White Rose por Wlamir Marques
Infelizmente, foram pouquíssimas as homenagens oferecidas pela mídia esportiva do país a um dos maiores mitos do basquete brasileiro, o bicampeão mundial Rosa Branca.
Pior que a falta de prestígio do esporte da bola laranja, é a triste constatação que a mídia brasileira não está nem aí para os heróis de seu passado.
É de reprodução obrigatória, contudo, o tocante texto deixado pelo mestre Wlamir Marques na comunidade do Draft Brasil do Orkut:
“Era para ter escrito ontem sobre o Rosa Branca, mas não me sentí em condições de fazê-lo . A sua morte foi inesperada e isso me chocou muito . Ontem, depois de passar um grande tempo ao lado da sua família, hoje estou mais conformado e aceitando as coisas que a vida nos dá e nos tira .
Vamos falar um pouco do Rosa Branca : Conheci inicialmente o White Rose em 1955 na cidade de Ribeirão Preto SP. Ele estava começando a jogar pelo São Carlos Clube, eu pelo XV de Piracicaba. Ele com 15 anos eu com 18, três anos de diferença nos separava, 3 anos justos pois fazíamos aniversário no mesmo dia, 16 de Julho, dia de Nossa Senhora do Carmo, daí a origem do seu nome, Carmo de Souza.
Desde o primeiro momento ele agarrou-se muito a mim, ficamos muito amigos desde os primeiros minutos de convivência. Alí ele ainda não era o Rosa Branca, era o White Rose, apelido dado pelo professor Júlio Mazzei, recém voltando dos EUA e achando o Carmo muito parecido com um atleta norte americano de basquete, deu-lhe essa marca registrada que mais tarde tornou-se Rosa Branca. A partir daí o seu talento começou a despontar no cenário nacional.
Raramente veremos nas quadras brasileiras tanta beleza reunida em um só jogador. Esguio e elástico, era mais um dos nossos cangurus do basquete, todos nós saltavamos muito para a época, éramos diferenciado, deixávamos o jogo muito mais bonito e o Rosa era uma peça que se encaixava de forma soberba naquele circo com numeros inéditos, apenas seus e jamais imitados. Posso dizer que o Rosê foi um grande artista da bola grande e do aro pequeno. Nunca senti nele qualquer dificuldade em fazer o que fazia, tudo era espontâneo e natural, jogava sem fazer força e isso só os grandes talentos são capazes de fazer.
A sua história está aí para ser contada, mas a nossa história pessoal está muito mais gravada em nossos corações do que nas quadras . Com certeza no céu os anjos se encantarão, chega um grande espetáculo. DEUS estará presente, abençoando-lhe. WM.