Ranking do NBB 3.0
Apesar de não ter sido uma tarefa exatamente difícil, em virtude da polarização perceptível, orgulhamos-nos de ter acertado campeão e vice em nossos rankings do NBB 1 e do NBB 2. A tarefa para a temporada 2010/11, contudo, tornou-se inglória. Talvez o comodismo nos tenha levado a manter Flamengo e Brasília como principais favoritos aos títulos, mas é inegável que a imprevisibilidade na terceira temporada do NBB é muito maior. Além do processo contínuo (e inesgotável) de repatriação de jogadores, as franquias ousaram na contratação de estrangeiros. Deixaram o comodismo de lado e, ao invés de apostar apenas em norte-americanos de baixo escalão, buscaram nomes fortes do basquete continental e até jogador com passagem na NBA. Enfim, feitas essas breves considerações, é com carinho que apresentamos ao nosso leitor o ranking anual do Draft Brasil:
1 – Flamengo: Teríamos muito mais confiança em apontar o Flamengo como principal favorita ao título do NBB se a contratação de Kyle Lamonte tivesse funcionado. De fato, seria difícil parar aquele que seria o mais poderoso elenco no Brasil desde aquele Vasco do final da década de 90. Sem Lamonte, a maior novidade no elenco foi a volta de Rafael Baby Araújo. Contudo, a maior estrela da equipe ainda é Marcelinho Machado, que vive o momento mais iluminado de sua carreira. Depois de quebrar o recorde de pontos numa partida em brasileiro e da boa participação no Mundial 2010, alguém duvida que Marcelinho pode fazer por aqui? Além deles, completam o favorito rubronegro, Hélio, Fred, Duda, Jefferson e Teichmann, que seriam titulares em várias equipes – mesmo algumas de ponta – do NBB.
2- UNICEUB/Brasília: De técnico novo, os atuais campeões brasileiros permaneceriam no topo do ranking caso não tivessem duas baixas importantes: Estevam e, principalmente, o armador Valtinho. Estevam foi importantíssimo nos playoffs, enquanto que Valtinho é simplesmente o melhor armador por aqui. Apesar das baixas, quantas equipes no mundo podem se dar o luxo de possuir 3 jogadores numa das 10 melhores seleções do último Mundial? Alírio e Lucas Tischer terão a função de substituir Estevam, enquanto que Arthur deve ganhar mais importância na temporada. Muito se disse, inclusive aqui, de que a força do elenco acabava por carregar o técnico Lula Ferreira a resultados melhores do que sua capacidade. Enfim veremos se foi ou não cometida uma injustiça com o hoje diretor técnico da LNB.
3 – Pinheiros/SKY: Nenhuma equipe trouxe reforços mais expressivos para a temporada do que o time da capital paulista. Marquinhos, ala da seleção brasileira, está de volta, enquanto que Figueroa, armador da seleção argentina, é a maior novidade. O trio de reforços é completado pelos eficientes Bruno Fiorotto e André Góes. Juntarão-se a Olivinha, Shamell, Morro e cia. Com tantos bons jogadores, a chave do sucesso está agora nas mãos de João Marcelo: se o novo técnico der liga à equipe, o Pinheiros lutará pelo título. Caso contrário, continuará no quase. Pesa contra os paulistanos o fato de não contarem com uma torcida fanática, o que nos playoffs sempre faz diferença.
4 – VIVO/Franca: Os reforços francanos podem não ser tão badalados quanto os do Pinheiros. Contudo, isto não significa que sejam inferiores. Franca já não é mais o “time do Rogério e do Helinho”. A equipe trouxe de volta o subestimado William Drudi, contratou um dos melhores armadores (Fernando Penna) e um dos pontuadores mais promissores (Dedé) do país. Neste cenário, os estrangeiros trazidos pela equipe, Maurice Spillers e Chas McFarland, acabam ficando em segundo plano, ainda que o primeiro tenha feito ótimas partidas no Sulamericano. Além deles, Ricardo Probst parece ter voltado a jogar no seu mais alto nível, o que acaba por dar muita intensidade ao time interiorano. Para finalizar, o experiente Hélio Rubens conta com um excelente trio de jovens promessas: Vitor Benite (já realidade), Felipe Taddei e Lucas Mariano.
5 – São José/UNIMED: A equipe foi a responsável pela maior troca de estrela do NBB na temporada, buscando o pivô Murilo de Minas. Ao lado de Fúlvio, formará uma das melhores duplas de armador/pivô da competição. Um sucesso maior, entretanto, dependerá do restante do elenco, em que são destaques Wanderson, Rafael Mineiro, Matheus e Fabrício. Atual campeão paulista, não é exagero dizer que o time do Vale do Paraíba tem força para bater qualquer uma das equipes que disputa a competição.
6 – ARALDITE/Joinville: O tempo passa, o tempo voa, e a equipe comandada por Alberto Bial sempre está na parte de cima da tabela do NBB. A equipe perdeu Jefferson Sobral e André Góes, mas tirou do Paulistano, numa contratação polêmica, o ótimo Paulinho Boracini. Além dele, trouxe Fernando Coloneze e três bons jovens: Guilherme Schneider, Renato Scholz e Luis Felipe Gruber. A equipe fez uma boa preparação, inclusive na conturbada viagem à China, e não será nenhuma surpresa se chegar mais longe. O núcleo da equipe ainda conta com o bom pivô Thiagão, o reboteiro Shilton e o pontuador lembrado por Magnano na convocação para os treinos, Audrei.
7 – UNITRI/Universo: Uma das equipes mais relevantes da primeira metade da década finalmente está de volta ao basquete nacional! E não virá para brincadeiras. Tirou Valtinho e Estevam de Brasília, trouxe o bom norte-americano Robby Collum do basquete uruguaio e repatriou Hátila Passos. A questão é saber se o pouco tempo que Ratto teve para treinar essa equipe será suficiente para um vôo alto nesta temporada de retorno. A falta de banco será mesmo um problema que dificultará a vida da melhor equipe mineira de nosso ranking.
8 – ITABOM/Bauru: Afinal, quem é que pára Larry Taylor? O armador norte-americano que já começa a se enraizar no país faz barba, cabelo e bigode. Isto é, pontua, passa e pega rebotes. No ano passado, ‘”Larry Créu” foi eleito o MVP Draft Brasil da competição, em votação do nosso site. Além da estrela, a equipe de Guerrinha conta com uma base consolidada formada por Fischer, Alex, Ricardo e Jeff Agba. Nesta temporada, adicionaram o ótimo Douglas Nunes (olho nele!) e o promissor Thyago Aleo. Bauru é mais uma das equipes que mostram como o campeonato será ótimo: apesar de apenas oitavo em nosso ranking, não temos dúvida de que eles podem vencer qualquer time do NBB jogando em casa, com apoio da sua entusiasmada torcida. Resta saber como o time se comportará jogando fora.
9 – Araraquara: É a maior surpresa do Campeonato Paulista. Foram três contratações importantes: o bom armador norte-americano Mark Borders, o veterano Jefferson Sobral e o carregador de pianos Fernando Mineiro. Juntam-se a Deivisson, Luisinho e Neto na busca de transportar a boa campanha do campeonato estadual para o NBB. Desfeita a parceria que a equipe havia estabelecido com o Palmeiras, o time veste agora as corres da Ferroviária, o grená, envergando um dos mais belos uniformes da competição.
10 –INTERFORCE/Minas: A equipe perdeu sua maior estrela, Murilo e o excelente Drudi. Pra piorar, demorou um pouquinho para buscar reforços. Trouxe o veterano ala-armador Arnaldinho e o estupidamente atlético Bernard Robinson, que atuou na NBA. No entanto, nada chama mais atenção nessa equipe do que a quantidade de jovens promessas, a começar por Raulzinho, que atuou no último Mundial. Incluem-se na lista Bruninho, Cauê Borges e Cristiano Felício. Enfim, uma boa turma que atuará sob a batuta de dois argentinos: o técnico Nestor Garcia e o veterano armador Facundo Sucatzky. O Minas tem a tarefa de quebrar nossa cara no ranking e conseguir manter o bom nível demonstrado em anos anteriores. Mas o NBB ficou mais forte, e o Minas mais fraco e isso não pôde ser esquecido na hora de estipularmos posições e, por isso, restou o décimo posto ao tradicional clube da capital mineira.
11 – Vila Velha/GAROTO: A equipe de Vila Velha apostou na contratação de estrangeiros para melhorar a sua participação no NBB. E foram logo 3, dois norte-americanos e um sérvio (Dusan, que está sendo apelidado de Pet, por conta de sua boa técnica). Sem um campeonato regional competitivo, a equipe foi à China fazer sua pré-temporada. Além de Felipinho como destaque, a equipe contará com alguns jogadores oriundos do rival Saldanha da Gama, como Roberto e Rafinha.
12 – Paulistano/AMIL: Se por um lado o Pinheiros foi uma das equipes que mais se reforçaram na temporada, poucas equipes sofreram tantas perdas expressivas como seu rival da capital, o Paulistano. Há quem diga que a saída de João Marcelo e Baby foram até benéficas, por uma questão de química. No entanto, perder Paulinho Boracini para o Joinville no meio de um empréstimo foi um baque forte. A equipe, contudo, foi se reforçando ao longo da temporada e hoje conta com um bom elenco liderado pelo jovem Betinho e que conta ainda com Luis Felipe Lemes, Felipe, Edu, Jordan Burger e o russo Malic. Assim como o Pinheiros, também padece pela falta de uma torcida fanática.
13 – WINNER/Limeira: A equipe retorna ao cenário nacional numa posição bem diferente de quando conquistou o título paulista. O técnico Demétrius torce por uma rápida recuperação do bom armador da seleção da Rep. Dominicana, Ronald Ramon e por boas atuações do norte-americano Durelle Brown, já que o ala Diego não tem feito uma boa temporada.Se o time não empolga, a entusiasmada torcida limeirense promete lotar todas as partidas e tentar bons resultados na marra.
14 – Assis: A equipe poderia estar melhor avaliada caso não tivesse demorado tanto para se reforçar. A equipe virou completamente do avesso depois da última temporada e não vai bem no Campeonato Paulista, mas a chegada do argentino Pedro Calderon e do norte-americano Tony Stockman prometem impulsionar o time da onça parda.
15 – Vitória/CECRE: O que dizer do Vitória? Depois de 1 temporada e meia marcada por atrasos salariais e motim de jogadores, a equipe parecia ter encontrado um rumo sob o comando do técnico Paulo Murilo. Contudo, bastou a temporada terminar para a zorra tomar conta novamente da franquia. Em cima do prazo, apresentou um natimorto projeto que previa a fusão com o São Bernardo e punha fim ao comando de Paulo Murilo. Pois bem, ficou sem São Bernardo e sem Paulo Murilo. Ênio Vecchi e Eddy estão de volta à equipe, e Guilherme Filipim é a principal contratação. Não ser novamente o lanterna da competição seria um enorme lucro.O time deve ter um começo bastante conturbado e, pra piorar, ao romper com o Saldanha, acaba por perder setores de sua pequena mas fanática torcida. Não foi por acaso que o Dr. Alarico foi parar recentemente no hospital. Desejamos melhoras para ele, e principalmente para o basquete da capital capixaba.