Preview – Playoffs da NBA – LA Clippers X Memphis
Por Matheus Crespo
Clippers e Memphis chegam para esse confronto com campanhas idênticas, 56 vitórias e 26 derrotas. Os times tem ainda as mesmas campanhas dentro (32-9) e fora de casa (24-17). Todo esse equilíbrio se reproduz para o confronto, que tem tudo para ser o mais disputado da 1ª fase dos playoffs.
Os Clippers vem com o mesmo quinteto titular da temporada passada, quando venceu o próprio Memphis na 1ª fase dos playoffs e em seguida, perderam para o San Antonio Spurs. O confronto da temporada passada também é outra sinalização do que deve ocorrer esse ano, uma série carregada até o 7º jogo, vitórias apertadas para ambos os lados e cada time lutando pra resguardar seu mando de quadra.
Chris Paul, apontado como o melhor armador da liga já há alguns anos, tem outra oportunidade de consagrar definitivamente seu nome para a lista de jogadores vencedores, para além do fato de ser uma unanimidade técnica. Esse ano terá o importante auxílio de Chauncey Billups, que não jogou os playoffs da temporada passada por conta de uma grave lesão. Se o quinteto titular foi mantido, o banco de reservas do time foi quem teve o maior salto de qualidade, com a adição de jogadores rodados como Matt Barnes, Lamar Odom, Ryan Hollins, além de Jamal Crawford. Crawford, por sinal, mostrou-se a grande contratação do time pra temporada e vem acumulando médias de quase 17 pontos/partida, o que o fez ser apontado para o prêmio de 6º jogador do ano. O banco dos Clippers foi o mais forte da liga na temporada regular e carregou o time em diversos jogos.
O Memphis manteve a base do time que enfrentou os Clippers nos playoffs anterior, mas sofreu algumas modificações na rotação. Rudy Gay foi trocado pelo veterano Tayshaun Prince; no garrafão, Ed Davis vem do banco no lugar de Mareeese Speights e o 6º jogador não é mais O.J. Mayo, mas sim, Jerryd Bayless. Se o time perdeu um pouco de poder ofensivo sem Gay e Mayo, pontuadores natos, progrediu ainda mais em termos defensivos, tendo a defesa que menos cedeu pontos na NBA. A temporada trouxe ainda, a evolução técnica de 2 jogadores do núcleo central do time: Marc Gasol e Mike Conley. Gasol vem recebendo considerações para o prêmio de melhor defensor da temporada e Conley teve sua temporada mais consistente.
Dois duelos pedem atenção especial daqueles que pretendem acompanhar a série entre Clippers X Grizzlies mais de perto. Primeiro, o confronto entre os armadores Chirs Paul e Mike Conley. Se existe algum armador capaz de defender Paul de forma adequada e dificultar seu jogo, é justamente Conley, um dos melhores defensores da posição. Não esperamos que Conley neutralize um jogador da qualidade de Paul, porque isso é impossível, mas irá dificultá-lo ao máximo, já que tirando o seu conforto seria uma grande ajuda à equipe. Um 2º duelo interessante acontecerá no garrafão, com um confronto de estilos. Enquanto a dupla dos Grizzlies, Zach Randolph e Marc Gasol, nos fazem relembrar o estilo do passado e esbanjam capacidade técnica, Blake Griffin e DeAndre Jordan nos trazem o presente de forma clara, como símbolos do protótipo moderno do “big man”, mais ágeis, rápidos e dinâmicos.
O fato é que esta série apresentará tanto aqueles que se divertem vendo caras de garrafão se impondo pelo contato, pelo jogo de costas, pelo jogo de pés e movimentos refinados, quanto os que esboçam aquele sorriso ao ver caras atléticos correndo e voando pela quadra, enterrando na cabeça de seus adversários, ignorando os parâmetros da física, serão contemplados nesta equilibrada disputa.
MVP da série: Mike Conley
Fator X da série: O ‘pace’ dos jogos pode muito bem determinar o vencedor desta série. Trata-se de um confronto entre 2 times com defesas fortes e ritmo de jogo mais controlado, buscando o jogo de meia quadra. O Memphis tem o ritmo mais lento entre todos os times da liga, e tende a manter esse padrão durante todo o jogo. A 1ª unidade dos Clippers tem um ritmo mais cadenciado, conduzido pelo armador Chris Paul, enquanto sua 2ª unidade tende a acelerar o jogo, a partir de uma defesa pressionada e que busca forçar os adversários ao erro e sair na transição mais rápida. Um ajuste que pode acontecer durante o confronto é o deslocamento de Tony Allen para a 2ª unidade, como antídoto a Jamal Crawford. Tal ajuste faria sentido para o técnico Lionel Hollins, já que Allen é conhecido pela sua excelente defesa e Crawford é hoje um jogador muito mais vital para o volume de pontuação dos Clippers do que Billups, que aos 35 anos de idade, já não é mais o mesmo jogador protagonista dos tempos de Detroit e Denver. Para defender Billups na 1ª unidade, Bayless ou Quincy Pondexter, 2 defensores regulares, já seriam soluções suficientes.
Palpite: Memphis Grizzlies 4X3