Sobre o Jogo das Estrelas do NBB
Neste domingo, foi realizado o Jogo das Estrelas da primeira edição do NBB. Muito mais do que uma partida festiva, trata-se de um evento do qual se pode tirar proveito de múltiplas maneiras.
Em geral, quem costuma acompanhar basquete para valer costuma torcer o nariz para eventos desse tipo, ainda mais quando transplantado para o nível atual do basquete brasileiro. Afinal, o que se vê em quadra é tudo, menos uma partida de basquete.
No entanto, para aqueles que não estão habituados com o esporte da bola laranja (leia-se 99% da população brasileira), o Jogo das Estrelas, mesmo na versão tupiniquim, é um belo cartão de visitas.
Das arquibancadas do Maracanãzinho, era possível sentir o ar de admiração das crianças e o de surpresa dos marmanjos com algumas das jogadas apresentadas – sim, (alguns) jogadores brasileiros conseguem completar uma ponte-aérea!
Para o basqueteiro mais aficcionado, por outro lado, o evento é uma excelente oportunidade para fazer uma social. Senão vejamos, lá estavam reunidos os principais jogadores que atuam no Brasil, (quase) todos os técnicos do NBB, algumas lendas do passado (Wlamir Marques e Hortência, por exemplo), amigos blogueiros/jornalistas e até o Pedro Bial (!?!).
Esse encontro forma um clima gostoso para qualquer basqueteiro, em geral uma figura ávida e carente por um bom papo sobre a modalidade.
Fora isso, é uma chance única para dirigentes e técnicos discutirem tête-à-tête sobre os rumos do próprio NBB. Nesse passo, há que se louvar a idéia do presidente da LNB, Kouros Monadjemi, de realizar um congresso técnico na véspera do Jogo das Estrelas.
A primeira idéia concretizada, segundo a própria LNB, é a obrigatoriedade de todas as equipes escalarem pelo menos um jogador sub19 nas partidas já para o returno do NBB, com o intuito de promover a renovação no basquete brasileiro.
É uma medida tímida, é verdade, mas já é passo no caminho certo. Apenas para citar um exemplo, na Argentina, ouro e bronze nas últimas Olimpíadas, a liga obriga que cada elenco de 12 jogadores seja composto no mínimo por 3 jogadores sub20 + 1 jogador sub23. Ou seja, com “apenas” 8 vagas para veteranos, torna-se praticamente inviável deixar a garotada esquentando o banco e abanando os titulares durante todo o campeonato.
De qualquer forma, uma outra idéia divulgada por Kouros de lançar um campeonato juvenil paralelo ao NBB é extremamente louvável, restando saber se viável financeiramente. Aliás, taí uma forma de a CBB mostrar que ainda serve para alguma coisa.
Tomara que reuniões como esta sejam marcadas com mais frequência, sobretudo no longo recesso após o término da primeira temporada do NBB.
Dentro de quadra, algumas jogadas acabaram sendo realmente divertidas, a maioria comandada pelo armador norte-americano Larry Taylor (e pensar que ele quase ficou de fora do evento!). Um lance marcante foi o “drible da vaca” aplicado por Marcelinho Machado sobre um adversário num contra-ataque. Já o ala Marquinhos finalizou a maior parte das ponte-aéreas completadas do domingo.
Júlio Toledo e Fischer levaram os troféus dos torneios de enterrada e de 3 pontos, respectivamente. Acertei meus palpites no Orkut (mas errei feio no time vencedor do jogo principal!).
Uma pena que não tenham premiado o melhor jogador da partida. Ainda há tempo para corrigir a injustiça e impedir que a história deixe de contar quem foi o melhor jogador do primeiro (esperamos que de muitos) Jogo das Estrelas do NBB. Os meus votos vão para o Shamell, mas se Marquinhos vencesse, também não haveria injustiça.
O formato do evento, que durou das 10:00 às 14:30 horas, tudo por causa da televisão, incomodou bastante o público que compareceu ao ginásio, mas não chegou a comprometer a festa.
E se você não teve a oportunidade de conferir a partida ao vivo, eis uma boa maneira de guardar uma recordação do evento: O Balassiano do Bala na Cesta descolou o uniforme utilizado pelo ala Dedé na partida. Para concorrer, clique aqui.