Profundidade do Basquete Brasileiro
Mas queria retomar o assunto, afinal, qual é a real densidade do nosso basquete?
Que nossa seleção repleta de NBA's vai pra cabeça, já sabemos. Mas fora isso, saindo do núcleo principal de jogadores, qual nosso real nível? Lembrando que hoje somos potência econômica da América e temos uma população de 200 milhões de brasileiros.
Em 2008, quando levamos uma seleção de terceiro escalão ao Sul-Americano, com Fernando Coloneze e outros jogadores que eram "bons" na liga doméstica, ficamos a alguns minutos de ser eliminados da Copa América, afinal, perdíamos para o Chile e ganhamos com as calças na mão uma classificação para a semifinal. Em 2013, com uma seleção do NBB mais alguns reforços europeus, perdemos feio pra Jamaica e Uruguay, o segundo aos pedaços, com três desfalques enormes (Granger, Osimani e Aguiar) e ficamos de fora do Mundial dentro de quadra.
Outros exemplos se dão nos clubes. Quando com investimento muito maior, rotação maior, acabamos derrotados por times menores. Alguém aqui se esqueceu que o Pinheiros e Flamengo se enrolaram com o Mavort do Equador??? E que esse ano, em quatro confrontos contra times uruguaios, os brasileiros perderam três??? Tendo que o Bauru em casa, ganhar sufocado do Defensor pra salvar a pátria??? E que durante muito tempo tomávamos espanco de times argentinos???
A discussão é: Tirando o grosso (núcleo) "classe A" do Brasil... O que sobra?
Ricardo Fischer é hoje o armador nacional que alguns pedem na seleção. Me parece muito inferior ao Marcos Cabot e ao Federico Bavosi que jogaram essa LSB e em algum momento passaram por cima de times brasileiros. Ambos são o quinto e sexto armadores do Uruguay.
E o sexto armador brasileiro, é equivalente ao que? Ao décimo argentino??? Um Stanic veterano chega no NBB e vira referência. Taboada que mal vai pra seleção do Uruguay, chega no NBB e vira cestinha do torneio.
Quantas seleções competitivas montamos? Uma? Porque a nossa seleção B/C se enrolou contra o Chile não fazem 10 anos.
Parece as vezes que somos os maiores em população, os com mais $ e os mais vulneráveis. Esqueçam 10-12 jogadores e nosso basquete é patético.
Enquanto argentinos parecem poder formar 4-5 seleções competitivas. E os uruguaios com 3 milhões de habitantes, parecem que tirando os NBA's, são quase do nosso nível, tirando jogadores em cada posição, com muito sofrimento, mas que alcançam uma qualidade pra somar em alto nível, nem que seja em apenas um ou dois fundamentos.
E México/Venezuela que com muito menos formaram times muito mais sólidos que os nossos em torneios latinos???
Só estou jogando as perguntas. A minha convicção é clara: Temos 18-19 jogadores. E sem 3/4 já pode acontecer qualquer coisa. Nosso basquete é muito frágil, muito volátil. Sobrevivemos de sermos 200 milhões, com todos os biotipos e tirar volta e meia um superstar, um cara que vai pra NBA, etc. Caboclo e Bebê são a bola da vez... Como uma vez foram Nenê, Barbosa e Tiago.