Pós-jogo: Houston continua em boa fase
Rodada 07/02: Cleveland Cavaliers 77 x 92 Houston Rockets
O Houston Rockets é um dos melhores times para se ver nessa temporada. Com sua constante movimentação de bola, sistema do excelente técnico Rick Adelman, o Rockets encontrou sua rotação nos últimos 2 meses. Com os novatos Aaron Brooks e Carl Landry sendo muito mais eficiente que Mike James, Steve Francis (que está fora da temporada por lesão) que se mostraram ineficazes no novo sistema ofensivo do time, por gostarem de segurar a bola, o Rockets caminha a passos largos a uma posição nos playoffs.
Não se engane pelo recorde atual de 29 vitórias e 20 derrotas. O time de Houston vai crescer nesta metade da temporada, já que o time está ajustado e entrosado. Salvo alguma lesão devastadora, o Rockets irá aos playoffs, e irá motivado pelas falhas de pós-temporadas passadas. Vamos analisar como foi a partida contra o Cleveland na noite de ontem.
Análises individuais:
Yao Ming: Dominou Zidrunas Ilgauskas tanto no ataque quanto na defesa. No ataque, o lituano não pôde segurar o chinês sozinho, que em várias oportunidades, mostrou quão completo é o seu arsenal ofensivo, que continham ganchos (tanto do lado esquerdo quanto do direito), arremessos perto da cesta, arremessos do cotovelo do garrafão, e algumas enterradas e bandejas, nas quais sempre tinha seu marcador totalmente vendido no lance. Se recebia marcação dupla, fazia a bola rodar, resultando em 4 assistências, além de passes para o perímetro, onde a bola rodaria até chegar em alguém desmarcado. Na defesa, Ilgauskas não teve chances com Yao, que não permitiu nenhuma ação do lituano do garrafão, e 3 das cestas de Zidrunas foram de arremessos de fora, nos quais Yao não se afastava do garrafão. Mostrou também que evoluiu muito como reboteiro, já que muitos de seus rebotes foram em garrafão congestionado.
Shane Battier: Não foi exatamente eficiente marcando Lebron James (nas quem realmente consegue ser?), mas fez com que James trabalhasse duro para suas cestas, e forçando alguns erros cruciais que ajudaram Houston a abrir o jogo no 3º quarto. No ataque, se movimentou para os lugares certos e foi recompensado, tendo várias boas oportunidades de arremesso e fazendo 15 pontos.
Tracy McGrady: Jogou doente e não contribuiu na 1ª metade do jogo. Quando Houston ameaçava entregar o jogo para o Cavalers no último quarto, McGrady acertou uma bola de 3 que praticamente liquidou o jogo. Vale lembrar que sempre que um jogador joga doente, seus companheiros se inspiram e jogam melhor. Mais um crédito para T-Mac.
Luis Scola: Embora tenha perdido 3 bandejas incontestadas, Scola já está confortável na NBA, e mostrou ter entendido o sistema de Rick Adelman, pois sempre estava aberto para um passe, e suas cestas sempre foram feitas por sua constante movimentação e senso de posicionamento. Superou Donyell Marshall nos rebotes e tentou cavar faltas, mas sua defesa é limitada e terá problemas para marcas adversários fortes, o que garantirá minutos para Chuck Hayes.
Rafer Alston: Inseguro no começo da temporada e com seu arremesso de 3, na época, muito ruim, Alston conseguiu uma reviravolta na temporada e está à vontade no Rockets, já que o sistema de movimentação de Adelman prega movimentação constante, e isso é o sonho de todo armador. Além de dar seus passes, tem sua cota de arremessos de fora, e no jogo contra o Cavs, foi bem na marcação do inconstante Larry Hughes(que só consegue jogar bem nos períodos finais de cada metade, já que precisa tocar constantemente na bola para adquirir ritmo) e conseguiu 8 assistências e cometeu apenas 1 erro, além de não ter forçado arremessos. Alston está na melhor temporada de sua carreira.
Bonzi Wells: Com a doença de Tracy McGrady, Bonzi elevou seu nível e foi agressivo no ataque, com penetrações furiosas para a cesta e jogadas dentro do garrafão. Bonzi nem de perto lembra o encrenqueiro que era há alguns anos, e o jogador que era odiado por Jeff Van Gundy na temporada passada, adora jogar para Rick Adelman, em um sistema que lhe dá mais liberdade. Bonzi é um pontuador dinâmico do banco e peça-chave para o sucesso (ou não) do Rockets na pós-temporada.
Carl Landry: Super ativo. Não desistiu de nenhum rebote, e sempre foi atrás deles, sempre tapeando a bola para algum companheiro. Landry é um ótimo reboteiro que não sabe o que fazer com a bola uma vez que a tiver nas mãos, mas com os jogadores ofensivos que Houston possue, tudo que ele precisa fazer é continuar lutando pelas bolas perdidas.
Aaron Brooks: Se mostrou confiante demais no seu arremesso, pensando, às vezes, em arremessar até quando houvesse um companheiro muito melhor posicionado. Não há desculpa para acertar 1 de 8 arremessos. Brooks precisa fazer a bola rodar no ataque e não arremessar bizarramente.
Chuck Hayes: O tipo de jogador que não combinava com a partida, já que tem dificuldades para marcar jogadores de perímetro com Marshall. Entrou pouco e só fez uma falta.
No total, o Rockets foi o time mais sólido, mas o diferencial do jogo foi uma diferença de 20 rebotes a mais para o time texano (35 rebotes de Cleveland contra 55 de Houston, sendo 17 dos 55 rebotes ofensivos) e isso era obviamente um ponto a ser explorado, já que sem Drew Gooden e Anderson Varejão, o Cavaliers perdia toda sua vantagem nas sobras. O Cleveland nunca aconseguiu realmente tirar o ritmo do time texano, e não teve nenhuma contribuição relevante de seu banco, e o exemplo claro é que apenas Larry Hughes, que não fez um jogo de impacto, teve dígitos duplos em quesito de pontos.
Houston é um time perigoso. Tudo que precisam para chegar à elite do oeste é se manter saudável e conseguir mais um armador que possa jogar em 2 posições e não monopolize a bola como Mike James e Steve Francis. Esse armador não é Luther Head, que embora na monopolize a bola, não sabe fazer passes precisos. Mandar esses 3 numa troca é uma idéia interessante. O problema é se há algum GM bobo o suficiente para aceita-los (Isiah?).
por Arthur Machado