Vergonhoso
A matéria abaixo traduz o que é o basquetebol profissional feito no Brasil:
Time faz bate-volta de 900 km em um dia para jogar no Paulista de basquete
Peço para que os leitores, antes das minhas linhas, leiam os escritos da jornalista Rafaela Gonçalves sobre o ocorrido. Em uma matéria de tirar o chapéu.
Feito isso, podemos começar:
– Como a FPB aceita um time que não tem condições de bancar refeição e estadia dos atletas para jogar em torneio profissional?
– Como a FPB aceita um time viajar por 450 km (ida) e jogar em cima da hora, de qualquer jeito, como se fosse um torneio de várzea?
– Como alguém, em sã consciência, não deixa os atletas tomarem banho após uma partida de basquetebol?
– Como os atletas (profissionais) aceitam tudo isso quietos?
São dúvidas que jamais iremos responder, por vários motivos, os principais deles:
– A FBP está nem um pouco interessada em fazer um basquetebol profissional.
Tanto faz, tanto fez, se isto ocorre. O “sucesso” do Paulista é medido de outras formas, evidente que ocorreu em São José do Rio Preto jamais vai entrar na conta.
– Os atletas tem culpa. E muita. São tratados de qualquer forma, mas estão satisfeitos, já que recebem o salário e isso que importante no final do mês. Uma pena. O pensamento do tamanho de uma ervilha é que leva atitudes imbecis como esta terem espaço nos dias de hoje.
Ao técnico Rinaldo Rodrigues, só posso lamentar, como colega de profissão que sou, este verdadeiro vexame que fez passar os atletas de sua equipe, nossa modalidade e nossa categoria.
Lastimável um treinador (professor) ter uma atitude tão infeliz e insensata como esta. Nada justifica. Derrota, vitória, enfim, seja o que for. Nada pode justificar tamanha estupidez.
É revoltante ver que o basquetebol brasileiro não se importa com fatos desta gravidade. Será jogado para debaixo do tapete, como é normal por aqui.
Deveria ser suspenso, ser multado e não poder dirigir uma equipe por um bom tempo. Isso, no mínimo.
Será suspenso pela FPB ? Não.
Será suspenso pela Escola Nacional de Treinadores de Basquetebol? Não. (No máximo, terá de fazer quatro dias de curso para revalidar qualquer nomenclatura que já tem).
O que o CREF irá fazer? Nada!
Pois provavelmente não tem nem ideia do que este ”profissional” está fazendo tais coisas. (Aliás, saberão porque este texto será enviado para o Conselho).
Continuará tocando o dia a dia, pagando lanches e hotéis (como se não fosse obrigação alimentar e hospedar os atletas e obrigação do clube/associação, é evidente) e cobrando desta forma, ao gritos dentro e fora da quadra, no vestiário e no ônibus. Uma verdadeira aula do que jamais deve ser feito.
Esta é a forma de fazer esporte profissional, no caso o basquetebol?
No Brasil, sim e ainda tem gente que aplaude de pé boçais como este.
Desde quando li tal matéria, deu vergonha de ser treinador de basquetebol.
Espero que os responsáveis façam alguma coisa.
PS: A opinião expressa no presente texto é de responsabilidade de seu autor.