Os altos e baixos do Brasil contra os europeus.

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Publicado em: 2/09/2010

Seleção brasileira foi do inferno ao céu em 24 horas. Foto: FIBA

Em dois dias seguidos o Brasil enfrentou dois países que um dia formaram uma única Iugoslávia. E as coincidências acabam por aí.

Ou melhor, quase todas.

De igual nos dois jogos ficam destacadas as atuações de Marcelinho Machado, 20 pontos com 50% de aproveitamento contra a Eslovênia e 18 pontos com 80% de aproveitamento diante da Croácia. O jogador, que foi eleito pela maioria da torcida como o “bode expiatório” da má fase vivida pelo basquete brasileiro no começo da década, vem assumindo um papel bem diferente do que era acostumado.

As noites de mais de 15 arremessos foram trocadas por chutes pontuais e equilibrados, que dão a seleção uma opção diferente de ataque no banco.

A apatia dos jogadores brasileiros ofensivamente no embate contra a Eslovênia não se

Marcelinho, 38 pontos e 61% de aproveitamento nos arremessos de 3 pontos nos 2 jogos. Foto: FIBA

repetiu no jogo de hoje. Após conseguir ficar 7 minutos sem marcar durante o 3 período, o Brasil viu a vitória se distanciar. Erros infantis no ataque e uma defesa frouxa deram aos eslovenos um aproveitamento de 72% nos arremessos de quadra, é impossível ganhar de um time que acerte 7 a cada 10 arremessos, o que gerou uma diferença de 12 rebotes a mais contra o Brasil e aos eslovenos o benefício de ter o dobro de erros e ainda assim se manter na liderança do placar.

Maior esperança do Brasil no ataque, Leandrinho sempre tem muitas expectativas sobre si. Mas, contra os eslovenos, o ala recém contratado pelo Toronto Raptors teve uma noite para esquecer. Acertando apenas 33% dos arremessos e com 4 erros foi o jogador que mais forçou bolas ao fim da partida. Alvo de muitas críticas no twitter pelos torcedores que acompanhavam o jogo, Leandrinho lembrou os tempos em que Marcelinho Machado

Criticado contra a Eslovênia, Leandrinho encontrou seu jogo diante da Croácia. Foto: FIBA

arremessava de qualquer jeito as bolas que caiam em sua mão.

Lakovic com 20 pontos e Brezec com 16 lideraram os eslovenos. Na bola que definiu o jogo, num momento de desatenção na defesa, enquanto a bola estava do outro lado da quadra, Giovanonni saiu da marcação e deixou Bostjan Nachbar livre na linha dos três, o ala que tinha apenas 1 arremesso convertido em 4 tentados pra três pontos converteu o arremesso e fechou o jogo com 15 pontos, colocando 8 pontos de vantagem sobre os brasileiros. Com 6 pontos nos últimos 15 segundos Marcelinho Machado tentou em vão trazer a vitória para o Brasil.

Anderson Varejão que havia jogado 23 minutos e apanhado apenas 4 rebotes no jogo de ontem, hoje foi – apesar de não ter convertido alguns arremessos – um dos melhores em quadra. Em apenas um jogo o pivô do Cleveland Cavaliers pegou mais rebotes do que Murilo em todo o torneio, e um a menos que JP Batista, mesmo não tendo enfrentado os adversários mais fracos do grupo. Com 12 rebotes, sendo 4 ofensivos, Varejão teve apenas 2 pontos marcados, o que não diminuiram sua importancia em quadra, fazendo o trabalho sujo e sendo o fator x do jogo, eliminando o pivô croata Ante Tomic com 5 faltas no começo do 3º período.

Além dos 18 pontos de Marcelinho Machado, Alex e Leandrinho contribuiram com 15 e 17

Anderson Varejão, mesmo voltando de lesão garantiu 12 rebotes pro Brasil contra a Croácia. Foto: FIBA

pontos, respectivamente. Fazendo proveito dos pontos fortes de seus jogos, os dois jogadores abusaram de infiltrações fortes e velozes, pendurando os croatas – os dois jogadores chutaram, combinados, 14 lances livres – e abrindo a defesa, ditando a tônica do jogo brasileiro que teve predominancia dos chutes de 2 pontos com um alto aproveitamento de 56%.

Tiago Splitter foi destaque, mas não nos rebotes, mostrando mais um vértice de seu jogo o catarinense foi o vice-líder entre os brasileiros nas assistências com 4, atrás das 6 de Marcelinho Huertas. Jogar com um garrafão mais alto e sem ser sobrecarregado melhora o jogo do pivô, o mais completo 5 do mundial que foi muito exigido contra a Eslovênia, com 19 pontos, e hoje fez apenas o trabalho sujo do ataque, fazendo os corta-luzes e achando os companheiros melhores posicionados quando estava na cabeça do garrafão. Defensivamente bem, o garrafão brasileiro não teve maiores problemas contra os croatas.

Magnano enfrenta sua pátria-mãe nas oitavas do mundial. Foto: FIBA

Com a vitória por 18 pontos a seleção ficou no 3º lugar no Grupo B e agora enfrenta a Argentina no próximo dia 7 de setembro, independência do Brasil, e como um bom Brasil x Argentina as provocações já começaram, como estampou o Olé na capa de seu portal “Vení para acá, Brasil”.

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