Mensagem
por Nepopop » Qua Fev 20, 2008 8:13 pm
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Muito Cuidado com o Foguinho
Estou falando sério. Vou até repetir o título pra que ninguém ache que eu tô de sacanagem ou sendo irônico com os infelizes vice-campeões cariocas de 2007. Muito cuidado com o Foguinho na decisão da TG.
É evidente que o cavalo paraguaio que não ganha nadaaaaaaaaa, o time do quase-quase, o auto proclamado time de boneca, não pretende repetir os mesmo erros do ano passado. Até pra nós, rubro-negros orgulhosos e auto-suficientes, é impossível não admitir que impera uma nova mentalidade em General Severiano.
Nosso adversário armou um time quase todo novo (o macróbio Triguinho não conta, se não a minha frase vai pras cucuias) e seguindo as recomendações do seu cerebral treinador tem trabalhado bastante a mente dos seus atletas. Cuca percebeu que o pior que poderia haver para o foguinho e sua sofrida torcidinha era mais uma vez se deixarem ser guindados à elevada posição de favoritos para lá do alto se esborracharem na concretude do chão duro, destino final de todos os seus mais recentes delírios de grandeza.
E o método escolhido pelos cada vez mais escassos alvinegros para que isso não acontecesse de novo foi radical. Seguindo a doutrina administrativa para resolução de problemas, há muito consagrada no Brasil, do Tirem o Sofá da Sala, o povo do uniforme zebrado concluiu que a melhor maneira para evitar as decepções esportivas reside em nada almejar. Por isso, as metas do foguinho esse ano de 2008 são modestas, franciscanas até, e vejam só que belo trabalho de planejamento, ainda estamos em fevereiro e elas já foram quase todas alcançadas.
Encontrei diversos botafoguenses no sábado após a partida em que deram uma piaba sem brilho no decepcionante e coreográfico Florminense. Eufóricos, muitos me confidenciaram que tudo que desejavam era se vingar de um seilaquenzinho qualquer que se bandeara da farmácia botafoguense para os vestiários de Laranjópolis. Vencer o traíra (sic) era tudo que alvinegros honestos e realistas poderiam desejar. Agora queriam um passar um ano de paz, sem as grandes aspirações do passado, mas muito menos miserável.
Um mais exaltado, tomado pela súbita sinceridade que se produz sob os efeitos dos espíritos alcoólicos fez uma declaração em voz alta, e não foi por nenhum dos seus correligionários ali presentes contestado. Confessou aos berros que sobre o destino final da Taça Guanabara, fosse a Gávea, General Severiano, ou a Praia de Maria Angú, aos botafoguenses pouco lhes importava. Para eles, o ano de 2008 já estava salvo. E ergueu mais um brinde ao dever cumprido. Patético e triste, não?
Mas não se iludam, meus amigos rubro-negros e rubro-negras, um adversário que se despe das ambições e entra em uma decisão com esse espírito relaxado e livre do peso da vitória, é um adversário formidável. Quem nada quer nada pode perder e ao se colocarem como franco-atiradores anti-materialistas, os nossos fregueses fanfarrões se colocam em vantagem psicológica sobre o ciclópico Mengão, diuturnamente premido pelo seu destino manifesto de glórias, vitórias e conquistas. Daí minha preocupação com a aparente nonchalance com que a cachorrada se prepara para a finalíssima de domingo.
Por isso reitero a recomendação inicial, muito cuidado com o foguinho, Flamengo. Não seria a primeira vez que um timinho sem pretensões atrapalharia nossos passos de gigante em direção ao topo do mundo.
Mengão Sempre
