Top 5: Melhores Armadores
Abrindo a série de “tops” que pretendemos fazer para esquentar as turbinas para o Mundial da Turquia, decidimos elencar os melhores armadores que pisarão em quadra a partir do final deste mês. Como armador, privilegiamos os que dão ritmo ao time – e isso não significa dizer necessariamente que tenha um grande número de assistências. Na função 1, o atleta deve ter talento para conduzir o jogo e ditar o seu estilo em detrimento ao do adversário. É fundamental que o atleta renda bem dos dois lados da quadra, não somente pontuando demais, como também impedindo com que o outro armador consiga “gostar do jogo”.
1 – Rajon Rondo (Estados Unidos)
Não há muito o que explicar sobre a escolha de Rondo. É o melhor jogador nessa posição no mundo. Ninguém tem a capacidade de envolver o time e dominar a quadra como ele. O que é mais absurdo sobre o armaador é o fato de conseguir fazer isso sem ser um ótimo atirador de longa ou média distância. Muita inteligência, muita ousadia e muita malandragem. O único senão é a expectativa de como conseguirá adaptar seu estilo de jogo ao que pedirá o basquete FIBA. Ao contrário do que parece, acredito que Rondo se sairá ainda melhor do que no jogo forte do um contra um dos EUA. Isso não quer dizer que ele vá repetir as estatísticas bizarras que não poucas vezes beiram as vinte assistências e constantes triple-doubles. Se você quer estatística, acompanhe o pregão da bolsa. Na Turquia, Rondo deve desfilar todo o talento que encanta há algumas temporadas tomando o protagonismo de craques como Kevin Garnett, Ray Allen e Paul Pierce.
2 – Chauncey Billups (Estados Unidos)
O companheiro de Rondo, provavelmente que dividirá a armação titular no time dos EUA é Chauncey Billups, MVP das finais e campeão da NBA com o Detroit Pistons, que há algumas temporadas defende o Denver Nuggets. O estilo é totalmente diferente, mas Billups traz características fundamentais para um armador de um time de ponta: chute certeiro nos momentos decisivos, boa defesa, leitura de jogo espetacular, boa noção para envolver os companheiros, liderança e excelente controle do ritmo da partida. Já foi capaz de colocar gás na locomotiva veloz que gosta George Karl em Denver e, com igual maestria, segurou o ímpeto dos companheiros em Michigan se tornando o líder de um time que se destacava justamente por não deixar jogar, ao lado de Rip Hamilton, Ben Wallace e Rasheed Wallace e sob o comando de Larry Brown.
3 – Pablo Prigioni (Argentina)
Se uma das características aqui solicitadas for controle do ritmo de jogo, ninguém no mundo tem tanta qualidade para ditar os rumos de uma partida quanto o armador do Real Madrid, Pablo Prigioni. Herdeiro de uma lendária escola de armadores, que viveu seu auge no final dos anos 90 e início dos anos 2000 mostrando ao mundo craques como Montecchia, Pepe Sanchez e Facundo Sucatzky, assumiu o peso da herança com toda a qualidade que podia se imaginar. Manteve o bom nível técnico e segue sendo uma peça fundamental para a manutenção argentina no topo do ranking FIBA de basquete masculino, semifinalista de todas as grandes competições desde 2002. Ótimo passador, preciso no arremesso da linha de fora e com muita técnica e inteligência para leitura de defesas e manejo do elenco, tem como principal papel fazer o time argentino jogar. Não é surpresa: conseguirá.
4 – Milos Teodosic (Sérvia)
O talentoso jovem sérvio é o melhor da posição naquele país desde a excepcional campanha de 2002 com Marko Jaric na armação principal. Com mais características de definição do que de um playermaker, Teodosic tem uma missão: repetir o excepcional ano que se passou, quando foi medalha de prata na Euro e MVP da Euroliga. Ele tem um poderoso arsenal para isso: excelente controle de bola, coragem, muitos fundamentos, um grande potencial de infiltração, um arremesso preciso que consegue ser ainda mais eficiente nos momentos decisivos. Milos aproveitou o momento de reconstrução da equipe para se tornar, desde já, um dos donos do futuro da seleção deste país que é apaixonado por basquete. Fiel à tradição iugoslava no processo apurado de formação de seus atletas, ver Teodosic jogar na Turquia será um privilégio.
5 – Ricky Rubio (Espanha)
Aos 20 anos, Ricky deixou de ser sobretudo uma promessa. O seu jogo está amadurecido e a configuração do estilo de jogo que por anos maturou vai dando as caras: um incrível potencial defensivo, velocidade, leitura de jogo apurada, controle do ritmo, genialidade nos passes, visão além do alcance e muita facilidade no manejo da bola. Beira o absurdo a facilidade que Rubio tem para o fundamento do drible: ele conduz a bola com ambas as mãos e tem saída com basicamente a mesma qualidade para os dois lados. Aliás, não é exagero dizer que hoje, no planeta, não há jogador que tenha mais controle de bola do que ele. A infiltração também é uma das suas principais armas, responsável por 80% dos seus pontos. Nos chutes de média e longa distância, o jovem está evoluindo aos poucos e já mostra repertório que no último verão europeu não fazia parte de seu jogo. Não é pouca coisa notar que, mesmo que venha do banco, Ricky já é mais importante para sua seleção que o excepcional José Calderón, e que em uma lista como essa, supere nomes consagrados no basquete internacional como Carlos Arroyo, Vassilis Spanoulis, Dimitris Diamantidis, entre outros.
Por Guilherme Tadeu