Olho nele: Marcelinho Huertas
Imagine o seguinte: Você é um aluno que gosta muito de uma determinada disciplina, e nela tem por algumas gerações como professores nomes que são consagrados. Agora imagine que do nada você vai a aula e é o professor. Meio desconsertante, não é?
Foi mais ou menos isso o que aconteceu com Marcelinho Huertas.
A armação da seleção brasileira era um cargo sempre ocupado por jogadores muito experientes, foi assim com Ratto, com Helinho e com Valtinho, que era o “professor” da vez, e do nada caiu no colo de um jovem armador de 23 anos, em pleno Campeonato Mundial, no Japão.
Marcelo Tieppo Huertas, paulistano, surgiu para o basquete no Pinheiros, em 2003, quando foi eleito o calouro do ano no Brasileiro, no ano seguinte, já no Paulistano, se transferiu para a Espanha para jogar no DKV Joventut, mesmo time onde viria a surgir o precoce talento de Ricky Rubio, diminuindo o espaço de Marcelinho, que rumou para Bilbao e depois para a Itália, antes de finalmente parar em Vitória para jogar com Tiago Splitter no Caja Laboral.
Marcelinho talvez seja o melhor exemplo de como romper a linha tênue entre juvenil e profissional sem virar um jogador comum. Fugindo do comum no Brasil, onde se aproveita o que se tem, o armador adicionou um vasto número de jogadas ao seu repertório ofensivo, sendo alavancado diretamente para a titularidade da seleção, talvez o melhor dos últimos professores, sua habilidade de fazer os companheiros melhorarem é de suma importancia para girar as engrenagens do sistema ofensivo de Magnano.
Entre os badalados da NBA, Marcelinho será a famosa “liga” para que em vez de 5 jogadores o Brasil tenha em quadra um coletivo. Com um título da ACB e uma boa temporada na bagagem, o paulistano mostra que não é só mais um na seleção.