São Marcelinho Huertas das Causas Impossíveis
Não tem como contar a história do jogo de hoje sem falar em Marcelinho Huertas, mas antes de chegar no auge da exibição do armador do Brasil e do Barcelona é preciso contar todo o calvário que foi a partida.
Brasil e Canadá começaram a partida com o freio de mão puxado, com pouco mais de 5 minutos de jogo o placar ainda marcava 4×4. O tanto que a defesa brasileira funcionava nos primeiros minutos era inversamente proporcional a produção ofensiva. O resultado não tinha como ser diferente, ainda mais da maneira que a defesa desandou no fim do quarto, nem rebote tava sobrando. Canadá na frente por 17×12 ao fim do 1º período.
Magnano começou a rotacionar o time ainda no quarto anterior, com destaque para a participação de Marcelinho Machado – entre os que vieram do banco – e Alex, muito bom na marcação sobre Carl English e trabalhando com extrema competência no ataque. Augusto Lima e Rafael Hettshmeier acabaram se enchendo de faltas logo cedo, o que forçou o treinador a acabar usando todos os jogadores disponíveis no jogo.
Uma ligeira melhora do meio pro fim do 2º período e o Brasil foi para o intervalo vencendo por 33×28.
O Brasil guardou para o terceiro período o pior basquete já praticado pelo time na era Ruben Magnano. Defesa confusa, rebotes sendo perdido de todos os jeitos, faltas desnecessárias, algo estava muito errado. Nem os contra-ataques e o jogo de transição parecia funcionar mais. Por mais que tentasse, nada parecia funcionar, até rodar a bola no ataque parecia impossível, todos os brasileiros estavam sempre devidamente marcado, mais por demérito da movimentação ofensiva do que por méritos da defesa canadense.
O péssimo rebote deu ao Canadá a vitória parcia, venceram o 3º período por 18×14.
Nos últimos 10 minutos de jogo, tudo parecia caminhar para um final dramático. Com dois erros de rebote e um chute de três o Canadá chegou a estar na frente no placar por 50-47. Guilherme Giovannoni empatou o jogo no ataque seguinte com outra bola de três.
E aí começou a redenção de “São Marcelinho Huertas das Causas Impossíveis”. Magnano conseguiu postar a defesa, fazendo uma marcação pressão na quadra toda e muita aplicação na defesa individual no 5×5, mas o ataque brasileiro foi carregado nas costas por Marcelinho.
Um floater daqui, uma assistência para Splitter ali, um bom posicionamento embaixo do aro para completar a assistência do pivô do Spurs acolá e o Brasil marcou 12 pontos seguidos, interrompidos por uma falha da defesa que me fez temer, até o lance seguinte. Guilherme Giovannoni matou uma bola de três do meio da rua, Marcelinho Huertas continuou com o “modo créu” ligado e o Brasil fez nos 5 minutos finais uma exibição a altura do que se espera do time de Magnano, fechando o jogo com a vitória por 69×57.
Destaque negativo do jogo fica para o ala Marquinhos, não estava numa noite boa. Pra não dizer que foi tão ruim, ao lado de Guilherme, Huertas, Alex e Splitter fizeram o melhor quinteto defensivo do Brasil na partida – e também o quinteto titular.
Amanhã o Brasil folga e volta a quadra na sexta-feira as 18h para enfrentar a também invicta República Dominicana. Esperamos que Marcelinho siga sendo santo, e que os outros também se inspirem. Amém!