Vamos continuar o trabalho… Por Prof. Ms. José Marinho
Militei no basquete por 20 anos. Neste período acumulei muitas alegrias e algumas tristezas agudas, que duravam sempre até o próximo desafio. Confesso que fiquei muito amargurado após mais uma eliminação olímpica de nosso basquete masculino. Prometi a mim mesmo que não escreveria sobre o jogo contra a Alemanha, todas as causas para aquela situação e todos efeitos colaterais de mais uma tragédia no nosso querido esporte. Mas após ouvir a entrevista do presidente da CBB, dada ao repórter Vitor Sergio Rodrigues do Esporte Interativo, não pude me furtar de destacar algumas de suas declarações. Na verdade um “hit parade” de feitos impactantes, constatações incontestáveis e promessas iminentes que refletem o sucesso estrondoso obtido por nosso basquete nos últimos tempos. Eis as principais “pérolas” retiradas da entrevista:
– Jogamos um torneio de alto nível técnico no qual todas as outras equipes estavam completas
– Jogamos contra equipes, cujos treinadores estavam no cargo a dois ou três anos
– Não é porque não classificamos para a Olimpíada que o basquete brasileiro não vai bem
– Vamos continuar o trabalho
– Haverá uma grande reunião do departamento técnico e já há um planejamento para a Copa América do ano que vem
– Com certeza nos qualificaremos para o Mundial
– Está se fazendo trabalho no Brasil (falando das categorias de base)
– Implantaremos a escola de treinadores
– Nós estamos trabalhando
– Nós temos ganho tudo em termos de Pan-americano, Sul-americano, Copa América…
– Dirk Nowitzki teve que pagar seu próprio seguro, mas isto não ocorre aqui, onde temos todo esse sucesso e pagamos todas as nossas contas
– É preciso que o Campeonato Brasileiro seja mais forte. Espero que isto aconteça e nós estamos trabalhando neste sentido
– Está todo mundo entendendo que nós estamos trabalhando
– Quem faz esta crítica ignora o que está acontecendo no Brasil (quanto à qualificação de técnicos)
– As pessoas não conhecem e não querem se informar. Criticam e não dão nenhuma sugestão
– 55 clínicas nos últimos três anos e vamos continuar fazendo muitas de nível I, nível II e de nível superior
– Um trabalho muito grande (se referindo ao treinamento da seleção de 14 e 15 anos)
– O trabalho de base existe e temos tido bons resultados
– Não costumo misturar política com decisões técnicas
– Eu pretendo continuar e existe trabalho a fazer pela frente. Eu acho que posso contribuir um pouco mais
– Criar o centro de treinamento em Macaé
– Criar associação de técnicos
– A CBB tem que ajudar e colaborar na criação da Liga Nacional
– Há muito trabalho para se fazer ainda
Caros amigos. Todos nós estamos vivendo num universo paralelo, esquizofrênico. Estamos completamente cegos. Cada dia mais o basquete cresce em popularidade no Brasil. Os ginásios estão lotados, existem filas de patrocinadores querendo veicular suas marcas ao basquete brasileiro e uma quantidade infindável de ídolos influenciando as novas gerações. Não existe motivo para preocupações. Afinal, são apenas três ausências olímpicas e eles vão continuar trabalhando…
Prof. José Marinho é mestre em Educação Física pela UFRJ, já foi colunista do Lance! e é responsável pelo site www.bbheart.com.br. Desde 2007 é colaborador do DraftBrasil.