Thunders sobrevivem à melhor série dos playoffs
Assim que foram definidos os confrontos semifinais de conferência, a série entre Memphis e Oklahoma City foi apontada pela maioria como a melhor até aqui. A alta expectativa foi correspondida em quadra e após 7 confrontos, Kevin Durant carrega o Thunder à primeira final de conferência de ambos (vamos desconsiderar aqui, infelizmente, o passado como Sonics).
A postura que vi em quadra do Durant hoje foi monstruosa. Jogou como a estrela que esperamos com presença determinante tanto no setor ofensivo (39 pontos, 2 assistências, 1 rebote ofensivo), quanto no defensivo (8 rebotes defensivos e 3 tocos). Mas o mais interessante é que mesmo destacando-se como a estrela da equipe, o jogo dele não ofuscou os companheiros em quadra.
Westbrook também foi importantíssimo ao conseguir seu primeiro triple-double em playoffs e concentrando-se em organizar a equipe como um verdadeiro armador. Harden foi excepcional vindo do banco, jogou com energia na defesa e decisivo no ataque. Também vindo do banco, o pivô Nick Collinson jogou a maior parte do tempo no lugar Ibaka, que estava muito mal, possivelmente ainda sentindo a lesão no joelho, e também foi importante para a vitória.
Isso mostra que o elenco do Thunder é forte e tem peças de reposição. Nem é preciso dizer o quanto isso é importante para um time verdadeiramente campeão. Não custa nada lembrar que Kendrick Perkins o altamente underrated pivô do Thunder está em sua 3ª final de conferência em 4 anos. A série contra o Dallas será intensa, mas independente do resultado podemos acreditar que o Thunder será o time a ser batido nos próximos anos. Juventude talentosa aliada a jogadores experientes e úteis (Perkins e Mohammed, atualmente).
Memphis
Há de se destacar a campanha memorável feita pela equipe dos Grizzlies. Sinceramente, não me lembro há quanto tempo não via uma equipe tão boa entre os underdogs dos playoffs.
Desacreditado pela maioria e sem a estrela Rudy Gay, o técnico Lionel Hollins resolveu aproveitar a força do garrafão e colheu resultados notáveis. Zach Randolph nem de longe se parecia com aquele que foi motivo de piada nos Knicks. Visivelmente mais leve, e muito, muito forte, ele fez estrago no garrafão adversário. Até um novo termo foi inventado pela imprensa americana, o Z-bound, em referência a quantidade absurda de rebotes que ele pegou por partida. Parece estar decidido a se tornar um jogador sério.
Ao lado de Zach, Marc Gasol também se destacou. O pivô parecia disposto a honrar o nome da famíla, já que o irmão teve atuação patética, e jogou o suficiente para os dois. Tranquilo, concentrado e paciente, o espanhol foi o segundo pilar do Memphis.
Além da força no garrafão a defesa com os incansáveis Tony Allen e Shane Battier foi o destaque da equipe. Responsável por frear Durant em alguns jogos, Allen só poderia ter um arremesso um pouquinho melhor. Mas as belas enterradas compensaram.
Vale destacar a opção de Hollins em promover um jogo coletivo. 4 titulaes tiveram média de pontuação superior aos 10 pontos. Conley, armador limitado e considerado por muitos como overpaid na renovação de contrato, foi relativamente bem, apesar das críticas em relação a sua capacidade de finalizar os jogos. Já O.J. Mayo teve significativa subida de produção entre a série contra os Spurs para essa, e talvez por isso o Memphis tenha chegado tão longe.
Fotos: Yahoo Sports