Primeiras rodadas de NBB mostram presença de público promissora

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Publicado em: 4/02/2009

Com três rodadas de NBB, já é possível fazer uma afirmação sem medo de parecer empolgação boboca: o público tem comparecido. É bem verdade ser difícil fazer uma apuração exata, eis que a liga que não publica (como manda o Estatuto do Torcedor e o próprio regulamento do NBB) o público oficial de cada jogo, mas a medida que nos chegam informações via coordenadores ou assessorias de imprensa das equipes, os resultados são extremamente animadores.

O Universo Brasília, por exemplo, que recebeu nos dois jogos iniciais da competição Assis Basket e GRSA Bauru no Ginásio da Asceb (foto acima – Thiago Valcácio), teve uma média (nos dois jogos) de 1,900 pessoas na arqubancada (entre ingressos e convidados), segundo informou a supervisão do time. Os nossos repórteres no ginásio da Asceb já tinham mencionado o bom público nas coberturas in loco que fizemos das partidas.

O time de São José dos Campos também foi anfitrião nas primeiras rodadas da NBB. A assessoria da equipe lamentava porém a chuva de ontem, que não permitiu que a marca dos 2 mil fosse batida, ficando com um público estimado de 1500 (a foto ao lado é da estréia, com o público ao fundo – Fernando Moura – PMSJC).

No basquete capixaba, a resposta do público também foi excelente. Além da boa rodada dupla na abertura da competição(com casa cheia, cerca de 850 torcedores), o grande dia que orgulhou os que participam da modalidade naquele estado foi ontem, quando, nas palavras da assessoria do Cetaf: “Era de arrepiar a quantidade de gente que foi assistir ao jogo. O ginásio ficou tão lotado que a direção do espaço teve que tirar uma proteção que ficava em um dos portões para que a galera que ficou do lado de fora pudesse, pelo menos, ter uma visão parcial do espetáculo”. Christiano Araújo, da equipe Draft Brasil, estava presente e ratifica (inclusive com as fotos de abaixo) a estimativa de pouco mais de 900 torcedores.

Em Assis (foto do lado direito, abaixo, do site oficial do time), os relatos extraoficiais garantem cerca de 2 mil pessoas no ginásio. Havia uma certa expectativa para saber se o público compareceria ou não, eis que é a primeira vez que a equipe cobrou ingressos nos últimos tempos (tudo bem, eram só 2 reais!).

O grande público da última rodada veio em Minas Gerais, no duelo transmitido pelo Sportv entre Flamengo e Minas Tênis Clube, com 2.354 torcedores (clique aqui para ter uma rápida e tremida imagem da Arena Vivo em BH, ontem a noite) . Somados aos 1500 torcedores relatados pela assessoria do Joinville, bem como aos 900 do clássico Pinheiros x Paulistano e os 950 de Araraquara x Franca, a rodada do NBB ontem computou uma média de 1451 pessoas por ginásio.

Comparamos essa média com as três primeiras rodadas dos tão badalados e triunfais campeonatos masculino e feminino nacionais de vôlei deste ano.

Superliga Masculina de Vôlei: 1ª rodada: 893 pessoas por ginásio. 2ª: 1257. 3ª: 831.

Superliga Feminina de Vôlei: 1ª rodada: 991 pessoas por ginásio. 2ª: 960. 3ª 1080.

Na Superliga ainda há um dado pra lá de contestável. Quando buscávamos as médias, chegamos à súmula do time de Vitória. Atentem para o público – 1500.

O ginásio é o mesmíssimo Jones Neves, onde foi necessário um improviso para conseguir que ao menos 900 pessoas pudessem ver o jogo (parte destes, repita-se, do lado de fora do ginásio). A organização do vôlei é realmente tão superior assim a do nosso basquete ao ponto de conseguir dobrar a capacidade de um ginásio? Sim, dobrar. É o que nos conta o site da Liga Nacional de Basquete sobre o ginásio em questão:

GINÁSIO
Nome: Ginásio Jones dos Santos Neves – DED
Capacidade: 700
Endereço: Rua Cel. Schwab Filho, s/n – Bento Ferreira – Vitória (ES)
Telefone: (27) 3225-2535

Sabe-se lá que mágica o vôlei tem feito para caber 1500 pessoas lá dentro. Mesmo assim, computamos, para as nossas estatísticas, o que foi alegado na súmula.

Percebe-se que, mesmo após anos e anos de descaso, o interesse pelo basquete no país não desapareceu, como muitos pregram. Por outro lado, o sucesso de outras modalidades parece ser, ao menos parcialmente, fabricado artificialmente pelos mesmo que insistem que “showbol” ou “torneio de mini-triatlo” são eventos que atraem mais atenção do público na TV aberta.

É uma pena que a LNB ainda não deu importância para essa questão fundamental de divulgação do público. Os dados caminham num sentido objetivo para começar a desconstruir aos poucos o mito de “vôlei como segundo esporte nacional”. Se a supremacia dos fãs de basquete já se mostra no início de um campeonato organizado às pressas, imagine como as estatísticas de público podem ser alavancadas quando o NBB chegar nos ginásios campeões de público: Pedrocão (6 mil pessoas em Franca não é um número tão difícil de ser alcançado) e no Maracanãzinho (certamente a torcida do Flamengo não se contentará com menos de 2 mil pessoas).

A resposta dos torcedores já foi dada. Construa, e eles virão. E se é verdade que ainda falta muito para termos uma liga que possamos chamar de bem organizada, ao menos a modalidade já começa a mostrar um brilho diferente.

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