bicicleta fora e lhe compraram um carro novo, porém, em termos de basquete, jogava poucos minutos mas mostrava um talento que foi muito explorado por anos a fio, a absurda velocidade e capacidade de trocar de direção.
Barbosa ou LB para os íntimos, sim, agora não era mais Leandrinho, ganhou projeção no time ora funcionando como armador, ora como armador chutador e por fim, como sexto homem. Phoenix realmente tentou investir em Leandro como futuro da franquia junto de Amaré Stoudemire, ambos fora do time em negociações feitas neste ano, porém, nem Sthephon Marbury (que lhe ensinou sua jogada “assinatura” a bandeja com a bola abraçada) e principalmente, nem Steve Nash ensinaram Barbosa a passar a bola, não tem jeito, o garoto gosta é de pontuar.
Sua carreira de NBA, fora os dois últimos anos, sendo o último muito pior, é de extremo sucesso, com certeza é, ou era, o brasileiro com mais visibilidade na Liga (hoje talvez o segundo, pois Varejão ganhou notoriedade ímpar, muito em parte por ter jogado toda a carreira ao lado de Lebron James). Teve treinador exclusivo, foi eleito o sexto homem mais valioso (2006/2007) e teve sua carreira e habilidades comparadas por anos com talentos como Ben Gordon e Monta Ellis, hoje, LB ficou pra trás.
Em termos de jogo de quadra, como dito, Leandrinho esqueceu-se de sua antiga (bem antiga já) habilidade, o passe, noto, pelo menos eu, que no começo das partidas, quartos, Leandrinho procura envolver o time e tenta chutar apenas as boas bolas, porém, na medida em que partida avança e o cansaço lhe consome o cerébro, a coisa toda se perde, a cabeça abaixa e só levanta para chutar bolas de três ou no ar já “a caminho de uma bandeja”.
Essa deficiência do jogo de Leandrinho, às vezes, só às vezes, lhe rendem tocos fáceis, passes equivocados e arremessos desnecessários, mas não se engane, isso ocorre em metade dos lances (numa partida normal) na outra metade a bola vai parar onde deve, pois Leandro tem uma capacidade absurda, como dito, de trocar de direção somada a sua incomparável velocidade.
Torço para que o garrafão da seleção brasileira seja envolvido com Splitter e Nenê, mas creio que o nosso sucesso fique atrelado a performance de Leandrinho, tenho certeza que ele tem a capacidade de fazer a diferença, Leandrinho não é um matador/gênio como outros grandes o são, porém, e isso não é nenhum demérito tendo em vista o alto nível de basquete que o mesmo joga, porém, em um torneiro de tiro curto e principalmente, jogo a jogo, Leandrinho é sim, capaz de vencer “sozinho” não é a minha torcida, mas vencer é vencer, se tiver de ser dessa forma, teremos poucas, mas ainda assim, teremos alguma chance.