Primeiros velhos erros
Há poucos instantes a seleção brasileira masculina de basquete acabou de sofrer a primeira derrota nos jogos Pan-Americanos de Guadalajara. Derrota feia, sofrida, ainda mais se levarmos em conta a larga vantagem no placar conquistada (e parcialmente desperdiçada) no primeiro período de jogo. Todavia, não vou me ater a analisar os desdobramentos dessa derrota para as pretensões da seleção nos jogos, mas sim procurar, em meio ao planetário de erros demonstrados hoje (que não significa muito, é verdade), o que pode vir a nos prejudicar na caminhada rumo aos Jogos Olímpicos de Londres no ano que vem.
Como ressaltado aqui, a seleção dos EUA é formada apenas por jogadores que atuam na D-League, a liga de desenvolvimento da NBA. Apesar da notória e monumental discrepância técnica dessa seleção “lado B” com a principal, é de se ressaltar que em ambas estão presentes o mesmo estilo de jogo: defesa forte e jogo em transição. E é aqui que residiu o calcanhar de aquiles da seleção no jogo de hoje. Primeiramente, ficou evidente a dificuldade da seleção em defender os ágeis jogadores de perímetro do time estadunidense, principalmente após a metade do segundo quarto. Usando e abusando do jogo em transição, os EUA acabaram encurralando o Brasil com uma forma de jogar que a nossa seleção domina muito bem.
A partir disso, foi evidente o destempero dos armadores da seleção (principalmente Nezinho e o ótimo Vitor Benite) para cadenciar o jogo e variar o repertório ofensivo brasileiro frente a dificuldade posta e pelos EUA. E possibilidades para isso não faltaram, já que Magnano deu tempo de quadra a praticamente todos os jogadores da seleção.
Jogando conforme a música imposta pelos EUA, a seleção brasileira acabou sendo presa fácil para o limitado selecionado estadunidense. Apesar de não ser preocupante, a derrota de hoje é sintomática pois reforça a fragilidade e a lacuna na armação reserva do Brasil, muito mais qualificada para finalizar do que para organizar jogadas.