Oportunidade platense: atenção clubes brasileiros
Mais uma vez nos dedicamos a escrever numa tentativa de abrir os olhos dos clubes brasileiros. Há meses, noticiamos que o excelente pivô uruguaio, Esteban Batista fugira do frio russo e estava no Uruguai, sem clube, livrinho. Qualquer um que o veja em quadra não demorará em assumir que um pivô como ele leva imediatamente a equipe a um novo nÃvel. Os clubes brasileiros dormiram no ponto, e o Libertad Sunchales contou com o jogador para o campeonato argentino. Hoje, tentam, provavelmente em vão, fazer com que o jogador abra mão do contrato de três anos com o Fuenlabrada (9º lugar na última ACB) para acertar um ano com o Universo.
Mais tarde, neste mesmo site, avisamos sobre a oportunidade lusofônica, de contratar jogadores de bom nÃvel, nascidos em paÃses de lÃngua portuguesa. Os Jogos aconteceram há algumas semanas e todos podem lembrar que uma seleção formada pelos melhores jogadores do NBB não conseguiu nada além de um quarto lugar – o que mostra que os reforços ajudariam e muito a liga daqui.
Hoje começa o Super Four Brasileiro, no Maracanãzinho. Em quadra, as três melhores seleções sulamericanas. E nós bem sabemos que os jogadores de nossa liga local tem sofrido demais para confirmar esse tÃtulo de top 3 na América do Sul. Não seria portanto o caso de começar também a olhar para os vizinhos mais próximos?Há um fator a mais nessa história toda: o Biguá, time que abriga boa parte da seleção uruguaia, está passando por uma severa crise e ninguém deve continuar por lá.
É fato que Esteban Batista é o mais dominante jogador uruguaio. Mas há pelo menos três jogadores que, não temos dúvida, trariam ótimas contribuições de imediato a qualquer equipe brasileira: Martin Osimani, um armador que, se não é exatamente brilhante, garante uma sólida condução de jogo – erra pouco e joga muito bem dentro do esquema definido pelos treinadores, Gustavo Barrera, explosivo e ousado infiltrador, ex-companheiro de Hátila Passos no Atenas do Uruguai e, principalmente, Leandro GarcÃa Morales, talentoso pontuador, solução especial para um time que careça de produção ofensiva no NBB.
Todos poderão ser vistos logo mais, contra o Brasil, no Maracanãzinho. Ficarão aqui até domingo. É o caso de prestar atenção…
Há ainda os argentinos. Da lista que está no Rio, Scola, Quinteros, Juan Fernández, Diego GarcÃa, MatÃas Sandes, Leonardo Mainoldi e Juan Pedro Gutiérrez, jogam no exterior. Todos os outros (Pablo Figueroa, Sebastián Vega, Federico Kammerichs, Léo Gutierrez, Andrés Pelussi e Román Gonzalez) jogam na Argentina. É fato que o mercado de lá paga bem se comparado a equipes de médio porte brasileiras. Mas sem dúvida Flamengo, Universo, Minas, Joinville e até Franca tem bala na agulha para trazer qualquer um desses jogadores. Alguém acha que eles não seriam destaques no NBB?
A parte principal da garantia de uma grande temporada inicia ainda antes dos treinos: na formação do elenco. Talvez seja esse o começo dos erros dos clubes brasileiros. Foi amplamente abordado, nos meios especializados e inclusive pelos profissionais envolvidos na competição, que o nÃvel técnico foi um dos principais problemas da primeira edição do NBB. Que tal pararmos um pouco de olhar sempre pra alternativa americana, que nem sempre se mostra viável. O tempo tem mostrado que, para cada Larry Taylor, temos dois Sylvester Morgan.
A solução pode estar mais perto do que se imagina.