Ser ou não ser?
Há pouco tempo atrás, em um de seus artigos, Henrique Lima, um dos autores que reportam neste blog, ao escrever sobre o emblemático caso dos atletas de Sorocaba terem voltado sem banho e janta de Rio Preto, no final do texto deixa a seguinte questão a ressoar: Quem são e o que pensam os atletas de basquete? Indignado, com razão para tanto, Henrique se questiona e questiona todos os jogadores.
Mas quem são esses jogadores que não conseguem se associar e fazer de sua voz, para além de seus braços e pernas, um instrumento de trabalho?
O próprio NBB, de certa forma, democratizou as tomadas de decisões. Antes o poder das escolhas estava exclusivamente nas mãos dos dirigentes da federação, hoje já se pode ver uma participação maior dos clubes, além de ver algumas associações se consolidando, como as de técnicos e juízes, as quais vem ganhando espaço para participar do ambiente democrático proposto. Muito benéfico é o jogo democrático para todo o basquete. Será no embate entre os diversos participantes e suas posições que criaremos um instituição sólida, a qual poderemos chamar com orgulho de “O Basquete Brasileiro”.
Várias tentativas de se criar uma associação de atletas nasceram e morreram do dia pra noite. Existe até no YouTube, uma reunião gravada numa sala do Ibirapuera de uma dessa tentativas, onde se podem ver expressivos jogadores do Brasil discutindo o rumo dessa natimorta associação (confiram no vídeo abaixo).
Em uma conversa com o ex-jogador argentino e hoje técnico, Romano, que dirigiu o time do São Bernardo e do Guarujá, ele revelou que a associação dos hermanos surgiu por volta de 1984, trazendo muitos benefícios ao basquete argentino. E não descarto dizer que a criação dessa organização está diretamente relacionada com o sucesso obtido pelo basquete argentino nos últimos anos.
Acredito que, consolidado o NBB, seja o momento certo de uma retomada dos diálogos para uma possível associação dos atletas, já que a liga vem se demonstrando muito profissional. Parece que isso já está acontecendo, ainda que em forma de rumores. Seria indispensável que todos pudessem ter sua voz ouvida, para que essa seja a nossa associação e também para garantirmos nossos direitos. E que Deus nos livre de termos que voltar sem banho e famintos ao perder um jogo!!!