Ranking Draft Brasil – NBB 2 (Primeira Versão)

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Publicado em: 30/10/2009

O principal campeonato de basquete do país está de volta. E a boa notícia é que, às vésperas da competição, os elencos estão muito melhores do que à edição passada. Com talvez a exceção de Flamengo, Cetaf e Joinville, todas as equipes investiram mais para essa temporada do que a anterior. Além disso, com a chegada de vários americanos e a saída de Limeira e a consequente distribuição de seus jogadores ao redor da liga, o equilíbrio aparece ainda maior.

Para se ter uma idéia, Renato foi para São José, Nezinho para o Universo, Teichmann para o Flamengo, Shamell para o Pinheiros, Edu e Betinho para o Paulistano, todos aumentando de imediato o poder de fogo destas equipes. Em relação aos estadunidenses, chegaram de todas as posições e níveis técnicos possíveis: dos ótimos Tony Stockman e Mark Borders, às incógnitas McNeil e Marshall Brown. Pelo menos metade das equipes do NBB na próxima temporada contarão com jogadores nascidos nos EUA.

Este ranking não pretende ser a palavra final, longe disso. São apenas análises especulativas do que pode ser a próxima temporada do NBB. Ele está sujeito ao erro por inúmeros fatores que podem ser lesões, problemas pessoais, desarranjo no elenco, problemas táticos e erros de percepção deste que vos escreve. A tentativa é, principalmente, às portas da competição, tentar colaborar abrindo o debate entre nossos leitores.

Fiquem livres para palpitar e cada um fazer o seu próprio ranking. Aí vai o nosso! Não deixe de palpitar.

1 Se os rankings servem para mostrar a expectativa que temos com cada determinada equipe, ninguém melhor para liderá-lo, às vésperas do campeonato, que o Universo. O time de Lula Ferreira, atual bi-vice nacional e campeão da Liga das Américas (principal competição continental de clubes) foi pontual e brilhante nos reforços, trazendo simplesmente duas grandes estrelas: Nezinho, explosivo armador com excelentes passagens por Ribeirão Preto e Limeira, e Guilherme Giovannoni, ala-pivô da seleção de Moncho que volta ao país depois de muitos anos na Itália. Para garantir o bom rendimento dos anos anteriores, o time manteve a excepcional dupla Valtinho e Alex e o bom reserva Arthur e a tropa de choque d o garrafão, Estevam, Cipriano e Mineiro. Cansado de ser vice, o Universo precisa se livrar da freguesia perante ao rubronegro carioca. A íngreme tabela do começo de campeonato (Pinheiros e Paulistano em São Paulo e Franca em Brasília) já poderá mostrar se colocá-los na ponta de nosso ranking foi merecido ou não.
2 O atual bicampeão nacional, primeiro campeão do NBB, Clube de Regatas Flamengo não foi bem nas férias. Grosso modo, o time perdeu Baby e ganhou Teichmann. Cabe a discussão se o ala-pivô formado no Vasco que jogou a temporada passada no Limeira não é até melhor que o ex-NBA Rafael Araújo. Se for, terá sido suficiente para o Flamengo apenas a manutenção do elenco enquanto todos os outros se reforçaram, como vimos ao longo deste ranking? O time desfalcado de Jefferson e Fred fez uma participação ridícula na Liga Sulamericana, que se não é exatamente um espelho do que será o NBB, serve de diversas maneiras como parâmetro pra análise. O Flamengo vai continuar dependendo e sobrevivendo às custas do melhor jogador em atividade no país, Marcelinho Machado. Marcelinho já mostrou todo o seu domínio por essas terras e na final do ano passado, nem o nosso tão elogiado Alex conseguiu pará-lo. Jefferson, Duda, Fred, Hélio e o já citado Teichmann formam o núcleo da equipe que ainda conta com Coloneze, Wagner e Dedé na rotação principal. Mandando os jogos na Arena HSBC com preços nada acessíveis, a outra grande questão é se o Flamengo contará com o apoio em peso de sua fabulosa torcida, protagonista das conquistas recentes do clube. Medir o domínio que o Flamengo exercerá sobre os rivais será, de certa maneira, saber quanto exatamente o campeonato evoluiu.
3 Depois de uma temporada assombrada por lesões e pela indefinição nas contratações, o Franca está de volta. O time da tradicional cidade basqueteira foi um dos que melhor se reforçaram para essa temporada. Para colaborar imediatamente chegaram o ótimo Ricardo Probst, que vinha de passagem apagada pelo Minas, e o promissor Vitor Benite, além do pivô David. Os três vão se juntar aos veteranos Márcio, Helinho e Rogério para montar uma das equipes mais consistentes do Brasil. Não podemos esquecer do promissor núcleo jovem da equipe que conta com o ótimo Cauê Borges (ao lado de Raulzinho do Minas e de Rômulo, de Joinville, os jovens mais interessantes do NBB), o incansável Cauê, além de Felipe Taddei, mais uma das promessas produzidas na base francana. Calma, tem mais: a dupla de americanos Tony Stockman (que chegou no começo da temporada e vem jogando muita bola) e o recém contratado Harper Williams. Se ano passado, mesmo com tantos problemas, Franca deu imenso trabalho ao Universo nas quartas-de-final, imagine desta vez, mais organizado e jogando em mais alto nível.
4 Se considerarmos uma das mais tradicionais máximas do basquete, a de que a área pintada é lugar onde se decidem as partidas, certamente teríamos grandíssimo respeito pela equipe comandada por Flávio Davis. Com Drudi e Murilo, o time reúne duas peças das mais regulares do basquete nacional para jogarem lado a lado. Na armação, o time conta com uma trinca particularmente especial: Sucatzky, Luiz Lemes e Raulzinho. Estão aí três gerações de bom nível para conduzir a equipe no NBB: o primeiro, argentino, foi líder em passes na última edição do campeonato; o segundo, ex-companheiro de Baby na BYU, chegou a ser chamado por Moncho para os treinos com a seleção principal e se mostrou um reserva bastante competente ao longo da temporada passada; o terceiro é considerado o maior talento brasileiro para o perímetro dos próximos anos. Para completar nas alas, saíram Shipp e Soró e chegaram as duas maiores apostas da equipe: Cris Jeffries e JaJuan Smith, dois americanos de ótimo nível que certamente elevarão o nível da competição: o primeiro fez sucesso em passagens pela ótima liga argentina, o segundo foi astro jogando por Tennessee, no mais alto nível universitário dos EUA e depois rodou por times de ponta da Europa como Union Olimpja da Eslovênia e Pau Orthez, da França, costumeiros participantes da Euroliga. A equipe mineira foi às semifinais na primeira edição do NBB e certamente se reforçou para chegar ainda mais longe. Resta saber se, com a notória elevação de nível de boa parte das equipes, será suficiente.
5 O elenco comandado por Cláudio Mortari tem menos profundidade que São José e Paulistano, por exemplo. Porém, seu núcleo ofensivo ancorado basicamente em três jogadores pode ser considerado o mais ousado do NBB: Diego, Shamell e principalmente Olivinha tem mostrado no Paulista que formam uma trinca perigosíssima pra qualquer adversário jogando em alto nível. É inegável dizer que o Pinheiros perdeu um dos melhores jogadores do último NBB na partida de Marquinhos para a Itália. Mas a diretoria soube repor bem trazendo o nosso “porto-riquenho” Diego e o ótimo quase-brasileiro Shamell, atual campeão paulista pelo extinto time do Winner Limeira. Olivinha, remanescente do grupo do ano passado vem fazendo uma temporada fantástica. Lidera o Paulista em eficiência e certamente concorre ao prêmio de MVP do NBB, dependendo, obviamente, do que sua equipe fizer. O Pinheiros é ao lado do Universo e Flamengo, o time com mais jogadores que defenderam o Brasil na última Copa América do certame: dois cada um (Diego e Olivinha em SP, os irmãos Machado no Rio, Alex e Guilherme em Brasília). A maior virtude é também o maior problema do time da capital paulista. Se os três jogadores são o sustentáculo da equipe, acabam jogando quase 40 minutos todas as partidas. Como coadjuvantes, a equipe conta com Morro, Gustavinho e Luis Fernando, além das ajudas de Josuel, Bruno Mortari e Thiago. Por mais que esses possam ser jogadores importantes, não há dúvidas do imenso buraco que há entre o nível técnico dos três principais e o resto do elenco.
6 O time é comandado pelo treinador mais promissor do Brasil no momento, o francano João Marcelo. As contusões do ano passado atrapalharam demais o time no primeiro NBB. A diretoria do tradicional clube da alta sociedade paulistana decidiu investir pesado para esta temporada e os resultados já começam a aparecer: no momento, o time lidera o Paulista. O elenco foi muito reforçado. Para acompanhar Penna e Dedé no perímetro, chegou o promissor Betinho, da seleção brasileira juvenil quarto lugar no Mundial sub21 na edição retrasada da competição. Para o garrafão, dois jogadores com passagem por seleção brasileira em mundiais: André Bambu e o atual campeão pelo Flamengo, Baby. Para as alas, o bom Edu, ex-Limeira e o ótimo Felipe, ex-Franca compõem o elenco que certamente vai brigar pelas 4 primeiras posições da competição e uma classificação antecipada às quartas-de-final. A falta de um grande jogador para decidir as partidas e de uma torcida mais inflamada para os grandes momentos da competição pesou para que eles não estejam em melhor colocação em nosso ranking.
7 O time comandado por Alberto Bial há duas temporadas se consolidou como uma das quatro principais forças do basquete brasileiro. Na transição de uma temporada para outra, embora a partida do ala americano Williams, o time repôs bem acertando com o ótimo Audrei, ex-Univates Bira de Lajeado. Qual o motivo então do Joinville não estar entre os quatro melhores neste ranking? Acredito que, primordialmente, porque ele não acompanhou o ritmo de seus principais concorrentes. Embora tenha se reforçado o suficiente para repor a peça perdida, faltou peso em comparação às contratações de outras equipes. Pra piorar, um dos principais jogadores da equipe, Manteguinha, sofreu grave lesão nas férias e não sabemos em que nível ele voltará. Tiagão, Sobral, Espiga e principalmente Shilton montam o núcleo principal desta equipe que continuará ser muito temida. Muito se espera também em relação ao jovem armador Rômulo, uma das jovens e raras esperanças do NBB.
8 Bauru tem, em minha opinião, o jogador mais espetacular do NBB: Larry Taylor. O americano é um craque que contribui em todos os fundamentos mas que, principalmente, conduz a equipe a vitórias. Com a manutenção desta principal peça do ano passado, o time de Guerrinha tentou montar um time em sua volta e assim melhorá-lo. Por isso, trouxe seu conterrâneo Jeff Agba e o ex-Saldanha Eddy, além de manter os bons coadjuvantes do ano passado, casos principalmente de Renato, Alex e Fischer. No ano passado, o Bauru esbarrou no sistema defensivo do Minas na disputa pelas semifinais do NBB. Reforçado, pode dar o salto de qualidade este ano.
9 São José é um dos times que mais se reforçou para a segunda edição do NBB. Trouxe do extinto Limeira, Renato, de Franca, Matheusinho, do Paulistano, Mineiro além de repatriar Fúlvio. O time ainda manteve Di, campeão paulista do ano passado, contratado no início do NBB. Os resultados já apareceram: há algumas semanas, conquistaram o importante título dos Jogos Abertos do Interior de São Paulo, derrotando o Assis na Final. No Paulista, uma campanha irregular não permite confiar plenamente na equipe, embora todos saibamos que ela mereça bastante respeito, principalmente quando joga em seus próprios domínios. No último ranking às vésperas do I NBB, São José estava na mesma nona colocação. O problema é que todos os outros na sua frente também evoluíram.
10 O time de Marco Antonio Aga é um dos mais interessantes pra se assistir no próximo NBB. Mark Borders e John Thomas têm nos dado incríveis enterradas ao longo de todo Campeonato Paulista. Além deles, Rodrigo Bahia e Lucas Tischer compõem um garrafão que podemos chamar de confiável.Essa dupla pode ter Mosso na reta final do campeonato – se ele se recuperar da grave lesão que sofreu no estadual. Na armação, além de Borders, tem Ricardo Giannechini, que fez um bom NBB ano passado e segue jogando em bom nível. Se Assis conseguir repetir bons momentos que já passou no Paulista, pode incomodar os favoritos e até beliscar uma das quatro vagas antecipadas. Por enquanto, há a certeza de que estará entre os 12 que passarão às oitavas de final.
11 De alviverde imponente, por enquanto, o Palmeiras não tem nada. O “convênio” com o grande clube paulista não garantiu grande evolução ao time de Araraquara. As grandes adições foram do ex-Missouri Marshall Brown e de Delano Thomas, mas com a chegada de outros estrangeiros no NBB dessa temporada, o impacto deve ser bem menor do que poderia ter sido em anos anteriores. Júlio Toledo e Neto compõem o núcleo jovem da equipe de Chuí. Dos mais experientes, Deivisson tem garantido importantes rebotes, embora seja necessário dizer que ele não deixou saudades em Franca. Arnaldinho, o ex-craque, parece não conseguir retomar os tempos de líder do Uniara. O resultado tem sido um ano bastante irregular no Paulista que não inspira muita confiança para o nacional.
12 O time da capital capixaba também investiu na mudança. De comando, de patrocinador e de principais jogadores. Eddy e Ênio Vecchi partiram, mas chegaram dos rivais, Lucas Costa e Amiel, além de Daniel Kaçamba. Para o banco, oportunidade foi dada ao treinador de base Aldo Machado Júnior. Para o nome da equipe, chega o Guaraná Antárctica e a Prefeitura de Vitória. Tirar dos rivais canela-verde Lucas Costa e Amiel por enquanto não lhes garante nada, a não ser uma colocação a frente em nosso ranking. Em quanto tempo o time conseguirá se organizar para disputar uma competição em alto nível? É esperar para ver até que ponto essa briga pela 12ª vaga pode ser decidida em detalhes ou se os dois últimos vão se afastar da briga logo de início.
13 É complicado fazer análises mais densas ou, pelo menos, que mereçam mais credibilidade, sem ter visto as equipes atuarem. É esse nosso caso com o Cetaf. Se é verdade que na maioria das vezes as incapacidades desse tipo tragam a culpa do articulista, nesse caso, não haveria muito o que fazer: o time foi muito modificado e com o elenco que disputará o NBB só jogou um amistoso, contra o Saldanha, e perdeu por 1 ponto. É basicamente, portanto, a análise dos elencos e o contato com a assessoria do time (que é bastante presente, diga-se) que guia os pareceres aqui expostos. O Cetaf perdeu dois jogadores fundamentais da campanha do ano passado: Amiel e Lucas Costa. Além deles, Felipinho, cestinha importante do elenco, está machucado gravemente (entorse de joelho) e sabe-se lá em que condições voltará. Na reposição, alguns jogadores interessantes como o pivô Ralfi, o ala Cícero, além da manutenção do armador brasileiro na Universíade do ano passado, Alexandre Pinheiro. As esperanças, adivinhem, estão nas mãos de um americano: Magen McNeil. O time ainda promete a chegada de um segundo americano Tramaine Stevens. O time de Vila Velha alternou, no ano passado, grandes momentos com outros nem tão interessantes assim. Sem dúvida brigará pela última vaga nos playoffs e quem sabe, com a volta de Felipinho e um maior desenvolvimento dos jovens do time, consiga aproveitar o fato do campeonato ser longo e conquistar objetivos mais arrojados.
14 Única equipe estreante do NBB. Se observarmos a amplitude de seu elenco, vemos um grande número de jogadores que poderiam ser coadjuvantes do NBB, ajudando este ou aquele time a manter o alto nível em algumas partidas. Fernando Mineiro, Adriano Machado, Charles, Guilherme Filipin ou Bernardo Guimarães não parecem, porém, ter características de capacidade de decidir partidas no nível que o NBB exigirá. Sobra então a esperança no americano Leonard Mosley. Porém, podemos dizer muito pouco em relação a como ele poderá somar ao elenco a ponto de colocá-lo na briga por mais vitórias. Talvez o principal fator para que Londrina consiga não ser a pior equipe da competição seja também o seu maior desafio: reconquistar a torcida londrinense que, embora apaixonada, não aderirá se a campanha for muito ruim. Ênio Vecchi é treinador experiente e habituado com a cidade. Porém, sua participação recente com o Saldanha da Gama no NBB, em que se pese o fraco elenco que tinha nas mãos e a dificuldade absurda de sequer receber os salários, não trouxe grandes esperanças.
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