Time certo

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Publicado em: 11/12/2012

Já é dezembro e, depois de quase um mês e meio, a temporada da NBA vai esquentando e aos poucos vai confirmando, ou não, os prognósticos feitos no início da temporada. Se Heat, Spurs e Thunder seguem firmes em suas intenções de chegarem às finais, em suas respectivas conferências surgiram oponentes dispostos a atrapalhar. No oeste, com os Lakers em estado de putrefação, os Grizzlies embalados pela melhora nos dois lados da quadra (está anotando quatro pontos a mais por jogo e sofrendo dois pontos a menos por partida em relação à temporada passada) dão indícios de que podem entrar nos playoffs como reais candidatos para ganhar o campeonato. No leste, os Knicks, credenciados pelo desempenho ofensivo (são quase 5,5 pontos a mais que a última temporada) e pelas duas surras que aplicaram em Lebron e companhia, no mínimo, já são uma ameaça real ao reinado da turma da Flórida.

Porém, dezembro também é o mês de Natal, quando ocorre troca de presentes e troca dos presentes. E a NBA se relaciona com isso, pois é nesta época que os rumores das trocas começam a pipocar. E nunca é bom demais lembrar que elas podem alterar o tamanho da distância que cada franquia pretende percorrer.

Pau Gasol e Anderson Varejão são candidatos a terem as maiores frequências de citações, se mantiverem o rendimento destes primeiros dois meses.

Afastado devido a uma tendinite que está atacando seus dois joelhos, o espanhol que está na equipe mais badalada e que ao mesmo tempo mais decepcionante, vê seus números entrarem em queda livre nesta temporada. As médias de rebotes, %FG e bloqueios estão 15% mais baixas que a temporada anterior. A média de pontos (12,5), que atualmente é a menor da sua carreira, teve um decréscimo de quase 30%.

Quando utilizamos as chamadas “estatísticas avançadas”, o inferno mental/físico pelo qual passa Gasol fica ainda mais evidente.

Seu “uso percentual”, uma estimativa do quanto o jogador contribui em cada índice estatístico durante sua permanência em quadra, é de 19,1 (durante sua carreira nunca esteve abaixo de 20). Sua contribuição nas vitórias (WS) é de 1,3. Anteriormente 3,9 havia sido o menor valor que ele obteve neste quesito, em sua meia temporada de despedida no Memphis em 2007/2008.

Clima azedo com Kobe, mudança de técnico e fragilidade física compõem o conjunto de fatores que colocam (e colocarão) o melhor jogador espanhol de todos os tempos em vários pacotes de troca. Até ameaça do chefe, Mitch Kupchak já apareceu (leia aqui).

Se conseguir se recuperar física e mentalmente, ainda acredito que Gasol seja o jogador capaz de elevar o patamar da equipe que ele estiver defendendo. Assim como fez quando chegou ao Lakers, no meio da temporada 2007/2008. Dos 27 jogos da temporada regular na qual os californianos contaram com Gasol, o saldo foi de 22-5. Antes de sua adição no time, a campanha era de 35-20. Gasol foi o “quase” protagonista que deu ao time do Lakers (que não era nenhum espetáculo) a consistência para chegar a três finais consecutivas e abocanhar dois campeonatos.

No outro extremo, está Anderson Varejão e seu alucinante início de temporada. São quinze duplo-duplos, sendo dez deles consecutivos. O brasileiro, ao contrário de Gasol, joga em um saco de pancadas da liga e, uma futura troca ainda nesta temporada, que pudesse resultar em um progresso na carreira, ocorreria apenas se ele fosse para um real candidato ao título.

Varejão cabe em qualquer uma das outras 29 equipes da liga, mas ainda não o vejo como o jogador capaz de ser o responsável por fazer uma boa equipe (Nets, por exemplo) entrar para o clube dos “contenders” como fez o espanhol. É complemento de alto nível.

Olhando novamente as estatísticas, apesar de estar em sua melhor temporada ofensiva, o aproveitamento de seus arremessos de quadra (0,492) é a terceira pior da sua carreira (nos mês de dezembro seu aproveitamento nos tiros de quadra está abaixo de 40%). Seu “uso percentual” (18,4) é menor que o do espanhol, mesmo sem dividir a quadra com jogadores como Kobe e Howard.

Gasol, quando estava em Memphis, também foi um dos pilares de um jovem time que foi crescendo até atingir os playoffs e só saiu quando realmente teve a chance de ganhar um anel. Atualmente, o jogador que se aproxima destas características é Kevin Love.

Anderson Varejão, se não for para um real candidato ao título, o que não será fácil (leia aqui), deveria permanecer em Cleveland e tentar fazer o mesmo que fez Gasol em Memphis.

Bingo!

Rick Rubio: Apesar de ainda não estar confirmado, o retorno do jogador pode ocorrer na próxima sexta-feira.

Amassando o Aro!

Devin Ebanks: Se já não bastasse o estado de calamidade que se encontram os Lakers, na última quinta-feira o ala reserva da equipe foi acusado de ter abusado sexualmente de uma mulher.

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