Sergio Hernández convoca seleção argentina

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Publicado em: 6/06/2009

O treinador argentino Sérgio Hernández divulgou ontem uma lista com 20 jogadores que irão brigar pelas 12 vagas no elenco argentino para a disputa da Copa América (Pré-Mundial) de Porto Rico (a competição já foi confirmada em solo porto-riquenho). Os argentinos (medalistas de ouro em Atenas 2004 e bronze em Pequim 2008) não estarão com sua equipe completa, entretanto, prometem brigar e muito pelo título. Entre os desfalques estão: Emanuel Ginóbili, Andrés Nocioni e Fabricio Oberto. A ausência de Ginóbili já era esperada, Nocioni está tratando o joelho machucado e ganhará um descanso para o Mundial 2010 (nas palavras de Hernández) e, Oberto está sendo examinado por causa de seu problema cardíaco. Segundo Hernández, Oberto também estaria ganhando um descanso para o Mundial 2010.

Na lista de 20 jogadores, Hernández incluiu muitos jogadores jovens e da Liga Argentina. Luis Scola e Carlos Delfino são os grandes nomes da convocação que conta ainda com alguns jogadores da geração de bronze (Pequim 2008). Também devem ser ressaltadas as presenças dos jovens Matias Nocedal e Fabricio Vay, ambos promessas do basquete argentino. Abaixo, segue a lista dos 20 jogadores convocados e também uma análise especial do Draft Brasil sobre quais serão os 12 jogadores a ficarem na lista final de Hernández.

Armadores:

Pablo Prigioni; 1,91m; 32 anos (Tau Ceramica, Espanha)

Juan Pablo Figueroa; 1,84m; 23 anos (Atenas de Córdoba, Argentina)

Juan Pablo Cantero; 1,84m; 26 anos (Sionista de Parana, Argentina)

Juan Manuel Fernandez; 1,92m; 18 anos (Universidade de Temple, Estados Unidos)

Escoltas:

Carlos Delfino; 1,97m; 27 anos (Khimki, Rússia)

Paolo Quinteros; 1,86m; 30 anos (CAI Zaragoza, Espanha)

Diego García; 1,89m; 29 anos (Burgos, Espanha)

Matias Nocedal; 1,90m; 19 anos (Basquete VIC, Espanha)

Alas:

Federico Kammerichs; 2,04m; 28 anos (Regatas Corrientes, Argentina)

Matias Sandes; 2,01m; 24 anos (Fuenlabrada, Espanha)

Axel Weigand; 2,00m; 24 anos (Alicante, Espanha)

Fabricio Vay; 2,06m; 23 anos (Arkadia Traiskirchen Lions, Áustria)

Sebastian Vega; 2,00m; 20 anos (Peñarol, Argentina)

Alas-pivôs:

Luis Scola; 2,06m; 29 anos (Houston Rockets, Estados Unidos)

Leonardo Gutiérrez; 2,00m; 31 anos (Atenas de Córdoba, Argentina)

Leonardo Mainoldi; 2,06m; 24 anos (Fuenlabrada, Espanha)

Andrés Pelussi; 1,98m; 31 anos (Libertad Sunchales, Argentina)

Federico Aguerre; 2,02m; 20 anos (Argentino de Junin, Argentina)

Pivôs:

Román González; 2,08m; 31 anos (Peñarol, Argentina)

Juan Pedro Gutiérrez; 2,05m; 25 anos (Granada, Espanha)

Armadores: Pablo Prigioni confirmou sua presença na Copa América e garante muita tranquilidade ao treinador argentino nessa posição. Como Prigioni deve jogar mais de 30 minutos na rotação argentina, Hernández deve optar (assim como em Pequim) por levar apenas dois armadores natos. Com isso, a briga ficaria entre Juan Pablo Figueroa e Juan Pablo Cantero, afinal, Juan Manuel Fernandez é muito jovem e está mais ganhando experiência na seleção adulta do que qualquer outra coisa. A disputa entre Cantero e Figueroa vai ser muito grande. Figueroa é o armador titular do Atenas de Córdoba, atual campeão argentino, e teve grandes atuações no playoff final da Liga Argentina. Suas médias porém são inferiores as de Cantero (6.3 pontos e 2.5 assistências contra 13.2 pontos e 4.1 assistências). Cantero também leva vantagem por ser um melhor arremessador do perímetro (43% na última liga argentina contra 32.5% de Figueroa).

Escoltas: Carlos Delfino tem uma lesão no ombro mas deve jogar. Caso isso se confirme, Hernández teria apenas uma dúvida. Delfino e Paolo Quinteros (membro da seleção olímpica de 2008) já estariam confirmados. A dúvida é entre o experiente Diego García (Burgos, Espanha) que foi muito elogiado na LEB Ouro ou o garoto Matias Nocedal. Segundo a imprensa argentina, García começa a corrida na frente por ter feito ótima temporada e ter muito mais bagagem que Nocedal.

Alas: Talvez a posição mais fraca dessa seleção argentina. Federico Kammerichs e Matias Sandes são nomes certos na lista definitiva, afinal, Hernández confia muito em Kammerichs (presente no Pré-Mundial 2005, Pré-Olímpico 2007 e Olímpiada 2008) e em Sandes (presente no Pré-Olímpico 2007). A outra vaga na posição três estaria completamente aberta. Fabricio Vay estaria em observação, Sebastian Vega seria um projeto futuro e Axel Weigand nunca teve a continuidade necessária para mostrar seu valor. Os três disputam de igual para igual uma vaga no grupo que irá a Porto Rico.

Alas-pivôs: Com Luis Scola e Leonardo Gutiérrez confirmados, a briga pela última vaga na posição fica entre Andrés Pelussi e Leonardo Mainoldi (Federico Aguerre estaria incluído na lista para ir ganhando experiência). Segundo a imprensa argentina, Pelussi começaria na frente de Mainoldi por ser experiente além de um exímio defensor. Mainoldi teria a vantagem de conseguir chutar do perímetro. A questão da estatura pode favorecer Mainoldi, afinal, ele tem 2,06m contra 1,98 de Pelussi. Resta saber se Hernández ficará com o poder defensivo de Pelussi ou a altura e bom arremesso de Mainoldi. Conhecendo Hernández e seu estilo, muitos argentinos apostam que Pelussi é figura certa em Porto Rico.

Pivôs: A posição cinco já tem os dois nomes definidos. Román González e Juan Pedro Gutiérrez (reservas de Fabricio Oberto em Pequim) são os dois convocados e os dois homens que irão fazer companhia a Luis Scola no garrafão argentino. Román González teve ótimas médias na Liga Argentina (15.5 pontos e 6.5 rebotes) e Gutiérrez é considerado por muitos o pivô do futuro nessa seleção argentina.

Analisando tudo isso, temos apenas uma certeza. A Argentina mesmo sem alguns de seus principais nomes vai muito forte para essa Copa América. Luis Scola, Carlos Delfino e Pablo Prigioni são jogadores consagrados no cenário mundial, Román González, Federico Kammerichs, Leonardo Gutiérrez, Paolo Quinteros e Juan Pedro Gutiérrez nomes de um grupo medalista de bronze nas últimas Olímpiadas (González, Leonardo Gutiérrez e Paolo Quinteros inclusive eram sempre parte da rotação de Hernández). Os outros quatro nomes não preocupam, afinal, Sandes é um nome consagrado no basquete argentino e os demais jogadores terão sua primeira chance na seleção e devem no mínimo, mostrar muita vontade. Realmente, trabalho e organização geram frutos. Os argentinos mesmo com um time “B” são uma ameaça para qualquer seleção mundial.

Raoni Moretto
raokiller@hotmail.com

Foto: CABB (Confederación Argentina de Básquetbol)

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