Vitória do Universo/BRB para fazer justiça
Não é que o time do Universo/BRB venha jogando um basquete de encher os olhos. O problema é que o Flamengo ultimamente não vinha fazendo jus à impressionante série de 20 e tantas vitórias, principalmente durante os playoffs. Hoje, essa “injustiça” foi corrigida na HSBC Arena e o Flamengo acabou derrotado pelo Universo/BRB, por 81 x 71.
A primeira “decepção” rubro-negra ficou por conta dos torcedores. Ao contrário do anunciado pela diretoria (falava-se em 9.300 ingressos vendidos antecipadamente apenas para sábado), o Flamengo só conseguiu colocar cerca de 8 mil torcedores na HSBC Arena, pouco mais da metade da capacidade.
De qualquer forma, foi lindíssima a produção do espetáculo, principalmente na apresentação dos jogadores do Flamengo. O absurdo ficou por conta da decisão de liberar os setores mais caros do ginásio para os torcedores que pagaram mais barato pelo ingresso. Não tenha dúvidas de que o Flamengo perdeu algumas centenas de seguidores com essa medida.
Uma outra falha indesculpável foi a ausência absoluta de policialmento dentro do ginásio até o intervalo, que ficou ainda mais evidenciado com os pequenos focos de confusão nas arquibancadas.
Dentro de quadra, Lula Ferreira não cometeu o mesmo erro da quinta-feira, e já começou a partida com 2 pivôs. O jogo mais cadenciado e truncado favoreceu completamente os brasilienses. Além disso, mais uma vez expôs a dependência do Flamengo em relação a Marcelinho Machado.
E Marcelinho estava num péssimo dia. Com um aproveitamento bizonho de apenas 5 arremessos convertidos, em 23 tentativas, a maior estrela do Fla tinha dificuldade até para acertar lances livres. Melhor para o Universo, que massacrou os rubro-negros nas disputas pelos muitos rebotes (44 x 25).
Já conhecido pelas suas rotações, digamos assim, pouco compreensíveis, o técnico Paulo Chupeta dessa vez abusou. O uso aleatório e excessivo de substituições colaborou para que o time rubro-negro nunca encontrasse um ritmo na partida e, para piorar, irritou bastante os jogadores rubro-negros: Hélio e Jefferson bateram boca asperamente com Chupeta após serem substituídos.
Pelo lado do Universo/BRB, chamava a atenção a irresponsabilidade de Diego. O ala quase levou Lula Ferreira e os amantes do bom basquete ao desespero. Ao contrário dos amantes do bom basquete, todavia, Lula poderia ter limitado o estilo peladeiro de Diego, mas não o fez. Como boa parte dos técnicos brasileiros, Lula ficou na espera de um milagre e, dessa vez, aconteceu: Diego acertou a maioria de suas tentativas.
Não foi muito diferente do que aconteceu com Alex, que chutou apenas 2 bolas de 3 pontos a menos do que na derrota de quinta-feira, mas dessa vez com um raro bom aproveitamento (5/11). Alex acertou apenas 1 arremesso de 2 pontos e não chutou nenhum lance livre. As cestas de Alex foram de fato decisivas, mas demonstram que o ala realmente abandonou o estilo de jogo mais agressivo.
Lula reconheceu que a sua equipe em alguns momentos apelou para o individualismo em alguns momentos, mas alegou que não pode tolher as características de seus jogadores.
De qualquer forma, o time de Lula Ferreira contou com uma boa contribuição de Estevam (9 pontos, 11 rebotes e 3 tocos), Arthur (14 pontos em 24 minutos) e, principalmente, de Valtinho (12 pontos, 6 rebotes e 8 assistências), responsável pelas 2 cestas de 3 pontos que definiram a partida.
Pela equipe rubro-negra, um dos poucos destaques foi o pivô Baby, com 17 pontos e 10 rebotes, apesar de 6 desperdícios.
Contudo, o melhor momento deste sábado foi mesmo a homenagem feita às campeãs mundiais de 1994: Hortência, Magic Paula, Leila Sobral, Helen Luz, Roseli, Dalila, além do técnico Miguel Ângelo da Luz, compareceram à HSBC para receber a justa homenagem pelo maior feito “recente” do basquete brasileiro. Bola dentro da CBB e da LNB…
E aguardamos as cenas do próximo capítulo.
Entrevistas em áudio:
Hortência:
Leila Sobral:
Magic Paula:
Marcelinho Machado:
Jefferson: