Tijuca e LSB garantem vaga no NBB

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Publicado em: 12/05/2011

Foram definidos hoje os dois finalistas da Super Copa Brasil que são também os dois classificados ao NBB da próxima temporada. Em dois bons jogos, Tijuca (contra São José) e Liga Sorocabana (contra Rio Claro) garantiram as vitórias mais importantes de suas temporadas. Nos outros confrontos do dia, Campo Mourão e Sport Recife venceram Caxias do Sul e São Camilo para brigar pelo quinto lugar. Os dois derrotados disputarão a sétima colocação.

Em relação aos times que não chegaram na fase semifinal, vale destacar a boa participação do Sport Recife. Sem muitos investimentos (o maior talvez tenha sido Mudo), o tradicional clube pernambucano conseguiu fazer bons jogos e fica a sensação que um ou dois reforços estrangeiros poderiam ter colocado o rubro-negro mais longe na competição. Da região Sul, Campo Mourão e Caxias do Sul não tiveram resultados expressivos, a falta de investimento me parece o fator fundamental para esse desempenho. Como destaques individuais, podemos citar o bom trio Mãozão, Douglinhas e Buboltz de Caxias e as ótimas atuações do pivô Thiago Mathias (ex Paulistano) por parte de Campo Mourão. São Camilo que poucos conheciam, teve em Ricardo a sua força. Com médias de 20 pontos por jogo ele lidera o ranking de cestinha do torneio.

Entre os semifinalistas, todos merecem destaque. Primeiro o time de Tijuca que sediou a competição e confirmou todo o favoritismo ao chegar na decisão invicto. Baseando seu time em jogadores experientes (Ricardinho, Olívia, Casé e Rodrigo Bahia) e com outros bons valores (Darlan e Marcellus) o time carioca armou um núcleo forte para a Super Copa. Ricardinho e Marcellus foram determinantes e com isso, o tradicional clube fluminense volta ao maior campeonato de basquete do país.

A Liga Sorocabana também confirmou seu favoritismo ao confirmar a vaga no NBB. Liderado pelo ótimo norte-americano Kenny Dawkins (armador, 1,75m), os paulistas venceram um difícil duelo com Rio Claro pela segunda vaga na final. Dawkins que teve passagem pelo Rio Grande Valley Vippers da D-League e uma trajetória boa por Lamar da NCAA (15 pontos por jogo em uma das suas duas temporadas), foi o grande jogador do time e talvez, o melhor de toda a fase final da competição. Douglas Gorauskas (pivô com passagem pelo basquete da Suíça) também jogou muito na semifinal e fez valer o investimento feito nele. LSB merece a vaga justamente por essa ousadia nos reforços. Buscou um norte-americano de nível elevado, trouxe jogadores de fora e com nomes rodados do cenário brasileiro (Daniel Conti, entre outros) conquistou a tão sonhada vaga na elite do basquete nacional.

Do lado de Rio Claro, fica a decepção pela eliminação no final, entretanto, a equipe também montou um núcleo forte para esse nível de competição. Léo, Atílio e Thiagão ficaram do Campeonato Paulista, Ulisses Lima também se mostrou bem e não fosse Kenny Dawkins, podia ter liderado o time ao NBB.

Por fim, vale destacar a grande campanha de São José. O time do Amapá chegou desconhecido ao torneio e mostrou muita qualidade e ousadia. Primeiro é preciso coragem para trazer dois argentinos (Martina e Gastón) que em alguns momentos mostraram resultado (principalmente Gastón). Depois, formar um núcleo nacional de qualidade com Janjão, Hubner e Gilsinho também surpreendeu, afinal, não se esperava tanta qualidade do time nortista. Contra os favoritos, donos da casa e possivelmente melhor elenco do torneio, o São José jogou a vida na semifinal e só foi derrotado na prorrogação (88×83). A verdade é que a comunidade do basquete nacional se comoveu em torno desse time. Não é por conta de preferências clubísticas, bairrismo ou coisas do gênero. A realidade é que a muito tempo não surgia algo novo no cenário. Um time do Amapá chegou ao Rio de Janeiro e quase conquistou uma vaga no NBB. Agora fica a torcida para que a Liga Nacional olhe com bons olhos projetos como o de São José. Os polos menos tradicionais podem sim montar projetos sérios e qualificados e ouso dizer que esse time de São José deve brigar por uma vaga no NBB. Claro que é preciso ter garantias de investimento, patrocínios entre outras coisas, porém, seria muito importante para o desenvolvimento do basquete nacional que o Amapá e a região Norte tenha uma equipe no NBB. Caso isso seja impossível, fica a certeza que está mais do que na hora de uma segunda divisão chegar em nosso país. Argentina, Uruguai e Espanha são exemplos de países com segundas divisões que funcionam e desenvolvem o esporte. Na vizinha a Argentina, o TNA (segunda divisão) chega a ter jogos com ginásio lotado e televisão. Claro que tudo precisa ser bem estudado, porém, a regionalização e a posterior nacionalização da competição pode ser uma solução qualificada para finalmente termos uma competição nacional entre os times menores. E vale lembrar, divisões menores ajudarão os jovens a desenvolver seu basquete. O Draft Brasil está preparando um artigo especialmente sobre uma possível série B, porém, de antemão fica o desejo que a Liga olhe com bons olhos os trabalhos feitos em cidades com menos tradição no basquete.

Raoni Moretto
raoni@draftbrasil.net

Foto: CBB

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