Relatório de treinos – Super4 (entrevista com Sergio Hernandez, Esteban Batista e Gerardo Jauri)
Essa quinta-feira foi marcada por uma interminável sequência de treinos das seleções que disputarão o Super4 brasileiro a partir de amanhã.
O Draft Brasil chegou ao ginásio do Maracanãzinho às 9 horas, quando, de acordo com o cronograma apresentado, começaria o treinamento da seleção uruguaia.
Animado para ver Esteban Batista, Mártin Osimani, Garcia Morales, Gustavo Barrera e cia, acabei me deparando com o ginásio vazio e a informação de que o time do Uruguai, por ter chegado cansado de viagem, cancelaria o treino matinal.
Eis que, às 9:30 horas da manhã, o ginásio começa a ser invadido pelas camisas azuis e amarelas da seleção brasileira. É que a delegação foi surpreendida pelo bom trânsito, chegando mais cedo ao Maracanãzinho.
Melhor para o técnico Moncho Monsalve, que ganhou alguns minutos preciosos de treinamento.
Após uma breve reunião, os jogadores fizeram um breve aquecimento, seguido de alongamento e, depois, de mais aquecimento. O relógio marcava 9:53 horas, quando os jogadores foram dividos em 3 grupos para prática de arremesso (havia 3 tabelas na quadra, uma na lateral).
Um detalhe: Marcelinho, que se recupera de uma lesão no ante-braço e é dúvida para a partida de amanhã, participou desta etapa.
Às 10:30 horas, o selecionado brasileiro fez um breve treinamento de passes e posicionamento, reservando os 20 minutos derradeiros para um treino tático de meia quadra, a toda hora interrompido por Moncho Monsalve.
Os jogadores ainda finalizavam o seu alongamento quando o ginásio começou a ser tomado pela delegação…do Uruguai. Isso mesmo, nos bastidores, a equipe celeste negociou com a seleção australiana o horário das 11 horas no ginásio. Isso porque os australianos diziam-se ainda mais cansados, optando não apenas por não acordar cedo, mas também por não treinar pela manhã.
Reforçados de Garcia Morales, que não havia disputado o Super4 argentino. os uruguaios fizeram uma breve social com o elenco brasileiro.
Anderson Varejão convidou pessoalmente Esteban Batista para o Basket Show, que será realizado no domingo. Batista aceitou prontamente, mas a sua presença está condicionada ao seu translado de volta para o Uruguai, já que a o restante da delegação voltará para Montevidéu no domingo pela manhã.
Os jogadores brasileiros e Moncho Monsalve sairam de quadra sem falar com a imprensa. Aliás, Moncho Monsalve teria feito esse pedido expresso à assessoria da CBB (supostamente, ficou chateado com alguma publicação do dia anterior). A exceção ficou por conta de Marcelinho Machado e Duda, que ficaram à beira da quadra para gravar um programa da TV, especial para o dia dos pais, ao lado do pai da dupla, Renê.
O treino dos uruguaios se desenvolveu de maneira similar ao brasileiro: alongamento, aquecimento, arremessos, treino de transição, mais arremessos e, por fim, 20 minutos de treino tático de meia quadra, este com inúmeras interrupções do técnico Gerardo Jauri.
Juntamente com os poucos jornalistas presentes, pude fazer algumas perguntas para Jauri e para a maior estrela uruguaia, o pivô Esteban Batista (confira abaixo o áudio na íntegra).
Em tom de surpresa, Esteban desmentiu os rumores sobre uma eventual sondagem do Universo/BRB. Ele lembrou que acabou de assinar um contrato de 3 anos com o Fuenlabrada, da 1ª divisão espanhola. De qualquer forma, há quem diga que Jorge Bastos, dirigente da equipe brasiliense, tentará se encontrar com o pivô amanhã para oferecer uma proposta concreta).
De concreto, só o fato de que as equipes brasileiras, após um período dormindo no ponto, despertaram para um dos principais talentos do continente…talvez tarde demais.
O relógio marcava 11:55 horas quando um burburinho alto começou a ser ouvido do final do túnel de acesso ao vestiário. Denunciava a chegada iminente dos medalhistas olímpicos. E, religiosamente, às 12 horas em ponto, os argentinos surgiram como um trem na quadra do Maracanãzinho, demonstrando pouca preocupação com a equipe do uruguai, que ainda se retirava.
Aliás, a tal social entre brasileiros e uruguaios não foi repetida entre os mesmos e os argentinos. Estes simplesmente não estavam para brincadeira: chegaram para o treinamento mais longo da sessão matinal, com previsão de 2 horas. E foi disparadamente o treinamento mais intenso do dia.
Os argentinos aqueceram, correram de um lado para o outro da quadra, fizeram zigue-zagues entre cones e, em seguida, arremessaram bolas. Às 12:50 horas, uma breve pausa de 5 minutos para um bate-papo no meio da quadra.
No recomeço, os argentinos treinaram transição e fizeram uma longuíssima sessão de treinamento meia quadra, com 3 times de quatro jogadores revezando-se no confronto.
Sérgio Hernandez mostrou-se um comandante extremamente detalhista, não apenas parando o treino a todo instante, mas também oferecendo orientações técnicas e táticas detalhadas para cada um dos jogadores. Ao contrário de Moncho Monsalve, o seu estilo é mais paciente do que brigador.
Pode parecer bobagem, mas realmente um aspecto diferencial do treino argentino para os demais é a seriedade. Sinceramente, não lembro de ter visto um sorriso ou um momento de descontração sequer durante o treino. Além da intensidade, o clima é de concentração total.
Para finalizaro treino, os argentinos fizeram um pequeno coletivo 5 x 5, com a quadra inteira. Às 14 horas em ponto, Sérgio Hernandez deu o comando para que o treino se encerrasse, ignorou a imprensa argentina (dois repórteres do Clarin) e foi conversar com nós, brasileiros.
O comandante argentino respondeu com paciência e simpatia as nossas perguntas (vide áudio abaixo, na íntegra), encerrando uma longa jornada de treinamentos no Maracanãzinho.
Isso, evidentemente, apenas pela parte da manhã. À noite, não pudemos acompanhar, mas o Rebote nos conta que: os australianos deram as caras pela primeira vez no Maracanãzinho, a seleção brasileira voltou para mais um treino e que a sequência noturna foi finalizada pelos uruguaios.
Entrevistas em áudio:
Gerardo Jauri (técnico do Uruguai):
Esteban Batista:
Sérgio Hernandez (técnico da Argentina):