A primeira partida serviu para perder o medo da Grécia
O Brasil perdeu o jogo contra a Grécia (72 x 65) em sua estréia no Torneio de Acropólis, mas o resultado não era o mais importante. A partida serviu mais para os adversários se estudarem e, no nosso lado, para o Brasil perder o “medo” dos gregos.
Em relação aos últimos torneios disputados, a seleção brasileira apresentou nítida melhora em termos de movimentação ofensiva e mostrou alguns bons flashes defensivos.
A seleção grega, por outro lado, apesar do incontestável domínio na maior parte do tempo, apresentou um basquete cheio de altos e baixos.
Depois de um apagão na Grécia, o Brasil conseguiu passar a frente no placar, mas o técnico Moncho Monsalve não parecia preocupado tão com o resultado final. Tanto é assim que sequer colocou novamente os titulares em quadra nos 4 últimos minutos.
A boa notícia para o Brasil é que a seleção tem muito espaço para melhorar, principalmente em sua defesa. A má notícia é que em outros aspectos, não há qualquer perspectiva de melhora (reserva de Huertas e companheiros de Splitter no garrafão).
Como já era previsto, a seleção grega não possui um marcador para parar Tiago Splitter. O problema é que Splitter não é dois e nem pode jogar 40 minutos em cada uma das posições.
Tiago dominou o garrafão grego, mas quando a bola chegava nas mãos de JP Batista e de Rafael “Baby” Araújo, era decepção atrás de decepção. Os dois jogadores mostraram-se extremamente lentos e ineficafezes para bater justamente aquele que seria o “ponto fraco” da defesa grega, o garrafão.
Aliás, se depender da exibição de hoje, Ricardo Probst poderá assumir a posição 4 no quinteto titular. O ala-pivô, que está mais para ala do que para pivô, apareceu muito bem na partida e foi premiado com 2 bolas de 3 pontos que colocaram o Brasil no jogo, no último período.
No perímetro, Marcelinho Huertas e Alex eram os únicos jogadores capazes de superar a contínua marcação sob pressão imposta pela Grécia. Aliás, Huertas jogou uma bela partida, aproveitando cada uma das trocas de marcação proporcionadas pelos nossos bloqueios para infiltrar com sucesso. Alex, por sua vez, teve alguns bons momentos, mas forçou pelo menos dois arremessos (ainda não o proibiram de chutar do perímetro?) e falhou na marcação diversas vezes (justamente o seu ponto forte).
A defesa do perímetro brasileira foi lamentável. Os jogadores gregos tiveram todo o espaço que quiseram para arremessar. Sem sombra de dúvidas, esse é o principal ponto a melhorar na seleção brasileira.
Marcelinho Machado , assim como já tinha acontecido contra a Venezuela, mostrou-se positivamente contido nos arremessos e deu bons passes. Que continue assim quando for para valer…
As piores exibições, na minha opinião, foram de Fúlvio e Duda. Fúlvio não conseguia superar a marcação pressão da Grécia, demorava a passar e não conseguia marcar nenhum grego. Duda teve o seu “momento Duda”, roubando uma bola e dando uma bela cravada, mas em todas outras oportunidades que tocou na bola, forçou um arremesso (“momentos Machados”). É lamentável que ele esteja forçando muito mais arremessos do que o irmão na seleção.
Como já dito, João Paulo Batista esteve muito mal. A não ser por um arremesso de média distância, não acertou nada no ataque. Na defesa, praticamente assistiu os gregos jogarem. Rafael “Baby” Araújo foi tão mal quanto JP no ataque, mas foi um pouco melhor na defesa. Aliás, assimo como no garrafão ofensivo, na defesa, Tiago Splitter foi o único jogador que se safou.
Para as próximas partidas no Torneio de Acrópolis, gostaria de ver Marcus Toledo atuar por uns poucos minutos em quadra. Acredito que o jogador possa ser útil numa eventual partida contra a Alemanha, para tentar conter Dirk Nowitzki.
Seria interessante também testar a formação titular com a presença de Ricardo Probst, ao invés de JP Batista.
Sobre os gregos, volto a frisar que trata-se de uma equipe inconsistente, principalmente no ataque. Trata-se da equipe vice-campeã mundial, mas também é a mesma equipe que não atingiu 50 pontos na bizarra atuação contra a Espanha naquela final.
Trocando miúdos, a seleção precisará jogar o seu melhor basquete para superar a Grécia, mas não pode em hipótese alguma descartar essa partida, principalmente porque não dá para jogar toda a responsabilidade para uma partida contra a Alemanha de Dirk e Kaman.