São José no NBB: dois estilos por uma vaga

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Publicado em: 20/04/2010

Não há dúvidas que o Flamengo e o São José possuem dois estilos de jogar basquete completamente distintos. Os cariocas tendem a centralizar todas as suas ações ofensivas na estrela do elenco, Marcelinho Machado, enquanto os paulistas tenham talvez o time com maior distribuição de tarefas ofensivas do NBB2. É esses dois estilos que entrarão em quadra e duelarão por uma vaga nos playoffs semifinais da competição.

O time de Paulo Chupeta conta com uma estatística inusitada que ilustra muito bem essa centralização ofensiva em Marcelinho Machado. A estrela rubro-negra tem médias de 27 pontos por jogo, 15 a mais que o segundo cestinha do time, seu irmão Duda que promedia 12 pontos por embate. Do outro lado, o time de Régis Marelli conta com um emparelhamento ofensivo incrível para os nossos padrões de basquete. Fúlvio (cestinha do time) tem médias de 14 pontos por jogo enquanto o oitavo (!) cestinha da equipe faz em média 8 por partida. Resumindo, do primeiro cestinha do Flamengo para o segundo, 15 pontos de diferença, do primeiro cestinha do São José para o oitavo, 6 pontos.

A grande questão é que analisando friamente as estatísticas teríamos certeza que o São José é uma equipe melhor que o Flamengo. Pois é, mas não é. Marcelinho Machado, sozinho, em nível nacional, garante a qualidade necessária que garantiu o rubro-negro como campeão da temporada passada e segundo melhor na fase classificatória no presente campeonato. Portanto, não é surpresa pra ninguém que apesar dos números que disponibilizei aqui o Flamengo é favorito absoluto à classificação na série de playoff que discutimos. Em nosso fórum, todos os votantes e demais pessoas que deixaram sua opinião, acreditam em vitória carioca.

Entretanto, a discussão proposta através desses números é exatamente o que Régis Marelli pode fazer para classificar sua equipe e garantir uma zebra nos playoffs. Primeiramente, é necessário manter o ritmo e esquema de jogo do SJC. O time é bom e já mostrou isso inúmeras vezes. Foi campeão paulista, conta com Fúlvio em ótimo momento e bons valores (Matheuszinho, Wanderson, Paulão e etc). O jogo coletivo sempre foi a arma da equipe e a manutenção desse sistema é fundamental. O segundo passo é fazer as estatísticas postas aqui irem a prova. Marcar Marcelinho como ele não foi marcado em nenhuma das temporadas do NBB e fazer com que os reservas e role-players do Flamengo tenham que elevar seu nível. É nesse possível fracasso dos “outros jogadores” do rubro-negro carioca que passa a chance de classificação do SJC. A marcação no astro carioca com certeza não será fácil, entretanto, uma coisa é óbvia. Contestar os chutes do perímetro de Machado e forçá-lo a passar a bola ou infiltrar em cima dos pivôs de São José é talvez o melhor caminho para pará-lo. Além disso, forçar o jogo em cima dele enquanto o Machado defende, deixando-lhe cansado e com menos condições de fugir de seus marcadores enquanto ataca é ac0nselhável.

Vale lembrar que tudo não passa de um palpite. Como fez Guilherme Tadeu com maestria na série envolvendo Pinheiros e Franca, a intenção é apenas mostrar uma opinião do que pode ser feito pelo time que não é favorito para avançar na competição. Acredito que Marelli sabe que seu time tem como melhor arma o jogo coletivo e que forçar a falta desse jogo no rubro-negro carioca é fundamental para triunfar. Basta esperar para ver como o duelo se dará dentro da quadra, afinal, dois estilos de basquete disputaram apenas uma vaga.

Raoni Moretto
raokiller@hotmail.com

Foto: LNB

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